ATA DA CENTÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 05-12-2005.
Aos cinco dias do mês de dezembro do ano de dois mil
e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Elias Vidal, Elói Guimarães,
Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Márcio
Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Meneghetti,
Maurício Dziedricki, Neuza Canabarro, Professor Garcia e Raul Carrion.
Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha,
Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ibsen Pinheiro,
José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Maristela Maffei, Mônica Leal,
Nereu D'Avila, Nilo Santos, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À
MESA, foram encaminhados: pela Mesa Diretora, os Projetos de Resolução nos
147, 148 e 149/05 (Processos nos 7010, 7011 e 7012/05, respectivamente);
pelo Vereador Aldacir Oliboni, o Pedido de Providência nº 2795/05 (Processo nº
6854/05); pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, os Pedidos de Providência nos
2842, 2843 e 2844/05 (Processos nos 6952, 6953 e 6954/05,
respectivamente) e os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos
027 e 045/05 (Processos nos 4000 e 7023/05, respectivamente); pelo
Vereador Carlos Comassetto, o Projeto de Resolução nº 141/05 (Processo nº
6248/05); pelo Vereador Claudio Sebenelo, o Projeto de Lei do Legislativo nº
300/05 (Processo nº 6538/05); pelo Vereador Elói Guimarães, o Projeto de
Resolução nº 146/05 (Processo nº 7005/05); pelo Vereador João Carlos Nedel, os
Pedidos de Providência nos 2850, 2851, 2852, 2854, 2856, 2866 e
2867/05 (Processos nos 6963, 6964, 6965, 6967, 6969, 6979 e 6980/05,
respectivamente); pelo Vereador Maurício Dziedricki, os Pedidos de Providência
nos 2880 e 2881/05 (Processos nos 7021 e 7022/05,
respectivamente) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 318/05 (Processo nº
7014/05); pela Vereadora Neuza Canabarro, o Projeto de Lei do Legislativo nº
308/05 (Processo nº 6748/05); pelo Vereador Professor Garcia, os Pedidos de
Providência nos 2834, 2849, 2890, 2891 e 2896/05 (Processos nos
6942, 6962, 7054, 7055 e 7068/05, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constou o
Ofício nº 1619/05, do Senhor Paulo César Hack, Gerente de Desenvolvimento
Urbano da Caixa Econômica Federal. A seguir, o Senhor Presidente determinou a
distribuição em avulsos de cópias das Atas da Nonagésima Sétima e Nonagésima
Oitava Sessões Ordinárias, que deixaram de ser votadas, em face da inexistência
de quórum deliberativo. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a
palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Jaime Antônio Flores, Presidente do
Clube Esportivo Caminho do Meio, que registrou o transcurso, no dia dois de dezembro
do corrente, do septuagésimo quinto aniversário dessa entidade, discorrendo
acerca de sua importância para o desenvolvimento e divulgação da bocha como prática
esportiva em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul. Em relação ao assunto, comentou
o funcionamento do Clube Esportivo Caminho do Meio e os esforços realizados
para transformar a bocha em esporte olímpico. Na ocasião, nos termos do artigo
206 do Regimento, os Vereadores Adeli Sell, João Antonio Dib, José Ismael
Heinen, Raul Carrion, Claudio Sebenelo, Ervino Besson, Maurício Dziedricki e
Bernardino Vendruscolo manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna
Popular. Na oportunidade, o Vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal,
deferido pelo Senhor Presidente, solicitando sejam enviadas cópias do pronunciamento
do Senhor Jaime Antônio Flores, em Tribuna Popular, à Secretaria Municipal de
Esportes, Recreação e Lazer e à Secretaria Municipal de Obras e Viação. Às
quatorze horas e vinte e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quatorze horas e trinta minutos, constatada a existência de
quórum. Após, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento
de autoria do Vereador Paulo Odone, solicitando Licença para Tratar de Interesses
Particulares no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na
vereança o Suplente Nilo Santos, informando que Sua Excelência integrará a
Comissão de Constituição e Justiça. Em prosseguimento, foi iniciado o GRANDE
EXPEDIENTE, tendo o Senhor Presidente informado que, durante esse período, seria
destinada homenagem ao Instituto do Câncer Infantil do Rio Grande do Sul.
Compuseram a MESA: o Vereador Elói Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de
Porto Alegre; os Senhores Algemir Lunardi Brunetto e Lauro Quadros e as
Senhoras Sylvia Foster e Marion Souza, respectivamente Diretor-Presidente, Presidente
do Conselho de Administração, Diretora e Gerente Executiva do Instituto do
Câncer Infantil do Rio Grande do Sul. Também, foi registrada a presença da Senhora
Vera Correa, representando o Senhor Sérgio Pinto Machado, Presidente do Hospital
de Clínicas de Porto Alegre. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Carlos Todeschini
enalteceu o trabalho desenvolvido pelo Instituto do Câncer Infantil do Rio
Grande do Sul, destacando que essa entidade foi criada a partir de uma parceria
entre entidades civis e governamentais. Nesse sentido, destacou a excelência do
tratamento lá dispensado às crianças e adolescentes com câncer, ressaltando o
alto índice de cura e a melhoria na qualidade de vida dos pacientes tratados
nesse Instituto. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças de
alunos e da Professora Patrícia Teixeira, do KINDER – Centro de Reabilitação da
Criança Especial, presentes a este Legislativo para participarem do Projeto de
Educação Política desenvolvido pelo Memorial desta Casa. A seguir, o Senhor
Presidente concedeu a palavra ao Senhor Algemir Lunardi Brunetto, que destacou
a importância da homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre
ao Instituto do Câncer Infantil do Rio Grande do Sul. Às quatorze horas e
cinqüenta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às quinze horas, constatada a existência de quórum. Em GRANDE
EXPEDIENTE, o Vereador Maurício Dziedricki registrou a realização de encontro
do Partido Trabalhista Brasileiro em Capão da Canoa, no período de dois a
quatro de dezembro do corrente, apontando os rumos que serão seguidos pelo PTB
na busca de idéias para melhorar o Estado. Ainda, analisou estatísticas sobre a
falta de segurança dos condutores de motocicletas em Porto Alegre, cobrando
medidas para diminuir o número de furtos desses veículos no Rio Grande do Sul.
Em continuidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Cassiá
Carpes, Secretário Municipal de Obras e Viação, convidando-o a integrar a Mesa
dos trabalhos e concedendo a palavra a Sua Senhoria, que teceu considerações
acerca do Projeto de Lei do Executivo nº 031/05, que altera a cobrança da
Contribuição para Custeio da Iluminação Pública, alegando que essa proposta
atual do Executivo Municipal propõe vantagens em relação àquela criada em dois
mil e três. Também, prestou informações sobre o funcionamento da Secretaria
Municipal de Obras e Viação, afirmando que esse órgão trabalha com maquinário
obsoleto e sem recursos financeiros adequados ao seu funcionamento. Na oportunidade,
o Vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de
termos constantes no pronunciamento do Senhor Cassiá Carpes, o que foi deferido
pelo Senhor Presidente, após anuência do orador. Na ocasião, em face de
Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores Raul Carrion,
Adeli Sell, Haroldo de Souza e pela Vereadora Maria Celeste, o Senhor
Presidente prestou esclarecimentos em relação à necessidade de que o Secretário
Cassiá Carpes se ativesse ao assunto para o qual foi convidado a dar
esclarecimentos nesta Casa. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos
Vereadores Adeli Sell, Carlos Todeschini, Maurício Dziedricki, Margarete
Moraes, Carlos Comassetto, Nilo Santos, Dr. Goulart, Raul Carrion, Maria
Celeste e Clênia Maranhão, que se manifestaram sobre o assunto abordado pelo
Senhor Cassiá Carpes. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib
saudou a presença do Senhor Cassiá Carpes neste Legislativo, aprovando as
explicações prestadas por Sua Senhoria. Nesse sentido, traçou um comparativo
entre o Projeto atual e o apresentado a esta Casa no ano passado, elogiando a
proposição de valores fixos em detrimento de taxas percentuais e a previsão de
isenção de pagamento às pessoas sem acesso à iluminação pública. A Vereadora
Maristela Maffei rechaçou a postura adotada pelo Senhor Cassiá Carpes,
considerando a forma como Sua Senhoria se dirigiu aos Senhores Vereadores desrespeitosa
e em desacordo com as tradições deste Legislativo. Nesse contexto, relatou o
processo de criação da Contribuição para Custeio da Iluminação Pública durante
o Governo Municipal passado, posicionando-se contrariamente à forma como a
tramitação do Projeto de Lei do Executivo atual está sendo conduzida. Em prosseguimento,
o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Cassiá Carpes, que respondeu a
questionamentos formulados a Sua Senhoria pelos Senhores Vereadores. Às dezesseis
horas e quarenta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às dezesseis horas e quarenta e seis minutos, constatada a
existência de quórum. Após, constatada a existência de quórum deliberativo, foi
aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Elói Guimarães, solicitando
alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, de acordo com o definido
em reunião realizada entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes no dia de hoje.
Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 079/99, 295, 312 e 313/05, os Projetos de Lei
Complementar do Executivo nos 012 e 013/05; em 2ª Sessão, o Projeto
de Lei Complementar do Legislativo nº 043/05, o Projeto de Resolução nº 142/05,
os Projetos de Lei do Legislativo nos 307 e 314/05; em 3ª Sessão, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 290, 299, 302, 305 e 306/05. Na ocasião, a
Vereadora Margarete Moraes informou ter havido consenso, entre os
Vereadores inscritos em Pauta, para desistência da discussão desse período
durante a presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion
comentou sua participação na 2ª Conferência Nacional das Cidades, realizada do
dia trinta de novembro ao dia três de dezembro do corrente, em Brasília,
mencionando assuntos debatidos nesse evento em relação ao desenvolvimento do
País. Também, manifestou-se a respeito do Projeto de Lei do Executivo nº
033/05, que cria os Centros Populares de Compras no Município de Porto Alegre.
Em prosseguimento, foi apregoado o Ofício nº 451/05, do Senhor Prefeito Municipal
de Porto Alegre, encaminhando a Mensagem Retificativa ao Projeto de Lei do
Executivo nº 026/05 (Processo nº 6101/05). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Carlos Todeschini criticou a postura adotada pelo Secretário Cassiá Carpes, que
compareceu a esta Casa no dia de hoje, afirmando que Sua Senhoria levantou
dúvidas indevidamente sobre sua administração à frente do Departamento Municipal
de Habitação. Também, questionou o posicionamento do Secretário Cassiá Carpes,
no referente à necessidade de alteração no Projeto que instituiu a Contribuição
para Custeio do Serviço de Iluminação Pública. O Vereador Claudio Sebenelo
discorreu sobre a importância da presença neste Legislativo de Secretários
Municipais para prestarem contas de suas administrações, defendendo as
explicações dadas hoje pelo Secretário Cassiá Carpes. Ainda, contestou os
critérios utilizados pela atual diretoria do Grupo Hospitalar Conceição para
transferir os serviços de Ginecologia dessa instituição para o Hospital Fêmina,
afirmando que não há razões que justifiquem tal iniciativa. Após, foi apregoado
Requerimento de autoria da Vereadora Manuela d'Ávila, deferido pelo Senhor
Presidente, solicitando a retirada do pedido de destaque para as Emendas nos
03, 64, 108 e para a Subemenda nº 01 à Emenda nº 03, apostas ao Projeto de Lei
do Executivo nº 026/05 (Processo nº 6101/05). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Márcio Bins Ely pronunciou-se em relação ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 218/05, de sua autoria, que limita para quinze minutos o tempo
de espera em filas dos caixas de estabelecimentos bancários, ressaltando os
benefícios que esse Projeto proporcionará para a população do Município de
Porto Alegre. Nesse sentido, anunciou que essa proposição tem recebido Emendas,
com o objetivo de aprimorar sua redação. A Vereadora Clênia Maranhão contestou
o pronunciamento hoje efetuado pelo Vereador Carlos Todeschini, em Comunicação
de Líder, acerca do comparecimento, na presente Sessão, do Senhor Cassiá
Carpes, Secretário Municipal de Obras e Viação. Nesse sentido, afirmou que a
gestão do Prefeito José Fogaça vem sendo pautada pela busca do diálogo com este
Legislativo e pelo respeito à independência dos Poderes, tendo como meta
prioritária a defesa dos interesses de Porto Alegre. A seguir, constatada a
existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento
verbal de autoria do Vereador Elói Guimarães, solicitando alteração na ordem de
apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, conforme definido em reunião
realizada hoje entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes. Em continuidade,
foi aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando
que o Projeto de Lei do Executivo nº 031/05 seja considerado em regime de
urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes, por vinte e
um votos SIM e nove votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores
Adeli Sell, Sebastião Melo, Raul Carrion e João Antonio Dib, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Alceu
Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão,
Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João
Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely, Mario
Fraga, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo
Santos e Sebastião Melo e Não os Vereadores Adeli Sell, com Declaração de Voto,
Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Manuela d'Ávila,
Margarete Moraes, Maria Celeste, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Na
ocasião, em face de Questão de Ordem formulada pelo Vereador Adeli Sell, o
Senhor Presidente prestou informações acerca da anulação da votação do
Requerimento da Vereadora Clênia Maranhão, acima referido, ocorrida no dia
primeiro de dezembro do corrente. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº 006/05, com ressalva da Mensagem
Retificativa e das Emendas a ele apostas, por trinta e cinco votos SIM, após
ser discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo e José Ismael
Heinen e encaminhado à votação pelos Vereadores Bernardino Vendruscolo e Carlos
Todeschini, em votação nominal solicitada pelo Vereador Valdir Caetano, na ocasião
presidindo os trabalhos, tendo votado os Vereadores Adeli
Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo,
Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr.
Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen
Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela
d'Ávila, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga,
Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza
Canabarro, Nilo Santos, Professor Garcia, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia
Cavedon e Valdir Caetano. Durante a apreciação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
006/05, os Vereadores Aldacir Oliboni, Haroldo de Souza e Márcio Bins Ely cederam
seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores Adeli Sell,
Bernardino Vendruscolo e José Ismael Heinen. Foi aprovada a Mensagem
Retificativa aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/05, por
trinta e três votos SIM e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Adeli
Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo,
Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal,
Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio
Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio
Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Meneghetti,
Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos,
Professor Garcia, Raul Carrion, Sebastião Melo e Valdir Caetano e tendo optado
pela Abstenção o Vereador Carlos Todeschini. Na ocasião, o Senhor Presidente declarou
prejudicadas as Emendas nos 08 e 12, apostas ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 006/05, em face da aprovação da Mensagem
Retificativa aposta a este Projeto. Foi aprovada a Emenda nº 07, aposta ao
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/05, por vinte e seis votos SIM,
em votação nominal solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado os Vereadores
Adeli Sell, Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino
Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino
Besson, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila,
Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela
Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro,
Nilo Santos, Raul Carrion, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Foi aprovada a Emenda nº 13,
aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/05, por trinta e três
votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo
votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir
Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos
Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Margarete
Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki,
Mônica Leal, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Professor Garcia, Raul Carrion,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. A seguir, foi aprovado Recurso,
aposto pelo Vereador Márcio Bins Ely, referente ao indeferimento, pelo Senhor
Presidente, durante a Sessão Ordinária do dia vinte e oito de novembro do
corrente, de Requerimento para protocolo de Emenda ao Projeto de Lei do Executivo
nº 026/05, conforme consta no Processo nº 6989/05, por vinte votos SIM, oito
votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores
Adeli Sell, Márcio Bins Ely, João Antonio Dib e Raul Carrion, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Alceu
Brasinha, Almerindo Filho, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart,
Elias Vidal, Ervino Besson, José Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Márcio Bins
Ely, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu
D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Raul Carrion, Sebastião Melo e Valdir
Caetano, Não os Vereadores Carlos Comassetto, Haroldo de Souza, João Antonio
Dib, João Carlos Nedel, Margarete Moraes, Maria Celeste, Professor Garcia e
Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção o Vereador Carlos Todeschini. Na
oportunidade, o Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, deferido
pelo Senhor Presidente, solicitando cópia do Parecer da Comissão de Constituição
e Justiça ao Recurso do Vereador Márcio Bins Ely, acima referido. Após, o Senhor
Presidente apregoou a Emenda nº 200, de autoria do Vereador Márcio Bins Ely, ao
Projeto de Lei do Executivo nº 026/05 (Processo nº 6101/05), em razão da
aprovação do Recurso anteriormente votado. Ainda, em
face de Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores Nereu
D’Avila. Mario Fraga e João Antonio Dib, o Senhor Presidente prestou
informações acerca da tramitação, na Casa, da Emenda
nº 200, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/05. Na ocasião, foi aprovada a
prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais, por
trinta e um votos Sim, em votação nominal solicitada pela Vereadora Sofia
Cavedon, tendo votado os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo
Filho, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão,
Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza,
Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Márcio
Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Meneghetti,
Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos,
Professor Garcia, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano.
Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 026/05, o
qual, após ser discutido pelos Vereadores Sofia Cavedon, Ervino Besson, Carlos
Comassetto, Maria Celeste, Aldacir Oliboni, Margarete Moraes, Raul Carrion,
Carlos Todeschini, Maurício Dziedricki, Professor Garcia, Claudio Sebenelo,
Sebastião Melo, Luiz Braz, Manuela d’Ávila e Clênia Maranhão, teve sua
discussão suspensa, em face do término do horário regimental da presente
Sessão. Durante a discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 026/05, os
Vereadores João Antonio Dib, Márcio Bins Ely, Almerindo Filho e Mario Fraga
cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores Professor
Garcia, Ervino Besson, Luiz Braz e Clênia Maranhão. Também, foi apregoado
Requerimento de autoria do Vereador Márcio Bins Ely, subscrito nos termos do
artigo 120, inciso VI, do Regimento, deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando votação em destaque para a Emenda nº 200, aposta ao Projeto de Lei
do Executivo nº 026/05 (Processo 6101/05). Às vinte horas e cinqüenta e um
minutos, esgotado o prazo regimental da presente Sessão, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos
pelos Vereadores Elói Guimarães, Aldacir Oliboni e Valdir Caetano e
secretariados pelos Vereadores Nereu D’Avila e João Carlos Nedel, este como
Secretário “ad hoc”. Do que eu, Nereu D’Avila, 1º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à
O Sr. Jaime Antônio Flores,
representando o Clube Esportivo Caminho do Meio, está com a palavra para tratar
do assunto relativo ao transcurso do 75º aniversário da Instituição, pelo tempo
regimental de 10 minutos.
O SR. JAIME ANTÔNIO FLORES: Exmo. Sr.
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Elói Guimarães, Vereadores
e Vereadoras, senhoras e senhores presentes neste Plenário, gostaria de
agradecer ao Ver. José Ismael Heinen pela idéia de usar a Tribuna Popular para
falar do Clube Esportivo Caminho do Meio, no mês em que comemora o seu 75º ano
de existência. Temos em comum, eu e o Vereador, o gosto e a paixão pelo esporte
de bocha. Bochófilo de coração, sempre fui um incentivador do jogo de bocha.
O Clube Esportivo Caminho do Meio foi fundado em 02
de dezembro de 1930, sendo também o fundador da Fundação Rio-Grandense de
Bocha, em 1944, e seu 1º
Presidente, o Sr. Antônio Joaquim Mesquita. Ele também era Presidente do Clube
Esportivo Caminho do Meio.
A primeira sede do Clube foi construída na Av. Protásio Alves, ao lado do antigo cinema Rio Branco, e na década de 50 transferiu-se para uma nova sede na Rua São Manoel, onde se localiza até hoje.
Na década de 60, 70, e meados de 80, o Clube teve o seu período de glamour, em que as atividades sociais, com jantares e reuniões dançantes, eram práticas comuns que congregavam casais e jovens associados. Com a criação de tantas discotecas na Cidade, os eventos sociais dos clubes saíram de moda, pois os jovens migraram para essa nova opção de lazer. A situação se agravou com o advento da Lei do Silêncio, que exige proteção acústica para promoção de festas nos salões de clubes, empreendimento muito oneroso para a nossa sociedade, que é de médio a pequeno porte.
Atualmente,
o Clube tem como atividade somente a prática da bocha, congregando atletas
jovens a partir de 12 anos até a “melhor idade” de 80 anos. Ao longo dos anos,
o Clube acumulou inúmeros títulos em campeonatos estaduais e municipais nas
categorias principal, “B”, mirim, juvenil, casais, e feminino. A bocha é um
esporte originário da Itália e foi difundido no Brasil pelos imigrantes. Sua
prática vem crescendo muito em todo o mundo. O sonho de todo o bochófilo é
elevá-la à categoria de esporte olímpico.
Estou
na Presidência do clube há seis anos consecutivos. Desde moleque eu era um
aficionado desse esporte, pois morávamos em frente ao Clube, e vibrava com as
jogadas certeiras que os atletas faziam nas velhas canchas. Naquele tempo, as
canhas não eram sofisticadas como as de hoje. Primeiro, elas eram de saibro,
depois de argila e, a partir da década de 90, surgiram as canchas sintéticas.
Nosso
clube é antes de tudo uma grande família, onde todos se orgulham de sua
história de glória e irmanam-se em torno do mesmo objetivo: buscar outros
títulos para o Clube, num trabalho de competição saudável, treinamento duro, e
união de equipe.
Agradeço
a todos os associados do Clube Caminho do Meio e aos nossos valorosos atletas,
que fazem dessa nossa casa um dos orgulhos da bocha do Rio Grande do Sul. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos convidar a integrar a Mesa o
ilustre Sr. Jaime Antônio Flores, Presidente do Clube Esportivo Caminho do
Meio.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ADELI SELL: Ver.
Elói Guimarães, mui digno Presidente, meu caro Flores, é um prazer tê-lo aqui,
um orgulho saber das suas preocupações pelo Clube Caminho do Meio. O Caminho do
Meio faz parte da história de Porto Alegre, inclusive se perdeu um pouco
daquela simbologia, porque se deixou de denominar o Caminho do Meio pelo nome
antigo. Mas a agência do Banco do Brasil, se eu bem me lembro, continua com
esse nome; o Clube continua com esse nome, portanto faz parte da história da
nossa Cidade. Nós compreendemos as dificuldades por que passam os pequenos e
médios clubes de Porto Alegre.
Nesse
sentido, Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, eu requeiro que a fala do nosso
visitante seja enviada aos nossos Secretários, em particular ao Secretário de
Esportes, Ver. João Bosco Vaz, e ao Secretário de Obras, Ver. Cassiá Carpes -
principalmente a esses dois -, e mais à Secretaria de Indústria e Comércio,
para que se verifique a possibilidade de um conjunto de outras atividades, como
nós já desenvolvemos em alguns momentos junto ao Ministério Público, para que
possamos ter algum tempo de adaptação desses clubes às novas regras, às novas
leis da cidade de Porto Alegre. É um processo que pode ser aberto na
Prefeitura. Eu queria inclusive dialogar nesse sentido. Portanto, trago aqui a
minha saudação, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, para que
possamos ajudar não apenas o seu clube, mas outros com os quais nós nos
envolvemos aqui na Cidade.
Sou
Presidente, neste momento, da Comissão de Educação, Cultura e Esportes, e no
ano que vem a Verª Manuela assumirá a presidência dessa Comissão, quando
poderemos dar continuidade a esse trabalho e albergarmos esse tipo de debate,
esse tipo de preocupação aqui. Quanto à bocha, eu queria dizer que inclusive
sou daqueles que sempre defendi que a gente fizesse de Porto Alegre o centro,
pelo menos, das partidas finais dos vários campeonatos, das várias modalidades
de bocha que existem pelo Rio Grande do Sul afora, porque Porto Alegre é a
Capital do Rio Grande, é o centro irradiador de todas as questões do nosso
Estado. Portanto eu queria trazer não apenas a saudação da Bancada do PT, mas
também queremos-nos colocar à sua disposição para os devidos encaminhamentos.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós,
evidentemente, deferimos o Requerimento do Ver. Adeli Sell para encaminharmos a
fala do Presidente do Clube às diferentes Secretarias.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meu caro Jaime
Antônio Flores, em nome da Bancada do Partido Progressista - Ver. João Carlos
Nedel, Verª Mônica Leal e eu - queremos saudar o Clube Esportivo Caminho do
Meio. Setenta e cinco anos! Setenta e cinco anos são 27.393 dias. Para um homem
seria muito tempo de vida; para uma entidade, esse tempo a faz cada vez mais
forte, com mais possibilidade cada vez de progredir e de ser útil aos que são
seus associados.
Portanto,
queremos desejar que o Clube Esportivo Caminho do Meio continue presente na
história da nossa Cidade e que cada vez mais se torne útil à sua sociedade, a
nossa comunidade porto-alegrense e que tenha razões sobradas de satisfação ao
longo de muitos e muitos anos, porque na medida em que o tempo passa - na
verdade o tempo não passa, nós é que passamos - a entidade fica mais forte e é
o que queremos. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr.
Presidente, em especial o Presidente Jaime Flores, particular amigo Jaiminho,
de tantas e tantas batalhas à beira de canchas de bocha, quero reforçar e
deixar aqui nesta tribuna também transcrita a necessidade de o Poder Público
olhar os clubes de bocha, olhar os clubes da classe média para baixo, devido a
uma conjuntura que está acontecendo na nossa Cidade que está onerando a grande
prestação de serviços desses clubes à comunidade porto-alegrense, quer através
do Código Civil, quer através de seus estatutos, quer através de suas organizações.
Jaiminho, são 75 anos do nosso Caminho do Meio que estamos comemorando com o
afago dos nossos corações; nós sabemos da história que ele conta, da história
da bocha e eu tenho a certeza de que, da maneira com que o pessoal do Caminho
do Meio age em relação ao seu Clube, de como a família Flores se dedica ao
Clube Caminho do Meio, que outros 75 anos, com certeza, como tantas glórias que
já conquistaram, eles haverão de perseguir novamente. Em meu nome quero, do
fundo do coração, dar os meus parabéns ao Caminho do Meio, à sua diretoria e a
seus associados. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães):
O Ver. Raul Carrion está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. RAUL CARRION: Em
primeiro lugar, o nosso abraço, em meu nome e em nome da Verª Manuela d'Ávila.
Quero
dizer que o Clube Caminho do Meio é um clube de grande tradição na nossa
Cidade: não só tem idade, mas tem tradição, tem pedigree, como diríamos. E nós sabemos como o jogo de bocha nas
nossas comunidades, especialmente nos arrabaldes, nas vilas, nos bairros, é um
instrumento de congraçamento, de reunião, de lazer da população gaúcha tanto em
Porto Alegre como em todo o nosso Estado. Então, o Clube Caminho do Meio tem
uma grande importância.
Eu
queria pessoalmente dizer que, para nós, do PCdoB, na década de 80, de 90, ali
era o local das nossas festas, dos nossos bailes - não só do PCdoB; eu diria de
diversos Partidos -, por ser um clube bem situado, por ser acolhedor, por toda
essa tradição. Então, temos belas recordações desse trabalho, e ele mostra que
é um clube sempre aberto para a Cidade, para a comunidade.
Tenho
certeza de que o Clube Caminho do Meio, mais dia, menos dia, conquistará como
esporte olímpico a bocha, e, certamente, o Rio Grande do Sul, Porto Alegre e o
Caminho do Meio darão grandes campeões olímpicos para o nosso mundo. Parabéns,
mais uma vez. Uma longa vida: já tem 75 anos, mas é jovem ainda. Parabéns;
satisfação. E, certamente, um abraço à Deputada Jussara Cony, que morava ali
pertinho e era quem organizava essas festas. Um abraço.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, nosso caríssimo Jaime,
evidentemente que é inesquecível no coração dos porto-alegrenses o Clube
Caminho do Meio das reuniões dançantes aos domingos, onde a sociedade toda de
Porto Alegre, domingo à tarde, como não havia dança em nenhum outro lugar,
convergia para o Caminho do Meio.
Nós
achamos que houve um preconceito muito grande em relação à bocha e seu
desenvolvimento fantástico, pois ela tendeu mais para as pessoas de idade,
sendo considerada um esporte apenas para velhos. Hoje é exatamente o contrário.
Eu tenho comparecido a um grande número de competições de bocha na Cidade, e a
quantidade de jovens participando é impressionante, e há uma integração, uma
confraternização e um crescimento fantástico do jogo de bocha no Rio Grande do
Sul.
O
Caminho do Meio, evidentemente, não poderia deixar de participar como clube de
vanguarda e, mais do que isso, como pioneiro que entendeu que, num esporte
relativamente barato, poderíamos congregar inclusive as pessoas de classe baixa
e classe média. Hoje as pessoas mais aquinhoadas estão fazendo parte também.
Então,
realmente, eu acho que é motivo de festa os 75 anos do Clube Caminho do Meio;
é, para Porto Alegre, um motivo de alegria, um motivo de dizer que nós nos
orgulhamos muito desse clube famoso de Porto Alegre.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, estimado Sr. Jaime Antônio Flores,
Presidente do Clube Esportivo Caminho do Meio, quero dizer a V. Sa. que eu falo
em nome da Bancada do PDT, do meu Líder, Ver. Dr. Goulart; do Ver. Nereu
D'Avila; do Ver. Mario Fraga; do Ver. Márcio Bins Ely e da nossa querida Verª
Neuza Canabarro.
Sem
dúvida nenhuma, 75 anos é uma história muito marcante - e o Ver. João Antonio
Dib ainda teve o cuidado de fazer o cálculo dos dias.
Eu
acho que, como a gente sempre diz, as entidades ficam, os clubes ficam, a
história fica, e os homens passam.
Sem
dúvida nenhuma, o Clube Caminho do Meio tem 75 anos de uma história
extraordinária, uma história voltada para a comunidade. Eu, que sou de origem
italiana - a bocha é um esporte que veio da Itália -, lembro-me que o
divertimento no Interior, dos meus familiares, do meu falecido pai, era a
bocha; um esporte sadio, um esporte limpo.
O
Ver. Ismael, que tem um convívio muito forte com esse pessoal da bocha, foi
quem teve a idéia muito boa de trazê-lo aqui, e V. Sa. já pôde dar o seu
recado, que vai ficar na história dos Anais desta Casa.
Portanto
fica aqui o nosso reconhecimento; eu acho que a Cidade tem um grande carinho
pelo Clube Esportivo Caminho do Meio. Receba o nosso abraço muito fraterno e
muito carinhoso, extensivo aos demais membros da Diretoria.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Maurício Dziedricki está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, Sr. Presidente Jaime Flores, é com satisfação que
nós, da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, registramos os 75 anos do
Clube Esportivo Caminho do Meio, seu papel na bocha numa época que reconhecemos
tão dura para os clubes da nossa Cidade e todas as dificuldades que enfrentamos
para mantê-los de portas abertas, atendendo à comunidade com eficiência e com
lazer.
Nós,
mais do nunca, gostaríamos de reiterar as felicitações de todas as Bancadas
desta Casa, no intuito de promover, através do Clube Caminho do Meio, a
integração da comunidade, o respeito aos cidadãos, fazendo com que, cada vez
mais, tenhamos a oportunidade de ver novos clubes surgirem, emergirem e terem
sucesso tanto quanto o Clube Caminho do Meio tem e comemora nesta dada.
Parabéns!
(Não
revisado pelo orador.)
Eu
quero cumprimentá-lo, cumprimentando a todos os do Caminho do Meio e os do meu
clube do coração também, o Independente. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h29min.)
O Ver. Paulo Odone solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares na data de hoje, dia 05 de dezembro de 2005.
(Obs.: Foi aprovado o Requerimento de Licença do Ver. Paulo Odone e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)
Passamos ao
GRANDE
EXPEDIENTE
O Grande Expediente desta data é destinado a homenagear o Instituto do Câncer Infantil pelo trabalho de alta relevância que tem realizado à sociedade gaúcha em busca da cura do câncer em crianças e adolescentes, sem qualquer discriminação. A proposição é do Ver. Carlos Todeschini.
Convidamos
a compor a Mesa o Sr. Algemir Lunardi Brunetto, Diretor-Presidente do Instituto
do Câncer Infantil; o ilustre Jornalista Lauro Quadros, Presidente
do Conselho de Administração do Instituto do Câncer Infantil; a Srª Sylvia
Foster, integrante do Conselho de Administração e Diretora do Instituto do
Câncer Infantil; a Srª Marion Souza, Gerente-Executiva do Instituto do Câncer
Infantil. Saudamos os demais presentes.
O Ver. Carlos Todeschini, proponente desta
homenagem, está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo da
Verª Sofia Cavedon.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Exmo. Sr.
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Elói Guimarães (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Quero dizer que estive na última 12ª
Corrida pela Vida e, conversando com o Dr. Brunetto, ele dizia: “Eu gostaria
muito de ir à Câmara para agradecer a parceria que nós tivemos no início”. Por
isso é que nós estamos aqui fazendo, meritoriamente - e eu creio que eu posso
falar em nome da Casa -, uma homenagem a esse magnífico trabalho realizado e
liderado por vocês, juntamente com toda a comunidade de Porto Alegre e do Rio
Grande do Sul, que beneficia as crianças de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul
e também algumas de fora do Estado. É um momento que demonstra o espírito de
força, de solidariedade, de compaixão e que consegue obter um sucesso já
notório, visível e importantíssimo aqui; é uma conquista. Vou fazer um pouco do
histórico do nosso Instituto. (Lê.): “O Instituto do Câncer Infantil do Rio
Grande do Sul, uma entidade sem fins lucrativos, tem uma história muito bonita
para nos contar. Ela começa em 1992, quando o médico oncologista pediátrico
Algemir Lunardi Brunetto e o jornalista Lauro Quadros uniram esforços para
criar, em nosso Estado, uma instituição voltada exclusivamente para o
tratamento de crianças com câncer. Desde então, muita coisa aconteceu. A
comunidade abraçou esse sonho e fez dele uma realidade. Através do trabalho e
das colaborações voluntárias, o Instituto do Câncer Infantil inaugurou um
centro hospitalar dotado dos melhores recursos técnicos e humanos, construiu
uma Casa de Apoio para receber crianças e seus familiares, adquiriu materiais e
equipamentos e projetou e equipou um completo laboratório de pesquisas médicas.
O Instituto é hoje uma referência para o tratamento
do câncer na América Latina. E consegue um índice de cura de 70% nos casos
atendidos. Para simbolizar essas conquistas, o Instituto do Câncer Infantil
elegeu personagens e situações do filme ‘O Mágico de Oz’. Entre eles, o Leão
representa, para crianças e adultos, a coragem que torna possível enfrentar e
vencer a doença, e a estrada dos tijolinhos amarelos simboliza a construção do
caminha da cura.
A gente até pode imaginar que, depois de tantas
realizações, esse caminho chegou ao fim. Mas a verdade é que os desafios
ficaram ainda maiores. É preciso manter e aprimorar o trabalho desenvolvido,
fazendo com que o Instituto do Câncer Infantil do RS cumpra sua missão de
atender a todas as crianças e adolescentes com câncer, sem qualquer
discriminação.
Trilhando esse caminho, o Instituto espera que, um
dia, todos possam comemorar 100% de cura nos casos atendidos. É uma longa
jornada, mas o Instituto do Câncer Infantil do Rio Grande do Sul está em boa
companhia. Afinal, as distâncias se encurtam quando o carinho e a solidariedade andam lado a lado.
A
missão do Instituto do Câncer Infantil é atuar na promoção da saúde da criança
e do adolescente na área do câncer infantil através do aprimoramento da
assistência médica e multiprofissional com estímulo ao ensino, à pesquisa, à
prevenção e ao diagnóstico precoce, visando a aumentar os índices de cura, e a
melhoria da qualidade de vida dos pacientes constitui-se na missão do Instituto
do Câncer Infantil.
O
Instituto do Câncer do Rio Grande do Sul oferece um tratamento e apoio para
centenas de pacientes, além de ser um centro de pesquisa da cura do câncer
infantil, constitui-se numa referência confiável para médicos de todo o Estado
e até para o resto do País.
Dentre
as conquistas do Instituto do Câncer Infantil do Rio Grande do Sul, ao longo
desses anos, resultaram no Serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital de
Clínicas de Porto Alegre, no Laboratório de Pesquisa, na Casa de Apoio e no
Centro de Apoio.
O
Serviço de Oncologia Pediátrica no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, numa
área física especialmente construída com recursos obtidos de eventos apoiados
pela comunidade e doações, em especial de grandes empresas, ocupa hoje uma área
de 1.600 m2 para o atendimento e internação das crianças e adolescentes com
câncer. O Serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto
Alegre é um moderno centro de referência, beneficiando centenas de crianças em
sua grande maioria carentes.”
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Todeschini, primeiramente
quero saudar V. Exª pela iniciativa e, em segundo lugar, com poucas palavras,
quero falar em nome da Bancada do PDT, saudando essas abnegadas pessoas que
prestam esse relevante trabalho, aliviando o sofrimento das nossas crianças.
Que Deus ilumine o caminho de vocês, dando muita paz e muita saúde por esse
trabalho extraordinário que prestam às nossas crianças! Muito obrigado.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado,
Vereador, pelo aparte e pelas palavras; também é sabido que são merecidas.
(Lê.): “O serviço oferecido é inteiramente gratuito, e há um constante aprimoramento da equipe multiprofissional, com estímulo ao ensino, à pesquisa, à prevenção e ao diagnóstico precoce, visando a aumentar os índices de cura e à melhoria da qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias.
O
compromisso permanente dessa equipe multidisciplinar é proporcionar às crianças
portadoras de câncer o tratamento necessário para que possa continuar atingindo
os índices de cura sempre em harmonia com os países de Primeiro Mundo.
Durante
o ano de 2004, foram realizadas no Serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital
de Clínicas de Porto Alegre 3.591 consultas a crianças e adolescentes, numa
média aproximada de 300 consultas por mês.
Durante
o ano de 2004, foram internadas no Serviço de Oncologia Pediátrica 573 crianças
e adolescentes, numa média aproximada de 48 internações mensais.
Resultados
importantes: o Instituto do Câncer Infantil do Rio Grande do Sul realiza várias
atividades que envolvem os pacientes e os seus familiares de forma ainda mais
efetiva, como, por exemplo, o Programa de Apoio Pedagógico, através das
professoras, coordenada pela professora Dóris Rechden Lobato.
O
Programa de Apoio Pedagógico tem por objetivo manter a criança vinculada em
suas escolas de origem a fim de que prossigam os seus estudos até durante a
internação.
O
Serviço de Psicologia oferece acompanhamento psicológico durante as internações
a todas as crianças pacientes do Serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital de
Clínicas de Porto Alegre desde a sua primeira internação.
O
Programa de Pesquisa Clínica tem por objetivo aprofundar as pesquisas na área
de oncologia.
Contando
sempre com o trabalho voluntário para contar e fazer a sua história, o
Instituto do Câncer Infantil do Rio Grande do Sul orgulha-se de formar,
capacitar e coordenar sua equipe de frente a cada desafio e ações propostas.
No
ano de 2004, contamos com o apoio de voluntários de forma qualificada.
Ampliamos nosso quadro de voluntários, oportunizando, dessa forma, a
qualificação através de seminários e reuniões. Em 2000, contava com 15
voluntários, hoje são 135 voluntários na Instituição, o que demonstra o
carinho, a seriedade e a confiança que a comunidade tem pelo Instituto.
E,
por último, para concluir, Sr. Presidente, a Corrida pela Vida é sempre o maior
evento do Instituto do Câncer Infantil. Esse evento foi inspirado no modelo
existente em New Castle, na Inglaterra. O sucesso das edições anteriores
consolidou a Corrida pela Vida como o mais eficiente canal de comunicação entre
a comunidade de Porto Alegre e o Instituto do Câncer Infantil do Rio Grande do
Sul.
A
Corrida pela Vida que, além de Porto Alegre, conta com edições em diversas
cidades do Rio Grande do Sul, como Caxias do Sul, Gramado, Sapiranga e Triunfo,
é um dos exemplos da mobilização da comunidade em prol da causa do Instituto,
cumprindo um papel não somente na captação de recursos, mas também na criação
de uma consciência em relação ao câncer infanto-juvenil.
Mais do que uma competição, a
Corrida pela Vida é uma demonstração de cidadania que envolve milhares de
pessoas dispostas a colaborar, através da aquisição de camisetas alusivas ao
evento. Seja correndo, caminhando ou simplesmente assistindo; as pessoas
presentes transformam o Parcão e suas imediações numa grande festa. Milhares de
pessoas participaram, na manhã do domingo, dia 30 de outubro, da 12.ª Corrida
pela Vida, promovida pelo Instituto do Câncer Infantil do Rio Grande do Sul.
A solidariedade da comunidade
gaúcha espantou o mau tempo, lotou as imediações do Parcão desde as primeiras
horas da manhã. Foi um grande sucesso, e queremos que continue cada vez mais
forte.
Então, cumprimentos, parabéns
à Diretoria e a todos os engajados nesse Programa, porque ele é altamente
meritório e demonstrador da consciência cívica, solidária e cidadã dos gaúchos.
Parabéns, então, ao Dr. Brunetto, ao Dr. Lauro e a toda a equipe aqui também
presente, pelo sucesso que tem desempenhado nessa empreitada. Um grande abraço
a todos. Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Antes de darmos a palavra ao ilustre Dr.
Algemir Lunardi Brunetto, Diretor-Presidente do Instituto do Câncer Infantil,
nós queremos registrar aqui a visita orientada de seis alunos do Kinder -
Centro de Reabilitação da Criança Especial, aqui liderados pela Prof.ª Patrícia
Teixeira. (Palmas.) É uma atividade que faz parte do Projeto de Educação
Política que o Memorial desta Casa desenvolve junto a escolas e entidades de
Porto Alegre e da Região Metropolitana.
O
Dr. Algemir Lunardi Brunetto, Diretor-Presidente do Instituto do Câncer
Infantil, está com a palavra.
O SR. ALGEMIR LUNARDI BRUNETTO: Exmo. Sr. Presidente da Câmara de
Vereadores, Elói Guimarães, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores.
(Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero, em nome da Diretoria,
do Conselho e dos colaboradores do Instituto do Câncer Infantil, agradecer por
esta lembrança tão honrosa da Câmara dos Vereadores, e agradecer, em especial,
ao Ver. Carlos Todeschini por esta iniciativa.
Mas, Sr. Presidente e Ver.
Todeschini, se me permitirem, juntamente com os demais Vereadores, gostaria de
inverter esta homenagem.
Nós,
do Instituto do Câncer Infantil, é que queremos prestar uma homenagem à Câmara
de Vereadores.
O
Instituto do Câncer Infantil é fruto de um sonho, um sonho que, como o Ver.
Todeschini disse, tinha há 10 anos apenas uma visão, uma imagem de futuro.
Nós
tínhamos o sonho e a vontade de trabalhar. E assim queríamos construir um
centro de excelência para o tratamento de crianças, a Casa de Apoio e o
Laboratório de Pesquisas.
E
há 10 anos, exatamente em 1995, estivemos nesta Casa, a convite do Ver. João
Motta, e lembro, examinando olhares e a atenção dos Srs. Vereadores, que, na
ocasião, estavam presentes o Ver. Dib, o Claudio Sebenelo, o atual Presidente
da Câmara, Ver. Elói Guimarães, e talvez outros Vereadores, neste momento a
minha memória falha, mas foi muito importante para nós, Ver. Claudio Sebenelo,
ter aquele apoio que permitiu que nós construíssemos a Casa de Apoio com doação
de iniciativa dos Vereadores desta Casa.
Ao
longo desses 12 anos, esses três grandes projetos se tornaram realidade;
lamento que o sistema de imagem aqui da Câmara não esteja funcionante, uma vez
que eu gostaria de trazer algumas imagens aos senhores, porque, na verdade,
seria a melhor forma de compartilhar este generoso apoio desta Casa.
Mas,
se não temos as imagens, temos as lembranças desses 12 anos de história
conduzidos pelo nosso grande líder, Jornalista Lauro Quadros. Eu poderia dizer
“o médico Lauro Quadros”. Talvez muitos dos senhores saibam, entre os
jornalistas, que o Lauro tem uma reputação que o qualifica ao título honorífico
de médico. Ele realmente tem essa capacidade especial de fazer diagnósticos, e
eu diria que ele não é um consultor lá no Hospital de Clínicas, onde o
Instituto do Câncer Infantil, através dessa parceria, realiza os atendimentos;
ele não é um consultor para casos difíceis, ele é um consultor para as horas difíceis.
Talvez, vendo aqui a excelência e a distinção de todos estes Vereadores, eu
também deva lembrar que o Lauro Quadros foi Vereador. Eu não tive a chance de
votar nele, porque naquela época eu não residia em Porto Alegre, mas, se eu
aqui residisse, com certeza o faria.
Então,
não tendo as imagens, como eu disse, fica a lembrança de tudo aquilo que se
conquistou nesses 12 anos, e eu queria que os senhores se sentissem também
homenageados pelos avanços nos índices de cura que se realizaram neste Estado ao
longo dos 10 anos de existência dessa parceria com o Hospital de Clínicas de
Porto Alegre.
Eu
aproveito para homenagear a representante do Presidente do Hospital, nossa
colega Vera Correa.
Então,
senhoras e senhores, vou encerrar dizendo que não deve ser uma missão fácil
quando os senhores têm de decidir sobre o destino de verbas públicas. Muito se
critica os políticos, mas, especificamente nessa decisão, Ver. Dib, em que a
Câmara há 10 anos destinou uma verba de 150 mil reais que, em parte, serviu para
a construção da Casa de Apoio, que atende todas as crianças e famílias carentes
do Estado, eu quero prestar uma homenagem que na verdade é um agradecimento,
porque a ajuda que os senhores unanimemente deram - que os Vereadores que por
aqui passaram destinaram para a nossa causa - muito contribuiu para que nós
pudéssemos chegar aonde chegamos.
Então,
a todos aqueles que, de uma forma ou outra, contribuíram com o Instituto do
Câncer Infantil, eu quero agradecer e deixar a nossa homenagem. Ver.
Todeschini, a todos os senhores o nosso agradecimento, o nosso muito obrigado
por mais esta oportunidade. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós estamos encerrando esta justa
homenagem ao Instituto do Câncer Infantil e queremos cumprimentar o Ver. Carlos
Todeschini por trazer aqui representantes desta sacra Instituição. Gostaria de
dizer que, lamentavelmente, o nosso aparelho, em que seriam passadas as imagens
da atividade, teve uma pequena pane, mas nós haveremos, logo no ano que vem,
Dr. Algemir, de convidar o Instituto novamente para vir aqui, porque
acreditamos que esta é uma forma de se fazer a difusão desse trabalho tão
importante na defesa da saúde das crianças, na defesa das atividades do
Instituto do Câncer Infantil.
Portanto,
nós estamos encerrando esta homenagem, e é bom que se diga que esta homenagem é
uma homenagem da cidade de Porto Alegre. Quando o Vereador fala, a Casa fala,
meu querido Lauro Quadros, é a Cidade que está falando, é a Cidade que quer
agradecer ao Instituto do Câncer Infantil. Portanto, nós queremos, aqui,
saudá-los mais uma vez e agradecer ao Dr. Algemir Lunardi Brunetto, que é o
Diretor-Presidente do Instituto do Câncer Infantil; queremos agradecer, aqui, a
presença do Jornalista Lauro Quadro, ex-Vereador, Cidadão de Porto Alegre,
Presidente do Conselho de Administração do Instituto do Câncer Infantil.
Queremos agradecer à Srª Sylvia Foster, integrante do Conselho de Administração
e Diretora do Instituto do Câncer Infantil, pela presença; agradecemos também à
Srª Marion Souza, que é Gerente Executiva do Instituto do Câncer Infantil, pela
presença.
Também
quero registrar que está presente aqui a Srª Vera Correa, que está
representando o Presidente do Hospital de Clínicas, Prof. Sérgio Pinto Machado.
Portanto, com os penhorados agradecimentos da Cidade ao Instituto do Câncer
Infantil, nós suspendemos os trabalhos para os cumprimentos aqui a essas
pessoas especiais, que hoje vêm a esta Casa receber esta homenagem. Estão suspensos os
trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h56min.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 15 horas): Estão reabertos os trabalhos.
O
Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra em Grande Expediente, por cedência
de tempo do Ver. Valdir Caetano.
O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos acompanha nas galerias desta Casa
e pela TV Câmara, eu quero registrar aqui uma grande confraternização, uma
avaliação que o Partido Trabalhista Brasileiro implementou nos dias 2, 3 e 4,
em Capão da Canoa, reunindo os seus dirigentes estaduais, Prefeitos,
Vereadores, Vice-Prefeitos, Deputados Estaduais e Federais, com a presença
sempre notável do Senador Sérgio Zambiasi.
Nós
nos organizamos sobre a temática de idéias para o Rio Grande, idéias que
estamos tratando na instância partidária, mas que, acima de tudo, temos o
compromisso de dividir, e hoje estamos fazendo, através desta tribuna, com os
outros Partidos, porque já começa a antecipação do pleito eleitoral de 2006.
Nós
estamos acompanhando a mobilização de nossos Partidos, de nossos dirigentes, de
nossas Lideranças, no intento de ocupar talvez a cadeira do Palácio Piratini.
Uma
das questões que mais me chamam a atenção é justamente o compromisso que nós
temos em fazer um Plano de Governo não mais baseado em promessas que não são
cumpridas. Hoje a nossa responsabilidade é tratar as formas de maneira
solidária, acima de tudo respeitando as pretensões e as particularidades que o
nosso Estado tem. Para tanto, realizamos um curso temático, com inúmeras
autoridades fazendárias, tributárias, da economia, compilando os dados da
realidade do Rio Grande do Sul, do Governo Federal e, particularmente, da nossa
Capital, por se tratar da Capital do Rio Grande do Sul, e pela série de investimentos
que existem a ser cumprida em parceria com a esfera estadual.
Realizamos
esse fórum com a possibilidade de elencar aqui alguns dados que gostaria de
dividir com meus Pares. Sob a tutela do Coordenador do Mestrado e Doutorado da
Faculdade de Direito da PUC-RS, o eminente jurista Juarez Freitas, elencamos
uma série de dados que devem ser tratados não a curto prazo, mas, sim, numa
proposta maior, em que tenhamos a convicção de que bandeiras partidárias ocupam
transitoriamente o poder, mas a estrutura do Estado permanece acima de tudo e,
essa, sim, deve ser respeitada sob a tutela da responsabilidade, da seriedade,
da competência e da gestão plena, em que tenhamos como ponto a importância do
desenvolvimento de uma política de Estado com um ambiente institucional
regulatório. O que tratamos nisso é justamente a oportunidade de elencar quem e
quais serão os indicadores que elevarão as nossas tarifas, as nossas taxas e a
forma de contribuição para tanto frente à sociedade, para que tenhamos
elementos claros, que nos ajudem a nortear o custo do feijão, do arroz, do
leite, da passagem intermunicipal, da gasolina, através de uma identificação
clara de poder, não mais à mercê do alto ou baixo custo dos valores políticos
agregados.
Temos também a construção de um núcleo jurídico
qualificado para desenvolver os nossos projetos básicos - e Porto Alegre já foi
referência nisso, pois votamos, na semana passada, o Tribunal Contencioso, onde
instrumentalizaremos e daremos condições para que a Procuradoria cobre de quem
deve. É mais uma ação que devemos tratar no Estado, para que não brinquemos com
precatórios que nunca são pagos. Devemos dar atenção ao choque de
produtividade, à redução da burocracia, à implantação de um estatuto dos
direitos fundamentais.
Temos também que investir em infra-estrutura, em
condições mínimas de civilidade, e isso se dá aliando o poder do Estado à
população gaúcha, que levará o novo Governador para o Rio Grande através da sua
participação no Município, no que é palpável, que é onde nossos cidadãos moram,
residem, e têm lá suas dificuldades na frente de casa, no colégio, na escola,
no trabalho, no ônibus.
Temos que priorizar os investimentos daquelas obras
que estão inacabadas. Nós, aqui em Porto Alegre, já estamos fazendo isso,
buscando condições de resolver aquelas demandas do Orçamento Participativo de
forma efetiva e de maneira eficaz, e também da Reforma Tributária diferenciada,
cobrando mais de quem pode mais, e minimizando os custos daqueles que menos
têm.
Esta foi a parte temática, a parte técnica do nosso
encontro, em que estiveram presentes o Ver. Elói Guimarães, o Ver. Brasinha, o
Secretário Cassiá, o Secretário Portella. Mas precisamos registrar o
compromisso que o Senador Sérgio Zambiasi atestou nos microfones do evento e também
para os seus militantes de que é intenção do PTB ocupar, sim, o Palácio
Piratini, desenvolvendo oportunidades - e tenho certeza de que os nossos Pares
de outros Partidos também terão candidatos próprios. Mas, sobretudo, devemos
buscar a responsabilidade dos nossos discursos, já antecipando a questão
eleitoral, antecipando mesmo aqueles que lá, em 2006, disputarão o voto, pois a
comunidade de Porto Alegre merece respeito. E a política Rio Grande do Sul,
mais do que nunca, tem sido tratada com ética, com tutela. E eu tenho certeza
de que o Senador Sérgio Zambiasi estará nos acompanhando nesse segmento.
Gostaria de registrar, com a mesma importância do
nosso encontro, algo que é mais cruel, algo que tem sido uma das causas da
violência na rua, elencado por aqueles que buscam alternativa de trabalho em
cima de motocicletas, seja através da entrega, dos deslocamentos - como temos
em Pelotas, os mototáxis -, das diversas utilidades que a moto representa para
seus motoristas.
O Caderno de Polícia de Zero Hora estampa o roubo,
o furto de motocicletas na nossa Cidade e no Rio Grande do Sul. Apresenta um
dado em que 14% das ocorrências, em uma semana apenas, foram por conta do furto
de motocicletas. (Mostra jornal.) E o pior de tudo, a motocicleta está aliada
não somente ao trabalho, mas, sim, à morte, porque grande parte, como foi o
caso do Fernando Amador, morre em cima de uma moto no exercício do seu
trabalho. Existem condições que nós devemos buscar e resolver, e uma delas está
em minimizar os atentados às vidas dos nossos rio-grandenses. A motocicleta
hoje desempenha um papel importantíssimo no trabalho, ressalvados aqueles que
usam e abusam da alta velocidade. Mas tenho a impressão de que existem
Vereadores nesta Casa com Projetos - como é o caso do Ver. Sebenelo, se não me
falha a memória - de regulamentação do transporte de cargas. Nós devemos nos
preocupar não somente com o transporte de cargas, com a velocidade impressa
pelos motociclistas da nossa Cidade, mas devemos nos preocupar também com essa
onda, Ver. Sebenelo, de furtos das motos na nossa Cidade.
O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Há uma grande tragédia urbana no
Brasil, hoje, que é o número crescente de mortes. No Rio Grande do Sul, em dois
anos, cresceu 84% o número de mortes em acidentes com motocicletas. Esse
verdadeiro suicídio coletivo de nossos jovens está repercutindo também nessa
profissão e, principalmente, na questão não só do transporte de carga com moto,
mas do mototáxi, que nós, fundamental e principalmente, estamos proibindo,
porque, nesse caso, morrem dois no mesmo acidente. Nós temos a necessidade da
redução das nossas estatísticas com a regulamentação dos serviços: não da
profissão, mas da prestação de serviços. Muito obrigado pelo aparte.
O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: E dessa forma,
nós devemos não somente nos preocupar com a regulamentação, que é de suma
importância, mas devemos buscar planos de investimentos na área de Segurança.
Foi votado e aprovado por esta Casa o Projeto das
Parcerias Público-Privadas; quem sabe não está aí a oportunidade de investir em
novas formas de Segurança Pública, para que possamos permitir mais segurança
aos que transitam em seus veículos e em coletivos? Eu espero que a violência
carioca não chegue aqui. Espero que aqueles atentados tremendos que acontecem
no Rio de Janeiro não sirvam de exemplo para que tenhamos que tomar medidas
mais severas na questão da Segurança Pública. Mas que esses, que estão hoje nas
páginas policiais, valem-se do trabalho, que tem um alto custo para comprar ou
adquirir suas motos, tenham pelo menos a atenção da Brigada Militar, da Polícia
Civil, da Guarda Municipal e daqueles nossos colegas Vereadores no intento de
buscar soluções para minimizar a criminalidade em Porto Alegre, no Rio Grande
do Sul. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Convidamos o
Secretário Municipal de Obras e Viação, Ver. Cassiá Carpes, para fazer parte da
Mesa, uma vez que espontaneamente vem à Casa, embora a Casa também, por diferentes
Vereadores, manifestou interesse de que S. Exª se manifestasse. A matéria é
regida pela seção 7ª, do Regimento, art. 137 e art. 139.
O Sr. Cassiá Carpes está com a palavra.
O SR. CASSIÁ CARPES: Em primeiro
lugar, quero saudar o Presidente Elói Guimarães e a todos os Vereadores, todas
as Vereadoras, todas as Bancadas aqui representadas nesta Casa, é uma enorme satisfação estar aqui,
pela primeira vez depois que assumi a SMOV, onde atendo a todos os Vereadores,
independente de Partido, pois lá não tem Partido; tem Porto Alegre, e isso é
bom dizer.
Nós
precisamos desmistificar essa questão da CIP - Contribuição de Iluminação
Pública - que no primeiro Projeto foi votado por esta Casa com apenas seis
votos contrários, dos quais um é deste que lhes fala. Foi um Projeto do Governo
anterior e, diga-se de passagem, Ver. Ervino Besson, o seu Secretário da SMOV
não veio aqui para justificá-lo, para encaminhá-lo, para aperfeiçoá-lo, para
dizer à sociedade do que se tratava a CIP.
Portanto,
fui surpreendido quando o Ver. Carlos Todeschini me criticou num programa de
televisão, e fui tomar conhecimento do que se tratava. No outro dia, pedi que a
Casa me enviasse o Projeto atual para que eu pudesse fazer algumas
considerações. E, conseqüentemente, até liguei para o Vereador, pela manhã,
dizendo que eu estava sujeito a ir à Casa, como convidado, ou até como estou
fazendo aqui, com possibilidade de esclarecer certos pontos do dia-a-dia da
SMOV, que trata da Divisão de Iluminação Pública. Vendo os Projetos, constatei duas
questões diferentes: uma, de que o Projeto anterior dizia que seria cobrado, à
revelia, no ano de 2006, portanto, para o próximo ano, 3,5%; a outra, o Projeto
do atual Governo é de 2,8% para residencial e 8,2% para não-residencial. Então
essa é uma modificação de valores fixos, quando, anteriormente, eram
percentuais. E também, aquele que eu citei anteriormente, de quem não tem a
rede, sempre lembrando a todos vocês e à sociedade de que quem coloca a rede é
a CEEE; a DIP, a SMOV colocam os pontos, que são a lâmpada, o braço, enfim,
todos aqueles componentes que fazem com que, tendo a rede, possamos ampliar a
capacidade do cidadão, como já colocamos, por exemplo, na Timbaúva, na
Ecológica e outras na Cidade, recuperando a capacidade do cidadão.
Mas,
infelizmente - e não é uma crítica a um ou outro Governo -, todos os Governos
têm buscado o mesmo objetivo: taxar o contribuinte e criar mecanismos para,
cada vez mais, buscar, através do contribuinte, alguma taxação.
Independentemente de Governo - Municipal, Estadual e Federal -, todos os
Governos, sem exceção, cometem esse erro, como se isso fosse salvar alguma
coisa.
Mas
eu quero dizer que este Governo, o Governo Fogaça, é diferente do PT. A maior
prova é que este Secretário está aqui, e o outro eu nem saberia dizer quem era,
naquela época, Ver. Dr. Goulart, porque ele não vinha dar esse tipo de
esclarecimento. Eu estou vendo que está aqui o Portella, do GPO. Hoje, pela
manhã, esteve aqui o Secretário da Fazenda. E ele está aqui a toda hora,
explicando alguma coisa. No Governo anterior, quando o André comparecia era
para pressionar o Plenário a apresentar emendas, etc.
Eu
quero deixar bem claro - e isso é muito bom que os Vereadores saibam - que em
Porto Alegre nós temos quatro mil pontos atrasados.
(Ruído
decorrente da queda de um móvel no plenário.)
O SR. CASSIÁ CARPES: Não foi nada. Foi só um móvel que caiu.
(É
feita a retirada da expressão ofensiva de acordo com o deferimento do Sr.
Presidente.)
O SR. CASSIÁ CARPES: Então, este aspecto é muito importante:
há quatro mil pontos atrasados.
O SR. ADELI SELL (Requerimento): Eu, respeitosamente, estou ouvindo o
Secretário e peço que ele retire o que disse anteriormente, pois é um
desrespeito à nossa posição.
O SR. CASSIÁ CARPES: Em consideração ao Ver. Adeli Sell, um
Vereador que eu admiro, eu retiro o que disse anteriormente.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Muito bem. Está retirado.
O SR. CASSIÁ CARPES: Então, eu quero dizer que nós temos
quatro mil pontos atrasados, e essa é a minha preocupação. Ver. Adeli, eu o
estimo muito e sempre o atendo com a maior delicadeza, independente de Partido,
eu quero lhe dizer que, ao adentrarmos na Prefeitura, dos 175 milhões de reais
da dívida deixada pelo seu Governo, 20 milhões de reais são da SMOV. Portanto,
todos os empenhos, de julho até dezembro - pasmem! -, não foram feitos; a SMOV
está sucateada, devendo 20 milhões de reais: exatamente - depois eu posso
passar para os Vereadores - R$ 19.888.988,19. Não havia um empenho dessa
dívida! Portanto, dos 175 milhões de reais da dívida, 20 milhões eram da SMOV.
Estávamos, então, sucateados. Isso prejudicou bastante a capacidade da SMOV e,
hoje, além da SMOV, há duas empresas terceirizadas. A SMOV só faz a manutenção
da iluminação das praças, das grandes avenidas e do Centro da Cidade; as demais
manutenções são feitas por duas empresas contratadas. Como cada vez mais se foi
perdendo a capacidade de carros, funcionários, equipamentos, foram contratadas
duas empresas para fazerem a manutenção nos demais bairros da Cidade, sendo que
cada uma delas tem quatro equipes. E quando nós assumimos, essas empresas não
queriam mais fazer, devido a esse atraso desde julho, e nós fomos descobrir que
os empenhos não tinham sido feitos.
Portanto,
essa é uma radiografia da SMOV, que fez agora 50 anos, na sexta-feira. O Ver.
Todeschini, o Deputado Estilac Xavier, o Ver. Guilherme Barbosa estiveram lá.
Então, nós estamos aqui para dar aos Vereadores um esclarecimento. Não precisa
o PT, que criou a CIP, agora dizer que só vai votar porque o Secretário Cassiá
vai se posicionar assim ou assado. Não! Eu amanhã não sei se serei Secretário,
mas tem uma coisa em que eu não mudo; se eu estivesse nesta Casa, eu votaria
contra, mas eu não sou mais Vereador. Só votaria a favor se fosse recuperado
anualmente, como já era o meu posicionamento. Eu sempre fui contra o pagamento
da CIP só para pagar conta da CEEE, que hoje chega a 58 milhões de reais. Logo,
meus princípios são os mesmos. E olha que tem que ter coragem para estar aqui,
sendo Governo, coisa que, e eu volto a frisar, o outro Secretário não fez, não
veio, até porque eu não lembro quem era, mudava muito.
Portanto,
esse aspecto é fundamental. Os Vereadores que puderem colocar alguma emenda que
preservem, Sr. Presidente, a iluminação pública e, diga-se de passagem, esta
Casa - eu estava aqui, o Ver. Todeschini não estava - aprovou, por unanimidade
de todas as Bancadas, um financiamento do BNDES de 18 milhões de reais e mais 5
milhões de reais de contrapartida da Prefeitura.
Nós
estamos ampliando, estamos buscando o Reluz, estamos esperando o
contingenciamento do Banco Central, do Governo Federal, para que possamos
começar no ano que vem.
Além
disso, a SMOV luta por outra frente, o Reluz, por um financiamento de 30
milhões de reais com 25% da Prefeitura, como contrapartida. Portanto, nós não
estamos parados. Está aí, deve estourar no ano que vem, para que nós possamos
mudar a iluminação de Porto Alegre de vapor a mercúrio para vapor a sódio, o
que dará uma economia de 30% a 40%, muito mais durabilidade e,
conseqüentemente, mais iluminação para o contribuinte de Porto Alegre.
Portanto,
no meu entender, até isso nós temos de acoplar à CIP, essas questões de
recuperação. Porto Alegre não faz essa eficientização - é como se chama essa
troca de vapor a mercúrio para vapor a sódio - desde 1979. Sete nove! Todas as
cidades já estão mais adiantadas, nós estamos atrasados nessa questão, e isso é
muito importante. Então, quero dizer que nós estamos preocupados com essa
situação, para que nós possamos passar subsídios aos Vereadores sobre a
questão, que é de Porto Alegre e para que, conseqüentemente, possamos criar
mais alternativas para aperfeiçoá-la.
Não
vamos, agora, querer dizer que o Governo anterior, que criou essa situação, é
contra. É contra por quê? Porque mudou o Governo? Não. Temos de buscar
alternativas aqui para o bem da iluminação pública de Porto Alegre,
independentemente de Bancada. Porque, naquela oportunidade, apenas seis
Vereadores votaram contra. A maioria da Casa - que mudou muito pouco - votou a
favor, e foi um Projeto do Governo anterior. Então, isso é bom citar.
O
Ver. Todeschini - e eu posso alertá-lo aqui, Ver. Todeschini - teve muita
influência na SMOV. V. Exª conseguiu asfaltar, sem ser Secretário da SMOV, 21
ruas, e V. Exª tem que explicar para a população de Porto Alegre como é que V.
Exª, não sendo Secretário da SMOV, conseguiu asfaltar 21 ruas. Isso V. Exª tem
de explicar. Eu não entendi, estou solicitando ao DMAE que V. Exª explique como
é que conseguiu, sendo Secretário do “primo rico”, o DMAE, asfaltar pela SMOV
21 ruas! Eu não entendi até agora, estou pedindo ao DMAE que me explique, até
porque volta e meia há denúncias no DMAE. Então, isso aí eu gostaria que V. Exª
explicasse.
Outra
coisa que eu gostaria de perguntar para o Ver. Todeschini é se ele tem
transportadora, empresa de ônibus, porque na sua campanha caríssima - foi a
campanha mais cara de Porto Alegre - o Ver. Todeschini colocou em ônibus mais
de três mil pessoas empilhadas numa festa de campanha. Então, eu gostaria de saber
se V. Exª tem alguma empresa de ônibus.
O
SR. RAUL CARRION (Questão de Ordem): Ver.
Elói Guimarães, eu gostaria de fazer uma Questão de Ordem. Primeiramente, no
Regimento um comparecimento é para prestar esclarecimentos, não para cobrar
esclarecimentos dos Vereadores. Eu não posso compreender que venha um
Secretário aqui para acusar Vereadores ou pedir esclarecimentos a eles! Ele é
que tem que esclarecer. Obrigado.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Não,
eu, como Secretário, tenho que solicitar isso, pois eu não entendi.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Secretário,
tenho que ouvir a Questão de Ordem do Ver. Adeli Sell.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Acho
que o fórum competente é aqui na Câmara.
O
SR. ADELI SELL (Questão de Ordem): Vereador,
só vou pedir a V. Exª, Sr. Presidente, que havendo um comparecimento, o
Secretário se atenha à pauta que nós decidimos, a qual se refere à questão da
Contribuição de Iluminação Pública, para o bem da Câmara, dos trabalhos aqui e
da cidade de Porto Alegre.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA (Questão de Ordem): É de estranhar que um Secretário chegue aqui e não tenha a
liberdade de pedir esclarecimentos a respeito de Administrações anteriores. Eu
não quero saber, Presidente, se aqui é a Casa ou não, o que eu quero saber é se
todos nós da Câmara Municipal de Porto Alegre vamos comungar com o que se faz
em Brasília, deixando que a classe política realmente seja desacreditada.
Quando chega um Secretário que quer esclarecer as coisas, vem a parte que
estava no Governo para dizer que isso não é possível. Até onde nós vamos com
isso?
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está
esclarecido. Eu vou assegurar a palavra ao Sr. Secretário e pedir que se atenha
à matéria objeto do comparecimento.
A
SRA. MARIA CELESTE (Questão de Ordem): Eu gostaria que a Mesa Diretora pudesse propor aos
Vereadores...
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está
com a palavra a Verª Maria Celeste, que está formulando uma Questão de Ordem.
(Manifestações
paralelas.)
A
SRA. MARIA CELESTE (Questão de Ordem): Sr. Presidente, para o bom andamento deste
comparecimento, gostaria que a Mesa pudesse colocar, esclarecer ao Plenário
sobre a metodologia usada. Se o Sr. Secretário pode chegar aqui e fazer a
interpretação que fez, trazendo outras questões para além daquele objeto,
daquela matéria determinada para este comparecimento. Gostaríamos, então,
também, de ter o direito de resposta. E gostaria que o senhor colocasse tempo
para que cada Bancada pudesse manifestar-se, porque, senão, nós vamos ter o que
está acontecendo aqui: cada Vereador vem no microfone e coloca as suas questões
em decorrência de outras situações que não aquela que é objeto deste
comparecimento. Por favor, eu gostaria deste esclarecimento ao Plenário.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu respondo a
V. Exª que as Bancadas terão oportunidade de se manifestar.
Peço ao Sr. Secretário que dê continuidade aos
esclarecimentos sobre a matéria objeto do comparecimento, que é a CIP-
Contribuição de Iluminação Pública.
O SR. CASSIÁ CARPES: Quero concluir
dizendo que a CIP está aí, os senhores terão que votá-la. Como Secretário,
volto a frisar à Bancada da situação que quem criou essa CIP foi o Governo
anterior, que votou a favor. Portanto, agora, não venham se fazer de vítimas.
Votaram, trouxeram esse problema para a Casa, que agora está sendo aperfeiçoado
e, eu, como Secretário, volto a frisar - o outro Secretário não veio aqui
naquela oportunidade dar esse tipo de explicação -, o que eu posso fazer para a
Bancada da situação, e até da oposição, é alertá-los de que se nós não
colocarmos alguma emenda, alguma razão para a recuperação desses quatro mil
pontos atrasados, em 2006, quem sabe, nós vamos ter cinco mil pontos, depois
seis, sete, e conseqüentemente isso vai-se acumulando.
Volto a frisar: o objetivo da Contribuição de
Iluminação Pública é a recuperação da iluminação pública em Porto Alegre,
embora nós saibamos que existe essa dívida do Governo anterior, que vem se
acumulando e já chega a 58 milhões. Porto Alegre paga um milhão e 800 mil reais
por mês de iluminação pública à CEEE – paga, entre aspas, não está pagando, até
porque não há um consenso, e parece que agora vão chegar a um consenso para que
nós possamos recuperar a capacidade da iluminação pública em Porto Alegre.
Então, esse aspecto é muito importante. É esse o esclarecimento, é essa a
questão que eu trago aqui, porque a cada ano a capacidade da SMOV vai perdendo condições. Eu até
salientei aqui que hoje a SMOV só faz a manutenção das praças, das grandes
avenidas e do Centro da Cidade; o restante é feito por equipes terceirizadas.
Isso mostra o sucateamento dos últimos anos, a falta de recuperação do
maquinário, a falta de recuperação das condições de manutenção da Cidade. O
Governo que nós pegamos é esse, a gente tem que relatar. Eu estou falando da
SMOV, mas poderia falar de outras Secretarias também.
A
SMOV no todo, a Divisão de Conservação de Vias Urbanas, está totalmente
sucateada. Nós temos que desmistificar, nós temos que dizer a verdade a todos
os Vereadores, até aos do PT, por que não? O Governo anterior sucateou a SMOV.
Ou será que dói ouvir isso? Mas eu tenho que dizer!
E
eu estou preocupado, porque sem ter um planejamento para a recuperação da SMOV,
volto a frisar, se a CIP não preservar a SMOV naquilo que é a sua
atribuição, de manutenção da Cidade no que se refere aos pontos de luz, o
cidadão vai, a cada ano, ter mais dificuldade. A eficientização, pela troca de
mercúrio para sódio, não se faz em Porto Alegre desde 1979; portanto desde o
Governo anterior e até outros, não se faz essa modificação em Porto Alegre, o
que trará - e é isso o que nós estamos buscando com a aprovação do Projeto por
esta Casa - uma economia de 30% a 40%. Isto vai fazer com que o cidadão tenha
mais segurança: a melhor luminosidade, a melhor iluminação em Porto Alegre.
Caso contrário, nós vamos criar a CIP e não vamos ter o que o cidadão
quer: segurança. Iluminação é segurança, e de segurança o cidadão, Presidente,
precisa. Por isso eu estou aqui dando estas informações.
Cabe
aos Vereadores fazerem considerações, ampliar, melhorar, acomodar no Projeto
alguma coisa que venha a sustentar e conseqüentemente preservar o cidadão. Hoje
há um risco muito grande em Porto Alegre, que se está tornando uma Capital
violenta por falta de segurança. E iluminação, Ver. Adeli, é segurança.
Obrigado, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra.
Então, se são quatro mil
pontos de luz, serão cinco mil no ano que vem, seja lá o que for, é de
responsabilidade do Executivo. V. Exª vai dizer quantos pontos são, porque o
senhor é o gestor, neste momento. Então, nesse sentido, nós não podemos agora
ser colocados numa situação como se estivéssemos aqui para obstruir o Projeto.
Nós estamos discutindo, sim, a questão de quando votar. Faremos emendas?! Sim
ou não. Agora, eu não posso, com todo o respeito, utilizar essa questão da
iluminação pública para fazer um debate sobre balanço da Administração. Se há
problemas, Ver. Cassiá, eu lhe faço uma sugestão, pois já fui Secretário: o
senhor abra uma sindicância, vá ao Ministério Público, o senhor tem todo
direito de o fazer, mas não vamos vir aqui, numa Sessão de esclarecimentos, e
fazer disso um bate-boca entre situação e oposição, entre quem é mais ou menos
povo! Nós sabemos que é um tema difícil; agora, nós tivemos uma posição na
gestão passada. Nós não somos uma Bancada oportunista, que muda de posição
segundo os ventos. V. Exª sabe, inclusive, que a nossa Bancada votou, por
exemplo, favoravelmente ao tribunal tributário, um tema difícil, complicado.
Mesmo não aceitando as nossas emendas, os senhores tiveram a nossa votação.
Então,
vamos parar de fazer disputa, vamos começar a trabalhar efetivamente, e não
fazer disso um palco para saber quem é mais ou menos povo. Eu acho que o povo
vai, evidentemente, se queixar do aumento de IPTU. Esse é real, esse é
concreto, esse nós podemos discutir sim ou não. Eu votarei não. Agora, Taxa de
Iluminação Pública, ou melhor, Contribuição de Iluminação Pública, por ser uma
contribuição, subentende-se, já, por si só, que é de melhoria. Sendo assim, o
senhor pode utilizar o dinheiro para pagar a dívida da CEEE, para retomar
pontos de luzes que já existiam e fazer novos pontos de luz. O senhor tem o
direito, o senhor tem o dever, porque o senhor é o Secretário. Cabe a nós
votarmos a Lei e fiscalizar. Eu quero, portanto, repudiar os aspectos
demagógicos e a disputa político-partidária que está sendo feita sobre um
episódio que nós vamos discutir, sim: segurança da Cidade por boa iluminação
pública. É por isso que muitas vezes eu lhe cobro, por exemplo, a recuperação
de pontos de luz. Essa é a realidade, esse é o verdadeiro debate. O resto é
demagogia, e eu não vou cair nessa esparrela!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães):
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado,
Sr. Presidente, e cumprimentos ao Secretário Cassiá. Questões à parte foram
colocadas, mas devemos ter um fórum específico para debater. Aqui não há
problemas; debateremos os pontos sem nenhum problema.
Na
Sessão Extraordinária de 15 de dezembro de 2003, havia uma afirmação: o povo
não tem dinheiro. Pobre da população, como vai entender a política dessa forma
em que os Partidos que brigam agora estão unidos para um pagar a dívida do
outro? Mas quem vai pagar é a população de Porto Alegre. Sorrateiramente, a
essa hora da noite; sorrateiramente, não, no último dia do Plenário, não; a
população de Porto Alegre não merece isso. A população nem sabe que essa
malfadada Contribuição de Iluminação Pública existe nesta Casa. Essas e outras
coisas eu tenho gravadas em CD, as suas palavras; inclusive o Senhor é autor de
um Projeto de Lei contrário à taxa de iluminação pública, porque, em nome da
valorização da Casa, o senhor disse que deveria esta Casa aprovar a proibição
da cobrança da taxa de iluminação pública. Pergunto: o que é que muda agora na
sua posição por ser Governo?
Segunda
questão: o Projeto também é equivocadamente afirmado como um projeto da Frente
Popular, pois essa é uma decisão da Frente Nacional de Prefeitos, é uma decisão
suprapartidária, um acordo suprapartidário transformado em lei, em medida
provisória, ou algo equivalente, que busca dar conta dos custos das contas de
iluminação pública para com as companhias, porque todos os Municípios tiveram
dificuldades de saldar essa conta, com essa dificuldade fiscal, enfim, de todos
os Municípios, especialmente, dos grandes Municípios, das Capitais e Regiões
Metropolitanas. No entanto, o senhor afirmou, à época, afirmou há poucos dias
nos jornais, e afirmou hoje também, que se estivesse aqui votaria contra.
Então, o senhor nos pede que votemos a favor, é isso?
Quanto
à questão da dívida, não é verdadeiro isso, tenho como obrigação fazer uma
contestação de suas palavras de que existe uma enorme dívida deixada pela
Administração anterior, porque isso tem-se repetido sistematicamente, e, na
verdade, o Governo tem deixado de cumprir suas obrigações para com as obras e
serviços, tanto é que tenho citado aqui que a situação das vias, isso sim seria
uma coisa importante, se a SMOV pudesse fazer: a recuperação das pistas de
rolamento das vias, porque há vias que estão quase intransitáveis; cito, por
exemplo, a Av. Niterói, a Av. Oscar Pereira entre Av. Niterói e a 3ª
Perimetral, ali na Rua Dona Margarida; existe aquela passagem pelo túnel para
pegar a Av. Castelo Branco, próximo à Santa Casa, pela Rua Duque de Caxias
também, e inúmeras ruas que eu poderia citar aqui que estão praticamente
intransitáveis. Então, sobre as ruas o que tem que se discutir não é o que foi
feito, é aquilo que não está sendo feito e que está deixando a dever para a
Prefeitura, mesmo com o aumento da cobrança de impostos, mesmo com tarifaços,
mesmo com todas as medidas que o Governo tem implementado. Tem deixado muito a
desejar.
Então,
eu queria ser muito elucidado sobre a questão da sua posição como se Vereador
fosse, como oposição foi, e sempre militou, inclusive com autoria de projetos
contra essa medida da cobrança da Contribuição de Iluminação Pública. Muito
obrigado, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O
Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra.
O
SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr.
Presidente; Ver. Cassiá Carpes, Secretário de Obras; Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, o debate que propomos nesta tarde é um tanto quanto polêmico, tendo
em vista que percorreu mais de um Governo, houve uma troca na Administração da
Prefeitura de Porto Alegre, existem dados que precisam ser apontados.
Eu
tenho a certeza de que a iniciativa do Secretário Cassiá aqui é justamente
contribuir no que diz respeito à eficientização e a esse Projeto do Executivo
da Contribuição de Iluminação Pública. Eu tenho tido a oportunidade de
discuti-lo, e hoje nós tivemos uma demonstração clara da preocupação do Governo
com relação a esse Projeto; tivemos aqui a presença do Secretário Tatsch, do
Secretário Portella, bem como do Secretario Cassiá, para que tenhamos uma
amplitude maior no que diz respeito à qualidade dos serviços prestados pela
Prefeitura de Porto Alegre.
E
o Ver. Cassiá nos apresenta aqui um dado de quatro mil pontos defasados, quatro
mil locais onde não existe qualidade da iluminação pública, que efetivamente
está ligada a um projeto maior da Prefeitura da nossa Cidade na questão da
Educação e da Segurança - segurança aos nossos cidadãos, segurança aos
moradores da nossa Cidade, dando condições mínimas de infra-estrutura e de
dignidade.
Eu
queria registrar, Secretário Cassiá, que me preocupa a questão justamente do
trânsito do Executivo com o Legislativo, por conta de um aumento ou de uma nova
formulação da Contribuição de Iluminação Pública, mas eu também tenho a certeza
de que já há um compromisso explícito do Prefeito de fazer com que essa taxa,
esse aumento, possa estar diretamente envolvido, diretamente preocupado com o
regaste desses quatro mil pontos, bem como dessa eficientização que
precisa modernizar a iluminação pública da nossa Cidade, na troca do vapor de
mercúrio pelo vapor de sódio.
Isso
diz respeito não somente aos 58 milhões da dívida, mas proporciona que a
Prefeitura de Porto Alegre possa buscar capacidade de investimento, tendo em
vista já essa avançada discussão de auxílio junto aos outros órgãos do Governo,
ao Banco BNDES, bem como a Eletrobrás, que já tem um crédito aprovado de 18
milhões de reais para investimento nessas lâmpadas.
Então,
tenho certeza, Secretário Cassiá, que a explicação dada num primeiro momento,
bem como as respostas a essas formulações, serão bem-vindas por todos os
Vereadores.
Há
de se respeitar também os valores políticos de administrações que concorrem e
administram de forma diferenciada. Mas quero registrar aqui ao Secretário e aos
Vereadores, que nós temos essa preocupação. A Bancada do PTB está buscando -
através do que é proposto - a conscientização de que há a necessidade de
buscarmos os quatro mil pontos de luz, de lâmpadas atrasadas, bem como a da
eficientização da lâmpada, reduzindo, sobremaneira, em 40% a economia da
iluminação pública em nossa Cidade, fazendo com que, sim, tenhamos a responsabilidade
de mostrar para Porto Alegre o Governo que temos.
E
essa sua iniciativa, bem como a do Secretário Portella, que aqui se encontra,
como do Cristiano Tatsch, tem sido de forma exemplar no que diz respeito à
condução das nossas Bancadas, das nossas formulações.
Tenho
certeza de que, Ver. Elói Guimarães, cada vez mais, poderemos contar com os
Secretários aqui, nesta Casa, bem nos representando, traduzindo os anseios do
Executivo frente à sociedade de Porto Alegre.
Dessa
forma, desejo ao Secretário Cassiá que tenha êxito e que consiga, na sua
administração, recuperar esses quatro mil pontos e implementar em Porto Alegre
um programa de eficientização plena na iluminação pública.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A
Verª Margarete Moraes está com a palavra.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos
assiste, na verdade, este Projeto da Taxa de Iluminação entrou pelo Executivo
em 2003, entrou em setembro e foi retirado pelo nosso então Líder, Ver. Marcelo
Danéris. Foi várias vezes recolocado a partir de uma negociação, de um
convencimento interno entre todos os Vereadores desta Casa que se preocupavam
responsavelmente com os destinos da nossa Cidade. Quando foi colocado em votação,
seis Vereadores se colocaram contra, inclusive o Ver. Cassiá. Nós temos todas
as atas, isso está à disposição de toda a população da Cidade. Na verdade, foi
um acerto de contas entre o Governo do Estado - que era do PMDB - e o Município
- do PT -, porque havia dívidas na conta da água por parte do Estado em relação
à Prefeitura, e na conta da luz em relação ao Estado. Os Vereadores que votaram
favoravelmente tiveram suas fotos publicada no jornal Diário Gaúcho, inclusive
escolheram muito bem: as piores fotos de cada Vereador. Isso não me causa
nenhum problema - do jornal Diário Gaúcho -, porque nós temos responsabilidade
com a Cidade, a Bancada da Frente Popular tem responsabilidade e é coerente,
vai continuar sendo coerente.
O
que houve, nosso querido Presidente, foram várias ações na Justiça - várias -,
e todas julgadas improcedentes; mas como elas tramitaram por muito tempo faltou
o prazo, e até por conta da CEEE, não foi possível implementarmos essa taxa
ainda no Governo passado.
Quero
dizer que nós vamos estudar, Verª Maristela, com todo o carinho, com toda a
seriedade, esse Projeto e se ele for razoável nós seremos favoráveis.
Agora
o que eu quero lamentar, Ver. Elói Guimarães, é que, em comparecimento, quando
nós chamamos um Secretário de Governo, e ele não está aqui enquanto Vereador do
seu Partido, ele está aqui representando o Governo Municipal, um Secretário
Municipal não pode discriminar quem é de outro Partido; tem que respeitar todas
as pessoas, tem que ter delicadeza, tem que ter sobriedade. O senhor é um homem
público aqui; e o senhor está numa casa oficial, numa casa pública. E o senhor
tem de dar satisfações, sim, a toda a Cidade. Respeitar esta Casa, respeitar
todos os Vereadores, ter sobriedade. Nós não podemos aceitar piadas de baixo
nível e nem rebaixamento de nenhum tipo de discussão. Eu tenho certeza de que o
Prefeito Fogaça e o Secretário Cézar Busatto - que eu acompanhei na reunião do
Cristal, da Governança Solidária - não têm esse tipo de postura e não podem
aceitar jamais um tipo de postura rebaixada, como é o caso do Ver. Cassiá. O
senhor não representa a si mesmo; o senhor representa o Governo Fogaça, e o
senhor é um Secretário Municipal. E o senhor vem aqui por obrigação, porque é
obrigação de todo Secretário dar satisfações para a Cidade, porque não é o seu
dinheiro, é o dinheiro público, é o dinheiro dos impostos.
E
o senhor vem aqui ofender um Vereador da nossa Bancada, o Ver. Carlos
Todeschini, em relação a sua campanha.
O
senhor faça uma denúncia pública no Ministério Público. O senhor não tem o
direito de vir aqui em nome do Executivo e ofender a Bancada do Partido dos
Trabalhadores. E o senhor disse que iria retirar, porque gostava, porque era
amigo pessoal do Ver. Adeli. Não é por isso. O senhor tem de retirar por respeito
à Bancada da Frente Popular, à Bancada do Partido dos Trabalhadores, à Bancada
do PSB, à Verª Maristela Maffei, que está aqui, e às pessoas que estão nos
assistindo.
Isso
é lamentável. Na história desta Casa nunca aconteceu isso de um Secretário se
comportar assim como o senhor está se comportando. Obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a
palavra.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, Sr. Secretário Cassiá Carpes, representando o Governo Fogaça, a
minha indagação, em contribuição ao debate, se divide em três eixos principais.
O
primeiro, no sentido de trazer aqui um esclarecimento ao Ver. Cassiá Carpes,
quando disse que não sabia quem era o Secretário de Obras e Viação na gestão
passada, quando o Projeto veio a Casa. Quero relembrá-lo aqui, de que o seu
antecessor foi o engenheiro Guilherme Barbosa, também Vereador desta Casa, e
que foi substituído pelo arquiteto Álvaro Pedrotti, que foi quem o esperou para
passar o cargo na Secretaria de Obras e Viação. Fica o registro para ajudá-lo a
rememorar quem foram os homens públicos que conduziram o processo naquele
período.
O
segundo, é que tenho uma divergência técnica com o senhor e quero fazer, aqui,
uma correção, dizendo que, desde 1979, não foram colocadas lâmpadas de sódio -
aquelas amarelas -, que estão sendo substituídas pelas de mercúrio.
E
quero, aqui, relembrar que, em 1983, o Prefeito foi o Ver. João Dib; depois foi
o Prefeito Alceu Collares; depois veio o Prefeito Olívio Dutra e todos os
demais da Frente Popular, encerrando com o Ver. João Verle.
Se
nós pegarmos algumas vias aqui, Ver. Ervino Besson, a Via do Trabalhador - que
foi construída pelo Prefeito Alceu Collares - e a Av. Beira-Rio, toda a
iluminação dessas vias foi amarela. E, depois, todas as outras obras
construídas na Cidade são de iluminação amarela, Ver. Cassiá. Creio que a sua
assessoria lá está lhe passando informações não corretas. Eu queria trazer
justiça para isso, porque Porto Alegre é uma das cidades mais bem iluminadas do
Brasil e da América Latina, que era vista com clareza, do céu, à noite, e
talvez precise recuperar essa história.
Mas
a questão central do nosso debate - trago esses dois elementos, porque o senhor
o trouxe ao debate, como elementos de dúvida, e o nosso papel aqui é,
fraternalmente, fazer esse debate e poder ajustar as questões que são, sob o
ponto de vista da transparência e da ética dos cargos que nós aqui ocupamos.
Mas
o que me traz aqui, sob o grau mais da instigação e, ao mesmo tempo, das
posições que o senhor tem assumido publicamente, é a contradição que existe
sobre o Projeto, que está aqui sob nossa apreciação, da Taxa de Iluminação
Pública. E, nesse sentido, o senhor disse publicamente - eu gostaria que a
câmera mostrasse aqui, por favor. (Mostra reportagem em jornal.) Na semana
passada, foi dito publicamente que o senhor não concorda com o Projeto do
Executivo e que queria vir, como não foi ouvido, precisaria ir à Câmara fazer
este debate. E, neste momento, o senhor tem de nos dar uma resposta aqui.
Afinal, o senhor é a favor ou contra o Projeto do Executivo que está aqui na
Casa? Segundo, as contradições que existem no Projeto, sob o ponto de vista de
que precisa fazer complementações, isso não é papel da Câmara de Vereadores!
Isso é uma questão de gestão pública do Executivo Municipal. Se o Projeto vier
completo para esta Casa, vamos analisar e fazer pequenos consertos, mas dizer
que nós temos que definir por um Projeto do Executivo... Se fosse de autoria de
qualquer um de nós, dizer que teríamos que aumentar em mais 400 ou 4.000 pontos
de iluminação pública em Porto Alegre, a CCJ não aprovaria dizendo que isso é
de iniciativa do Executivo.
Portanto,
essa é a segunda contradição, sobre a qual esperamos ter uma resposta sua.
Afinal
de contas, o senhor vai chamar o Governo para recolher este Projeto da Câmara e
acertá-lo internamente, no Executivo, nas suas contradições políticas e de
gestão para, depois, mandar à Casa? Gostaríamos de ter essa resposta do senhor
como nosso representante, como Secretário de Obras Públicas da Cidade mais bem
iluminada, pelo menos do Brasil, nestas últimas décadas, e queremos que o
senhor continue mantendo esta qualidade, que é uma qualidade estrutural, de gestão
e ambiental de Porto Alegre. Estamos, aqui, sim, como já disse a minha colega
Margarete Moraes, para sermos coerentes e votarmos nos projetos que qualifiquem
a Cidade, mas a responsabilidade, neste momento, não é nossa, do Legislativo,
da situação ou da oposição, de trazer um Projeto completo para esta Casa.
Finalizo,
e a minha pergunta é esta: afinal, o senhor é a favor ou é contra o Projeto de
Taxa de Iluminação Pública que está aqui na Casa? Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O
Ver. Nilo Santos está com a palavra.
O
SR. NILO SANTOS: Exmo.
Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Secretário Cassiá Carpes, Srs. Vereadores
e todos aqueles que nos assistem neste momento. Quero dar as boas-vindas ao
Secretário Cassiá Carpes, estamos chegando quase que juntos aqui, e
parabenizá-lo, também, por ter sido um dos Secretários de maior destaque dentro
do Governo Fogaça. Tem feito, com certeza, um grande trabalho. O que me
preocupa muito, neste momento, são esses quatro mil pontos atrasados que nós
temos. Respeito a opinião do Ver. Comassetto sobre a Cidade mais iluminada do
Brasil, mas eu acredito que ele tenha ficado um bom tempo sem visitar os
bairros da Zona Sul, sendo que ele é de lá. Bairro Campo Novo, a Estrada Cristiano
Kramer, onde sempre houve uma dificuldade enorme, principalmente com relação à
iluminação pública. Eu acredito que sanar esse problema dos quatro mil pontos
atrasados e a perspectiva de chegarmos a oito mil pontos de luz em atraso, no
final deste Governo, assusta muito. Eu tenho certeza de que isso vai contribuir
para que a insegurança aumente cada vez mais dentro da nossa Capital
Existem
momentos na vida da gente em que é necessário fazer-se investimentos. Se isso é
necessário, eu tenho certeza de que a população de Porto Alegre entenderá que é
necessário esse investimento, porque vai, com certeza, prevenir, evitando que a
insegurança continue crescendo dentro da nossa Capital.
Saudação,
mais uma vez, ao Secretário Cassiá Carpes; parabéns, e que o Senhor possa-nos
abençoar nessas decisões.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu
devo fazer um esclarecimento, eu inscrevi, na rigorosa ordem dos pedidos, dez
Vereadores, na forma do Regimento.
O Ver. Dr. Goulart está com a palavra.
O SR. DR. GOULART: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria
cumprimentar, em especial, o nosso querido colega, Secretário Cassiá Carpes. A
respeito da taxa de iluminação, a nossa Bancada fez um estudo orientado pela
Professora Neuza, na parte técnica, com a sua assessoria, e respaldado depois
pelos Vereadores Bins Ely e Mario Fraga, e chegamos à conclusão, como Bancada -
temos votado sempre juntos na grande maioria dos projetos, principalmente nos
polêmicos -, que devemos votar a favor dessa taxa de contribuição. É uma
decisão de Bancada que eu venho aqui participar para os Srs. Vereadores; a
posição do PDT que votou da outra vez a favor, e que desta vez vai confirmar a
sua votação. Como foi uma decisão de Bancada, o meu discurso é breve, só para
participá-los.
O Sr. Márcio Bins Ely: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Goulart, acho oportuna a
manifestação de V. Exª e quero reforçar o nosso entendimento nos principais
argumentos que foram elaborados em cima da discussão e da análise técnica do
tema, de que realmente a maneira como o Projeto foi aprovado anteriormente,
onde o índice incidiu percentualmente sobre a conta, no nosso entendimento uma
taxa no valor fixo com esse preço - em torno de R$2,70 - vai trazer, num
primeiro momento, e a médio e longo prazo, mais benefício para a população do
que se ela for taxada como percentual na forma inicial. Então, na realidade
essa alteração do Projeto foi uma das principais razões para fundamentar a
nossa decisão de votar. Obrigado.
O SR. DR. GOULART: E a outra
razão prática invocada pelo Ver. Mario Fraga é que as causas externas são as
principais causas de morte entre jovens no Brasil, e no Rio Grande do Sul não é
diferente. Então que a facilitação de um lugar iluminado, com luz,
reconhecidamente diminui o número de agravos,
o número de assaltos, o número de assassinatos, o que também respaldou a nossa
decisão.
A
primeira causa de morte de pessoas do sexo masculino entre 15 e 22 anos é a
violência, a causa externa. Então, a colaboração da Bancada seria neste
sentido.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, eu quero dizer que votei
contrariamente à Contribuição de Iluminação Pública; fui um dos seis Vereadores
que votaram contrariamente. Em segundo lugar, quero dizer que às 16h11min eu me
encontro regimentalmente perdido nesta Casa. Depois de 34 anos de Câmara, eu
realmente estou confuso. Até o aparte que foi dado agora eu não conhecia.
Eu
sei que o nobre Ver. Cassiá, Secretário de Obras - e me orgulha que ele seja
Secretário de Obras, porque eu também fui -, veio para dar o seu ponto de
vista. Nós estamos discutindo o Projeto de Lei do Executivo. É um Projeto
diferente; é uma alteração daquilo que existe, que nós votamos contrariamente;
o Ver. Cassiá, eu e mais quatro Vereadores - o Ver. Nedel, o Ver. Beto Moesch e
os outros dois que não lembro - votamos contrariamente. Agora ele vem colocar a
sua posição. Alguns dos discursos feitos aí são de pessoas que votaram pelos
3,5%. O que o Prefeito agora pretende é bem diferente daquilo que se pretendeu
no passado. Está fixando o valor de R$ 2,80; está dizendo que aqueles que não
têm iluminação pública não pagarão, o que é uma coisa absolutamente correta.
Taxa é contraprestação de serviço, mesmo que se chame contribuição.
Em
terceiro lugar, o Secretário deseja que parte desse recurso seja para ampliação
da rede de iluminação pública. Absolutamente correto. Então, eu não entendo o
que é que nós estamos fazendo aqui, quando o Secretário colocou a sua posição e
foram dados cinco minutos para dez Vereadores, e nós ainda temos que votar hoje
o Orçamento em data final.
Realmente,
Sr. Presidente, eu me sinto preocupado com o andamento das coisas, porque não
estou entendendo este debate. O Secretário está sendo questionado, está sendo
desafiado. Eu nunca vi isto. O Secretário colocar sua posição, muito bem, está
correto. Não é a mesma matéria que ele, eu, o Ver. Nedel e mais dois
rejeitamos; não é. O resto cabe a nós. Agora, não vai pagar quem não tem iluminação
pública e uma emenda terá que ser feita para que uma parte deste recurso se
destine à ampliação da rede de iluminação da Cidade, então eu confesso a minha
confusão e digo “Saúde e PAZ!”.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Esclareço ao
Ver. João Antonio Dib que a matéria está disposta na seção 7ª, da Convocação de
Autoridades Municipais.
O Ver. Raul Carrion está com a palavra.
O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver.
Elói Guimarães, demais Vereadores, prezado Ver. Cassiá
Carpes, que nos visita neste comparecimento, e que também é Vereador desta
Casa, em primeiro lugar quero, rapidamente, dizer que nos parece, meu
Presidente, que o comparecimento deve ser para esclarecimentos do Executivo -
no caso, do Secretário Cassiá -, sobre este tema da CIP à Casa. E descabe neste
caso - e quero fraternalmente dizer isso ao nosso Vereador - que o
representante do Governo Municipal venha cobrar esclarecimentos dos Vereadores.
No seu caso, porque o senhor também é Vereador, eu acho que confundiu os
papéis; mas amanhã ou depois virá um mero administrador. O senhor e todos nós
temos que zelar pela dignidade desta Casa, e não podem-se inverter os papéis;
acho até que a Presidência, nestes casos, deveria advertir - falando sobre
outra situação que se crie -, a pessoa que comparece para que se mantenha no
seu papel. E mais grave ainda é fazer acusações aos Vereadores. Acho que
devemos tirar essa lição aqui, porque não compete.
Em segundo lugar,
queremos dizer que este projeto do Ver. Cassiá, e principalmente ao Ver. João
Dib, que alegou, me parece que já apontando para uma mudança do seu voto - foi
o que eu senti -, que realmente os projetos são diferentes, mas este projeto,
Ver João Dib, é pior, e vou mostrar.
Outra questão: chamo
a atenção do Secretário
Cassiá que o Projeto anterior colocava 3,5% sobre a conta. Muito bem, estavam
isentos os domicílios que consumiam até 50kW na área urbana e, na área rural,
até 70kW. Agora desapareceu, e ficou simplesmente isenta a tarifa social de
baixa renda, que é bem menor.
Vamos
colocar outro elemento - eu fiz o cálculo: 51kW urbano já pagaria, Ver. Haroldo,
a isenção de até 50kW. Quanto é 3,5% de 51 kW? É 1,78 reais. E o Projeto da
nossa Administração, Ver. Maurício, já parte de 2,80 reais em vez de 1,78, que
seria no caso do primeiro a pagar, ou seja, há um aumento de mais de 100% para
os baixos consumidores, e em compensação, Ver. Elói, um grande consumidor
pagará no máximo 8 ou 9 reais, ou seja, nós estamos taxando mais o pequeno
consumidor e estamos colocando um teto bastante baixo no grande consumidor. E,
evidentemente, um grande consumidor tem um consumo que passa muito mais do que
três vezes.
Por
tudo isso, eu penso que um Projeto dessa magnitude, que modifica, Ver. Dib, mas
modifica em favor dos grandes consumidores e contra os pequenos consumidores,
mereceria um estudo das Comissões. E o mais espantoso, Ver. Cassiá - e até sou
solidário com V. Sa. de que nós votássemos contra, mesmo que diz, propondo que
votasse contra. Mas não é essa a nossa intenção. Nós queremos ser coerentes. A
Bancada da Frente Popular quer ser coerente. Nós achamos que é necessário haver
uma contribuição, só que o Projeto tem de ser melhor analisado. Eu não posso
tirar uma contribuição de 3,5%, Ver. Sebastião, que hoje, para consumo mínimo a
ser taxado seria 1,78 reais, e passar a taxação mínima para 2,80 reais. E, em
compensação, o grande consumidor fica no teto de 8,90 reais, quando ele consome
20 vezes mais. Então, isso exigiria, Ver. Elói, uma tramitação um pouco mais
longa na Casa para nós fazermos os cálculos.
E,
para nossa surpresa, o Governo envia uma modificação dessa monta no dia 11 de
novembro para nós votarmos em um mês e quatro dias.
Então,
nós queremos votar a taxa, somos sensíveis à idéia de incluir algum artigo e
que também haja renovação, mas nós não podemos concordar que uma taxa de 3,5%
seja anulada por um piso muito alto, um piso mínimo e um piso máximo muito
baixo.
Então,
Ver Dib, se é por V. Exª que muda, muda para pior. Portanto, não vamos votar
pela urgência. Queremos discutir nas Comissões. Estamos dispostos a discutir
rapidamente, encontrar uma forma e votarmos numa melhoria do Projeto e não a
piora, como nos parece. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maria Celeste está com a palavra.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, Sr. Secretário Ver. Cassiá Carpes, uma saudação
muito especial pela sua disposição de estar aqui conosco, hoje, discutindo esse
Projeto tão importante que há dois ou três anos nós já discutíamos e aprovamos
por unanimidade aqui nesta Casa e que foi motivo de ação judicial, aliás, ganha
pela Prefeitura e, portanto, o retorno desse Projeto significa a modificação
dele naquilo que havia questões inconstitucionais.
Eu
fico extremamente preocupada, Sr. Presidente, com um Projeto desse e com os
demais que estão vindo para esta Casa, ao apagar das luzes. Há um mês, entrou
em Pauta esse Projeto, que veio para discussão e já vai ser votado agora, em
seguida; na próxima semana, nós temos que estar votando esse Projeto. Eu lembro
muito bem dos argumentos dos Vereadores que eram contrários. Aliás, três deles
hoje são Secretários de Governo. Não é só o Ver. Cassiá, mas também o Ver. Beto
Moesch e o Ver. Isaac Ainhorn, que faziam discursos contundentes contra esse
Projeto do Executivo, na época, trazido à Casa em setembro para que se
discutisse até o final do ano e se aprovasse. Os discursos daquela época davam
conta de uma voracidade tributária na Cidade de Porto Alegre, e eu pergunto:
esse Projeto, acoplado aos demais, ao aumento do IPTU, não significa uma fúria
tributária em cima do contribuinte de Porto Alegre? Gostaria, inclusive, Ver. Cassiá Carpes, que V. Sª pudesse colocar essa
questão para nós. Havia discursos dizendo que nós temos a maior taxa, a maior
alíquota de ISSQN no Brasil, uma arrecadação elevada, por que a necessidade de
arrecadar mais?
Havia discursos que falavam que o retorno do ICMS na
conta da luz já significava 25% da contribuição para esse destino, por que a
Prefeitura já não destina esse percentual para o pagamento da Contribuição da
Iluminação Pública? A Prefeitura não paga a conta por quê? Faziam esses
questionamentos para nós, naquele momento, para a Prefeitura da Frente Popular.
E eu pergunto agora, após onze meses deste novo Governo: por que ainda não
colocou em dia e não pagou? Quais são as questões que estão por trás disso?
Esses eram os questionamentos dos seis Vereadores que votaram contra, naquele
momento, o Projeto encaminhado nesta Casa.
O Ver. Raul Carrion levanta uma preocupação que eu
compartilho com ele: nós votamos um Projeto, Sras Vereadores e Srs.
Vereadores, sobretudo a Bancada do Extremo-Sul da Cidade, a chamada zona rural,
que dava isenção para quem, da zona rural, consumia até 70 quilowatts. Essa
isenção não existe mais nesse Projeto, o aumento é linear para todos, não há isenção.
Há uma pequena isenção para uma taxa de baixa renda, que gostaria que V. Sa.
pudesse explicar sobre isso, Secretário, também, pois, na realidade, o aumento
é para todos os contribuintes.
Nós tínhamos, naquela época, aprovado uma isenção
para aquele consumidor de baixa renda, que consumisse até 50 quilowatts. Isso
também não está contemplado nesse Projeto. Então, nós estamos verificando que
existem várias questões que são, de fato, diferentes daquilo que nós aprovamos,
na época, naquele projeto aprovado, deste que está aqui, hoje, nesta Casa. E eu
gostaria de finalizar, lembrando a fala de um Vereador, na época, que, no final
daquele ano, o contribuinte estava recebendo um presente de Natal. E eu
pergunto: esse presente de Natal, esse pacote de medidas, de projetos que vêm
para esta Casa, agora, no apagar das luzes, não significa, de fato, novamente,
Ver. Cassiá Carpes, um presente de Natal para o contribuinte da Cidade? Mais um
aumento na questão da Iluminação Pública, o aumento do IPTU, que também é
linear, atinge a todos da mesma forma. Não venham me dizer que há desconto,
pois, também, na questão dos descontos, dos prazos, há diferenças daquilo que nós colocávamos, e, agora,
mais uma vez, eu vejo, e lamento ver - porque gostaria de contribuir, por ter
votado favoravelmente, naquela época com o Governo nessa proposta que eu acho
importante -, que as reduções que aprovávamos, as garantias que tínhamos
naquele projeto inicial não aparecem nesse Projeto.
Então,
eu gostaria, Sr. Secretário, que o senhor me respondesse como é que fica a
questão das isenções que já haviam sido contempladas naquele Projeto, mas que
não aparecem nesse Projeto? Por que querer arrecadar cada vez? E qual é o seu
posicionamento frente ao retorno do ICMS na conta de energia elétrica? Muito
obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a
palavra.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, nós queríamos saudar a presença, entre nós, do
Vereador desta Casa e Secretário Cassiá Carpes, do Secretário de Programação
Orçamentária, que vem a esta Casa para um debate democrático entre as Bancadas,
discutindo o Orçamento, um assunto que nós discutiremos e votaremos logo mais,
neste Plenário.
Eu
queria retomar, aqui, a discussão do Projeto de Lei do Executivo que está em
tramitação nesta Casa, relembrando às senhoras e aos senhores Vereadores que,
em dezembro de 2003, nós, os Vereadores desta Casa, aprovamos uma lei em
sintonia com as diretrizes nacionais que permite aos Municípios a taxa de
iluminação pública. Essa lei foi aprovada por uma ampla maioria deste
Parlamento; apenas seis Vereadores não votaram esse Projeto de Lei.
Eu
quero dizer que o PPS, o meu Partido, o Partido Popular Socialista, mesmo não
compondo a base de apoio do Governo Rigotto, naquele momento, votou
favoravelmente a esse Projeto. Por quê? Porque nós compreendemos que a questão
da iluminação pública é uma questão com interface com um dos problemas mais
graves que vive a sociedade brasileira, que é a questão da Segurança pública.
As cidades do mundo que estabelecem políticas de segurança colocam como um dos
itens fundamentais a questão da iluminação dos espaços públicos, das ruas e
avenidas e das praças. Porto Alegre já tem, desde dezembro de 2003, uma Lei
referente à Taxa de Iluminação Pública. Já tem, já está aprovada. O que
aconteceu? Houve algumas inadequações nessa Lei, algumas incorreções técnicas
na Lei, que permitiram que algumas ações na Justiça atrasassem a sua
implantação. Ela ficou, na verdade, como muitas e muitas leis deste País, no
papel e não na vida do Município.
Neste
momento estamos discutindo nesta Casa um Projeto de Lei do Executivo que faz as
correções necessárias, um Projeto de Lei construído com a Cidade, construído
com as representações de Porto Alegre, inclusive com setores que foram
exatamente os autores das ações judiciais; um Projeto que foi construído do
ponto de vista jurídico com o estudo da Procuradoria Jurídica do Executivo.
Eu
queria acrescentar ainda que esse Projeto de Lei traz dois componentes sociais
novos, extremamente importantes. Está explícito no texto do Projeto que as
famílias de baixa renda inscritas na taxa social estarão isentas dessa taxa; os
contribuintes que hoje não têm acesso às políticas de iluminação pública também
estão isentos dessa taxa. Portanto uma parcela significativa de moradores de
baixa renda do nosso Município.
Eu
queria, por outro lado, entrar um pouco no debate extremamente importante, que
trouxe aqui o Ver. Cassiá Carpes, correlato a esse tema do Projeto, que é a
preocupação da SMOV, que é a preocupação da Prefeitura de Porto Alegre, mas
cuja responsabilidade é da SMOV, dirigida pelo Secretário Cassiá Carpes, que é
a preocupação da implantação dos bicos de luz, a garantia da iluminação em
regiões importantíssimas da Cidade, cuja ausência dessa iluminação favorece
inclusive a violência, e, normalmente, as áreas com menos acesso à iluminação
são as áreas compostas por populações mais pobres do nosso Município.
Eu
disse há pouco tempo à imprensa que estava absolutamente segura, conhecendo a
responsabilidade política desta Casa, da aprovação deste Projeto. Acho que o
embate político é uma coisa importante, mas ele nunca pode sobrepujar os
interesses da população de Porto Alegre, fundamentalmente daqueles que mais
precisam.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Prezado
Sr. Presidente, Exmo. Secretário Cassiá Carpes, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, em propostas de Governo, todos nós sabemos que
temos diferenças. Agora, em termos de elegância, de bom trato, acho que nesta
Casa, que é a Casa do Povo, ou em qualquer outro lugar, a postura deve ser a
mesma. Infelizmente, às vezes, as pessoas perdem um pouco o sentido e não
conseguem enxergar a sua responsabilidade no cargo em que se encontram. Por
exemplo: eu ouvi um comentário aqui - cheguei depois - de determinados elogios
- e eu tenho vários elogios aqui para fazer, inclusive sobre o Projeto que
ajudei a aprovar, juntamente com a Frente Popular e as pessoas que têm
responsabilidade com esta Cidade, mas dei uma declaração agora mesmo ao jornal
Zero Hora, dizendo que, quando vi que estavam de fato mexendo no mérito do
Projeto, em relação inclusive ao rururbano, ao rural, aos índices das taxas,
fiquei bastante preocupada. Então, vamos esperar um pouquinho para ver como
essa coisa vai ficar.
Com
todo o respeito, quero dizer ao Ver. Nilo, que teceu vários elogios a este
Projeto, que todos nós temos limitações, e V. Exª sabe, porque V. Exª também
tem. V. Exª sabe o quanto foi difícil lá na FASC, inclusive com relação ao
Projeto do Círculo Operário, do ônus que ficou para a população de Porto
Alegre. Mas não quero entrar nesse assunto, pois vamos ter oportunidade de
debatê-lo em outra hora. Quero voltar aqui ao Projeto que está sendo discutido.
Quando
foi discutido o Projeto com a cidade de Porto Alegre em relação ao problema da
segurança e da iluminação pública, e estava junto com o Prefeito Verle, quando
ele anunciou a substituição em Porto Alegre da grande maioria da iluminação
pública, pois estava preocupado com a segurança, e também porque iria
economizar bastante para o nosso Município. Infelizmente nós todos sabemos que
tivemos muito trabalho - também não iria ser esse subsídio, Ver. Todeschini,
pois tínhamos, inclusive, subsídio do Exterior, pelo crédito que nós sempre
tivemos em nível internacional, pelos encontros de contas que sempre fizemos -,
tentamos fazer encontros de contas com a CEEE, mas a CEEE, sabemos muito bem,
tem aquela desorganização, e a falta de política no Governo - puxa, até
esqueço, de tão importante que é este Governador! - Rigotto, que tem total
desconhecimento das políticas pela forma como é administrado o seu Governo, em
especial a CEEE, que é um caos. Esse Governo não teve a capacidade de sentar
com a Frente Popular, com o Município de Porto Alegre nesse setor, para poder
fazer o encontro de contas, ajudar a aprovar este Projeto, que é, sim,
importante para Porto Alegre!
Quero
votar, Vereador e Secretário Cassiá, quero manter a mesma postura. Agora, quero
votar e entrar no mérito daquilo que nós aprovamos aqui. Ou mais, pode até ser
que eu seja convencida e querer votar a totalidade, mas não assim dessa forma,
querendo votar agora já na semana que vem, no afogadilho, um Projeto que dá
para a gente fazer em uma Sessão Extraordinária. Sempre foi feita Sessão
Extraordinária nesta Casa! Qual é o problema de nós não fazermos? Para nos
darmos tempo.
Quero
dizer a V. Exª, Secretário, que, em nome disso, dessa vontade de manter a
coerência no Projeto, que nós aprovamos nesta Casa, da mesma forma agora
queremos ter a oportunidade de apreciar melhor o mérito, inclusive, como
Vereadora, como parte dessa sociedade de Porto Alegre, poder ter a
tranqüilidade e ajudar a solucionar esses impasses que nós estamos vivendo
agora.
Em
nome da democracia, em nome da cidade de Porto Alegre, solicitamos a V. Exª,
que exerce um cargo de Secretário no Executivo Municipal, e tenho certeza que
está querendo resolver o problema também, que tenha tolerância e respeito com
essa parte, que sou eu e outros Vereadores importantes desta Cidade, que a amam
tanto quanto Vossa Excelência. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Sr. Cassiá
Carpes está com a palavra.
O SR. CASSIÁ CARPES: Obrigado,
Presidente. Anotei aqui algumas questões que me fizeram: o Ver. Carlos
Todeschini quer saber se eu sou contra ou a favor. Eu acho que o Ver.
Todeschini não ouviu tudo que eu falei aqui, mas eu vou me posicionar de novo,
sei que o senhor é novo na Casa e, quem sabe se, não tendo experiência, meio
que se equivocou. O senhor falou na pista de rolamentos, mas, como o senhor asfaltou
21 ruas, ficou faltando. O senhor não respondeu e me critica. Se eu pegasse
essas 21 ruas que o senhor asfaltou com o DMAE, já que o asfalto é da SMOV,
quem sabe nós não teríamos esse problema hoje. O senhor entendeu? Mas em outra
oportunidade o senhor explique como é que o senhor conseguiu asfaltar, sem ser
Secretário da SMOV, 21 ruas. Só isso! Explique aqui para os Pares, quando eu
não estiver aqui, não tem problema. Portanto a dívida que vocês deixaram na
SMOV, eu já li aqui, se quiserem, faço um relatório novamente, é de 19 milhões,
888 mil, 988 reais e 19 centavos.
Vou aproveitar a oportunidade que V. Exa me dá para
dizer que nós não conseguimos resolver o problema de Niterói - que ali até é
meu vizinho, eu moro em Teresópolis -, porque a Prefeitura de Porto Alegre -
pasmem! -, Ver. João Db, não tem um fresador. O PT passou 16 anos na Prefeitura
e não tem um fresador, Ver. Sebenelo, nós vamos ter que comprar um agora,
porque a Prefeitura não tem. Tem que fazer licitação para locar para trechos,
como nós estamos fazendo, por exemplo, na Av. Osvaldo Aranha, vocês devem ter
visto. Então, esse é o problema. Mas se o asfalto foi para o DMAE, como é que
nós íamos ter asfalto?
É isso que eu gostaria que futuramente o Ver.
Todeschini explicasse. Quando nós entramos lá, Ver. Haroldo, não tinha uma gota
de asfalto, e, quem sabe, seja porque o DMAE asfaltou 21 ruas no ano passado.
Então, esse é um aspecto importante. Se eu for para
o lado que não pagou, e eu estou afirmando com dados aqui, tenho visto na
imprensa que o PT não paga os funcionários, isso está na imprensa, não sou eu
quem diz.
Quem sabe eu tenha me equivocado mesmo, porque
quando eu estava aqui esta Casa debatia, e agora os Vereadores do PT não querem
debater a verdade de Porto
Alegre! Que negócio é esse? Esta Casa é um Legislativo! Aqui é a Casa do
debate, é a Casa da contradição, da oratória! Por que querem fugir do debate
agora? Porque deixaram Porto Alegre quebrada? Será que é por isso? Não se
escondam! Aceitem e entendam que a Prefeitura que nós pegamos foi sucateada - a
Cidade sabe!
A
Verª Margarete Moraes quer dar aula de moral. A senhora, naquele momento em que
estava lá, poderia se manifestar mais fortemente contra o seu Partido: “Não
deixem essa dívida porque ela é muito grande, vai atrapalhar o Governo; e se
nós ganharmos como vai ser”? Quando eu estava aqui na Casa, Verª Margarete
Moraes, vocês diziam que a Prefeitura estava - Ver. Haroldo, não era assim? -
saneada, que não devia nada. Devia, sim: 175 milhões, dos quais 19.888 eram da
SMOV! Isso nós temos que dizer! Não há como “tapar o sol com a peneira”! Verª
Margarete, naquela oportunidade a senhora tinha que se manifestar e dizer: “Não
façam essa dívida, que é muito grande, nós vamos ter problemas se nós ganharmos
também”.
Ver.
Comassetto, eu quero dar um dado que tenho aqui - o senhor pode guardar,
anotar, quem sabe, se eu não me expressei bem; ou o senhor talvez não tenha me
entendido bem: são 14 mil a sódio, 64 mil a mercúrio, e mistas, 800. Quando nós
fizermos a eficientização - foi isso o que eu quis dizer -, todas serão a
sódio. Teremos melhor iluminação, maior economia quando trocarmos. Foi um
Projeto da Câmara, todos nós apoiamos. Estamos lutando lá, está pronto o
Projeto, peço até que o Governo Lula libere para Porto Alegre o dinheiro que
está no Banco Central. Há que descontingenciar.
Eu
quero dizer ao Ver. Comassetto que eu não sabia quem era o Secretário em 2003.
Não sabia mesmo, quero lhe confessar, até porque o Ver. Barbosa, a quem V. Exª
se referiu, ao sair para se candidatar a Vereador e não conseguir a reeleição,
ele desistiu, não voltou mais. Então, eu fiquei perdido! Quem me entregou o
cargo foi o Secretário Pedrotti, que me recebeu muito bem. Mas, quanto ao Ver.
Barbosa, eu não sabia que era ele em 2003!
(Aparte
não-regimental.)
O SR. CASSIÁ CARPES: Pois é, então eu estou dando este dado.
Não é crítica ao Ver. Barbosa, é uma observação, estou só citando. O Pedrotti
foi quem me entregou; o Ver. Barbosa não voltou ao cargo depois de não se
eleger. Então, está esclarecido.
O
Ver. Comassetto diz que Porto Alegre é a Capital mais iluminada do Brasil. Mas,
Ver. Comassetto, se isso fosse verdade, eu não estaria aqui. Por que eu estaria
aqui lutando para colocarmos emendas, subsídios, para melhorar a iluminação
pública de Porto Alegre? O senhor falou em aumentar? Não é aumentar, é
recuperar quatro mil pontos, pois o sistema está defasado, foi o seu Governo
que deixou isso. Não é aumentar, é recuperar! Depois vai aumentar com a
eficientização. Então, aí, quem sabe... Não é aumentar, é recuperar o que vocês
não recuperaram e que ficou atrasado.
O
Ver. João Dib colocou muito bem, nós estamos aqui para debater, eu estou dando
subsídios, estou dando idéias. Vocês querem que eu me posicione?! Eu vou-me
posicionar! Se eu vim aqui é para me posicionar, e estou-me posicionando sobre
todos os quesitos que vocês estão levantando.
O
Ver. Carrion... Bom debate, Ver. Carrion, bom debate, gostei! É isso que se tem
que debater! É este debate que nós queremos! Se o percentual é melhor ou é pior
do que uma taxa fixa... É o que V. Exª mencionou na tribuna... Gostei do
debate! Esse me serve! É por isso que nós estamos nesta Casa.
Verª
Maria Celeste, a carga tributária hoje está em quase 39%; no Governo Lula está
chegando a 39%! Realmente há muitos impostos! Eu concordo com V. Exª, e o meu
discurso era aquele e continua sendo o mesmo! Qual é a diferença de um Governo
para o outro? É que não se acha uma idéia diferente, todos vão na mesma linha:
taxação, aumento de impostos... É verdade! Por isso nós estamos aqui para
debater! Se nós podemos, nesta Casa, contribuir... Quem não contribui nesta
Casa não tem por que estar no Legislativo; tem que estar em casa, não aqui no
Legislativo, que é a Casa do debate, que é a Casa que aperfeiçoa os Projetos,
que leva para o Governo as suas idéias, que debate com o Governo as suas
contradições! Esta é a Casa do debate!
A
Verª Clênia Maranhão colocou bem, é este debate que nós queremos! Agora, se eu
ficasse lá, como fez o outro Secretário, que não veio naquela oportunidade, eu
estaria dando subsídios. Naquela oportunidade, realmente, eu confesso, não
sabia quem era o Secretário, ele devia ter vindo aqui e ter dito: “Olhem, falta
isso na SMOV! A iluminação está faltando no bairro tal”! Ele não disse isso
para nós! E volto a afirmar o que eu afirmava antes: não tenho receio, volto a
frisar que amanhã não sei se serei Secretário, mas tenho coragem de dizer: não
deve ser para pagar a conta da CEEE, somente! É isso que vocês querem ouvir?
Criem alternativas nesta Casa, por meio do debate, para que nós possamos
recuperar... Não é aumentar, é recuperar! Aumentar, a eficientização vai
fazer...! É recuperar, Ver. João Dib, a qualidade de vida para o cidadão, que
hoje está aí, acuado nas vilas, nos bairros, no Centro, acuado por roubos, por
assaltos! Ele quer mais segurança! Essa é a minha luta, e eu não vou me dobrar,
não! Eu tenho convicção de que estou certo!
Portanto,
esse aspecto é que eu venho trazer para os senhores. Eu poderia, sim, Ver.
Todeschini, estar nesta Casa me posicionando contra, mas eu não estou nesta
Casa. O senhor quer saber como eu votaria, mas aí eu vou condicioná-los,
condicionar a situação, a oposição! Não, são vocês que têm de fazer isso. Eu
trouxe aqui subsídios. A minha posição, o Prefeito, que é o chefe maior do
Executivo, sabe! A prova está que V. Exª sabe que, quando eu lhe liguei de
manhã, eu não sabia do Projeto e, assim, mandei ver, nesta Casa, com data de 11
de dezembro... Eu poderia chegar nesta Casa, colocar-me à disposição, como
estou-me colocando hoje, para vir aqui dar subsídios, dar alternativas,
emendas, enfim, mas esta Casa é que tem de debater, e esse debate nós estamos
trazendo para esta Casa. Agora, se vocês não querem debater o que eu estou
trazendo aqui... Olhem, para mim, eu vou continuar e, quando eu vier aqui, vou
debater que a iluminação pública de Porto Alegre não está boa! Porque não
estava boa e não está boa! Não estava e não está! Precisa de recuperação. Eu
serei negligente, Presidente, se eu não comunicar a esta Casa e ao Prefeito que
a iluminação de Porto Alegre tem essa defasagem de quatro mil pontos e que, se
não fizerem algo, se não buscarem alternativas, esta Casa e o Executivo... Por
que não podem negociar? Podem! Como já foi colocado aqui, o debate é para isso!
Portanto, é essa a questão que eu trago à Casa! Se eu ficasse lá encastelado,
escondido, não viesse a esta Casa, Ver. Ismael, dizer a verdade, dizer como se
encontra a iluminação pública de Porto Alegre, como se encontra a perspectiva
para o futuro... Este é o momento dos senhores! Eu não mudaria o meu voto,
Todeschini! Não mudaria! Mas não é por causa de mim que vocês têm de votar -
situação ou oposição! São vocês que têm de assumir essa responsabilidade! Se o
Prefeito não entender que eu estou dando a minha posição, ele vai me tirar, ou
eu vou pedir demissão! Mas saio com a consciência tranqüila de ter alertado
esta Casa, o Prefeito e a cidade de Porto Alegre de que a iluminação não está
boa, de que a iluminação está com a defasagem de quatro mil pontos, que nós, ao
fazermos a eficientização, que é a troca total para sódio, vamos ter economia! E isso tem de ser concomitantemente, é
isso que eu quero dizer, se houver alguém que não entendeu! Temos de resguardar
o Município, resguardar o cidadão nesse aspecto!
Então,
quero agradecer às Lideranças, quero agradecer a todos os Partidos, e se vocês
não fizerem esse debate, eu vou ter de fazer, mas eu sou Secretário, como
disseram aqui! Mas eu tenho que vir a esta Casa para que, junto com vocês, nós
possamos debater! Estarei aqui com vocês debatendo essa questão, porque isso é
necessário! Portanto, não levem para a ofensa... “Ah, o Secretário falou...”
Mas ele falou a verdade! Vinte milhões de dívida... tenho que dizer...! Se eu
não disser, a CEEE tem de dizer! Se o Governo Fogaça, depois, sair com uma
dívida, Ver. Todeschini, de 175 milhões de novo, que o PT fez, ele vai ser
criticado! Há que se buscarem alternativas para melhorar, e é isso que o
Governo Fogaça está fazendo! Ele está sendo democrático, está trazendo um
Secretário a esta Casa para debater, Ver. Vendruscolo! Um Secretário que recebe
todos vocês, independente de Partido, lá na SMOV. Vocês são sabedores disso, lá
não há Partido! Portanto, a iluminação não tem Partido! A iluminação é de Porto
Alegre, que precisa de mais iluminação! A questão da insegurança está aí, e a
iluminação é segurança para o cidadão de Porto Alegre. Quero, depois que
aprovar, quem sabe, me sentir feliz, porque vim aqui contribuir com as minhas
idéias, contribuir com esse levantamento, contribuir com esses subsídios para
que nós tenhamos uma iluminação perfeita em Porto Alegre.
Portanto,
Sr. Presidente, acredito que tenha contribuído com esta Casa para o debate,
porque esta Casa é, sem dúvida, para o debate, e ela debatendo, não tenho
dúvida, chegaremos a um consenso para melhorar as condições de iluminação de
Porto Alegre para o povo! E esta Casa é do povo e tem de tomar decisões e as
tomará para ajudar, tenho certeza, com a consciência tranqüila de que é
responsável, sim, pelo debate; é responsável pela justificativa, é responsável,
sim, no sentido de melhorar a capacidade do cidadão de Porto Alegre. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Estamos encerrando esta parte da Sessão
com o comparecimento do Secretário Cassiá Carpes. Queremos agradecer a V. Exª
por ter vindo à Casa. Também quero cumprimentar os Vereadores pelos
questionamentos feitos. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às16h45min.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 16h46min): Estão reabertos os trabalhos. Conforme
foi acordado hoje pela manhã, na reunião da Mesa e Lideranças, passaríamos as
Comunicações para a próxima Sessão. Nesse sentido, eu coloco a questão à
deliberação do Plenário. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam a presente
alteração permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com o voto contrário do Ver. Adeli Sell.
Também
acordado, quando da reunião da Mesa e Comissões, que nós ingressaríamos na
Pauta.
Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC.
N. 1916/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 079/99, de autoria do Ver. Antonio Losada, que
torna obrigatória a prestação de serviços de empacotamento nos estabelecimentos
comerciais denominados “supermercados” que possua área construída computada
superior a 3.000m2. Com Emenda n. 01. (desarquivado pela Ver.ª Maristela
Maffei)
PROC.
N. 6363/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 295/05, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que
institui monumento em homenagem a Cantora Elis Regina.
PROC.
N. 6788/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 312/05, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que institui o Dia do
Conselheiro e da Conselheira Tutelar no Município de Porto Alegre, a ser comemorado, anualmente, no dia 18 de novembro.
PROC.
N. 6817/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 313/05, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Azul Marinho Castilhos.
PROC.
N. 6935/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 012/05, que altera, inclui e revoga dispositivos
da Lei Complementar n. 07, de 07 de dezembro de 1973, e alterações posteriores; altera e inclui
dispositivos na Lei Complementar n. 306, de 23.12.93 e dá outras providências.
(ISSQN) Com Emenda n. 01.
PROC.
N. 6944/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 013/05, que dispõe sobre a Aprovação e
Licenciamento de Projetos Arquitetônicos, para construção e/ou reciclagem de
prédios para Escolas de Educação Infantil e Instituições de Educação Infantil,
modificando a Lei Complementar n. 284, de 29 de dezembro de 1992, e a Lei
Complementar n. 434, de 1º de dezembro de 1992.
2.ª SESSÃO
PROC.
N. 6537/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 043/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que revoga o inciso II do § 4º do art. 20 da Lei Complementar n. 07, de 07 de
dezembro de 1973, e alterações posteriores, que institui e disciplina os
tributos de competência do Município.
PROC.
N. 6690/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 142/05, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki, que concede o
prêmio de Educação Thereza Noronha ao Professor Juan José Mouriño Mosquera.
PROC.
N. 6744/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 307/05, de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro, que denomina Rua
Rubens Mario Garcia Maciel um logradouro público cadastrado, localizado no
Loteamento Nova Ipanema Green.
PROC.
N. 6833/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 314/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Jorge Amado um logradouro público não-cadastrado, localizado
no Bairro Mário Quintana.
3.ª
SESSÃO
PROC.
N. 6250/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 290/05, de autoria do Ver. Ervino Besson, que
denomina Rua Alberto Balestrin um logradouro público não-cadastrado, localizado
no Bairro Vila Nova.
PROC.
N. 6536/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 299/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina os
seguintes logradouros públicos cadastrados, localizados no Bairro Lomba do
Pinheiro: Rua do Bem Viver e Rua da Boa Querência.
PROC.
N. 6657/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 302/05, de autoria do Ver. Elias Vidal, que
declara de utilidade pública a Associação Beneficente e Profissionalizante
Sargento PM Cordeiro (ABEPROSC).
PROC.
N. 6710/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 305/05, de autoria do Ver. Professor Garcia, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Giuseppe
Antonio Marramarco.
PROC.
N. 6736/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 306/05, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que institui o Dia
da Literatura Sul-Riograndense no Município de Porto Alegre, a ser comemorado
no dia 18 de junho de cada ano.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Margarete Moraes está com a
palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Sr.
Presidente, Ver. Elói Guimarães, em meu nome e em nome dos Vereadores
Bernardino, Comassetto, Elias Vidal, João Antonio Dib, Sebenelo, Maria Celeste
e Todeschini, desistimos do momento de Pauta para que haja mais agilidade nos
trabalhos da Casa. Isso foi uma combinação entre todos nós.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Agradeço
à Verª Margarete Moraes e aos demais Vereadores inscritos.
O
Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. RAUL CARRION: Exmo.
Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras, nós queríamos, em primeiro
lugar, neste momento de Liderança, fazer uma breve colocação sobre a II
Conferência Nacional das Cidades ocorrida entre os dias 30 de novembro e 3 de
dezembro, em Brasília, no Centro Ulisses Guimarães, que culminou em um processo
de mais de quatro meses de conferências municipais, conferências estaduais, com
os 26 Estados, mais o Distrito Federal, reunindo em torno de 3 mil Municípios e
que contou, em Brasília, com cerca também de 2 mil delegados, dos quais 83 do
Rio Grande do Sul, entre os quais 13 Vereadores; e, desta Casa, dois
Vereadores: este Vereador, que usa a tribuna, e o Ver. Carlos Comassetto. Ao
todo foram 163 Vereadores inscritos em todo o Brasil e, como já disse, 13 do
Rio Grande do Sul.
Antes
do dia 30, tivemos uma Reunião Extraordinária do Conselho Nacional das Cidades,
do qual sou titular, que inclusive discutiu alterações e ampliou o Conselho
Nacional das Cidades. Esta reunião, de extrema importância, tratou da
participação e controle sociais, políticas urbanas de caráter regional e
metropolitano, financiamento do desenvolvimento urbano e questões federativas.
Foram inúmeras decisões; destaco aqui, entre elas, decisões de âmbito nacional,
como no sentido de que no Brasil haja uma redução radical dos juros praticados,
que estão sendo um freio para a retomada econômica deste País, uma redução do
superávit primário que só neste ano já chegou a cerca de 82 bilhões de reais;
se tomarmos os últimos 12 meses chegaram a 95 bilhões de reais.
E
nós, do PCdoB, temos aqui desta tribuna mostrado, dito, insistido, que, apesar
dos importantes avanços que o País tem tido, como ter um superávit de 40
bilhões de dólares - e são mais de 100 bilhões de reais -, ter tido uma redução
em 50% dos brasileiros na faixa da miséria, ter havido crescimento da renda,
ter havido crescimento do emprego, é preciso que o Brasil tenha um crescimento
ainda maior, e é possível; para isso é preciso ampliar os investimentos,
modificar a política macroeconômica, considerar que a proporção entre dívida
pública e déficit nominal pode ser diminuída, não só através de um superávit
crescente, primário, mas também pelo aumento do PIB. E a redução do PIB no mês
que passou é um alerta importante que fortalece aqueles que dentro do Governo,
Ver. Oliboni, defendem uma retomada maior do crescimento econômico, e que
rompamos, de vez, com aquele período de estagnação dos doze anos de predomínio
neoliberal neste País.
Para
concluir, nós queríamos dizer que estamos examinando com alguma preocupação o
Projeto de Lei sobre os chamados Centros Populares de Compras, que se refere à
questão do trabalho informal nesta Cidade, Projeto que estava para ingressar
nesta Casa, prometido em junho, depois em julho. Pois bem, ele praticamente é
colocado há dezessete dias, Ver. Todeschini, do final do recesso desta Casa, um
Projeto desta magnitude, desta importância, com tantas conseqüências para a
nossa população, podendo significar para milhares de famílias de trabalhadores
informais a própria impossibilidade de trabalho. E este Projeto, além de ser
colocado às vésperas do final do ano, ele não explicita em que condições se
darão esses Centros Populares, os chamados camelódromos, ou shoppings
populares.
A
nossa Comissão fez uma ampla discussão, com a participação dos trabalhadores
informais, e está praticamente descartada por eles a possibilidade de shoppings
populares verticais, então, seria preciso que o Projeto contemplasse essas
preocupações, mas é um Projeto genérico, de afogadilho, que simplesmente vai
proibir qualquer trabalho informal, fora dos chamados Centros Populares de
Compras.
Então,
registramos a preocupação da Bancada do PCdoB, que considera que esse Projeto
não é um Projeto que tenha que ser votado até o final do ano e que mereceria um
estudo e uma análise mais demorada, devendo ficar para o próximo ano. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregoamos
o Ofício nº 0451, do Sr. Prefeito Municipal. (Lê.): “Sr. Presidente: Encaminho
a V. Exª e a seus nobres Pares, Mensagem Retificativa do Projeto de Lei
Orçamentária, ora em avaliação nessa Colenda Casa Legislativa.
Tal
Mensagem objetiva:
1
- Criar uma atividade conforme segue: Órgão: 2100; Unidade Orçamentária:
Encargos Gerais do Município; Código da atividade 28.046.998;
Especificação:
Pagamento de decisão do Supremo Tribunal Federal referente ao Fundo de
Previdência do Legislativo.
Elemento
de Despesa: 3.3.90.08 - Outros benefícios assistenciais.
Valor:
um milhão de reais.
A
inclusão de tal dotação objetiva cumprir decisão judicial que determina o
pagamento das aposentadorias de ex-Vereadores pelo Poder Executivo Municipal,
referente à decisão do Supremo Tribunal Federal em relação ao Fundo de
Previdência do Legislativo.
Para
o acréscimo do valor supra, serão realocados recursos do Poder Legislativo,
conforme segue:
Órgão:
100
Unidade
Orçamentária: Câmara Municipal de Porto Alegre.
Código
da atividade: 01.0031.200.2001
Elemento
de Despesa: 3.3.90.39;
Especificação:
Outros serviços de terceiros - Pessoa Jurídica.
Valor:
um milhão de reais.
Na
oportunidade, apresento-lhe minhas respeitosas saudações.
José
Fogaça, Prefeito”.
O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, acho um bocado preocupante aquilo que a gente viu antes aqui, com a
postura do Secretário Cassiá Carpes, porque nós temos duas Casas: a Casa
Executiva e a Casa Legislativa, e nós temos independência entre os Poderes,
autonomia dos Poderes. A Casa Legislativa tem o direito de fazer o requerimento
de comparecimento dos Secretários a esta Casa. E o fez, porque identificou
polêmica e dúvida dentro do próprio Governo, composições públicas nos órgãos de
imprensa, manifestas através dos jornais. Espantou-nos - falo em nome da
Bancada - a arrogância, Ver. Nilo, com que veio aqui o Secretário Cassiá. Não é
assim que se procede. É verdade que as Casas devem ter autonomia, mas deve
haver o devido respeito, e não foi isso o que a gente viu aqui.
Ele
me fez uma série de acusações lamentáveis, que não estão aqui no fórum de
debate. As questões levantadas querem atingir a minha honra, a minha
Administração, que não tem o que atingir, porque as minhas contas estão todas
aprovadas e muito bem aprovadas pelo Tribunal de Contas. É diferente de uns que
ainda têm que passar pela história do Tribunal, que têm que passar, talvez, por
CPIs e por histórias da Justiça, é diferente! As minhas estão todas aprovadas,
portanto um ataque rebaixado, desqualificado desse tipo nem me preocupa e nem me
manifesto. Mas essa discussão é uma discussão à parte, essa se trata na esfera
e no momento adequado e competente, se for o caso.
Agora, o que me espanta é a arrogância, a prepotência, porque nós estamos discutindo um Projeto para a Cidade, que vai aportar, Ver. Braz, mais de 20 milhões de reais para os cofres do Poder Público. Esta Casa tem o direito de saber, sim, e tem o direito de saber, porque, no passado, essa determinada pessoa que estava aqui como Vereador, militou contra, apresentou Projeto de Lei contra, declarou na imprensa que era contra e falou aqui, na primeira fala nesta Casa, no dia de hoje, que também, se estivesse aqui, não votaria. Então, como é que pode alguém que tem essa postura vir pedir para que vocês votem a favor, se ele, que é o responsável pela gestão, é contra.
E,
de mais a mais, a Taxa de Iluminação Pública é para quitar a conta com a
Companhia Estadual de Energia Elétrica, esse é o acordo que foi firmado na
Frente Nacional de Prefeitos, por isso é que saiu a Medida Provisória,
autorizando os Municípios a instituírem a Taxa de Iluminação Pública, não é
para recuperar os pontos. Essa é outra questão que é obrigação, que tem que ser
feita, e a iluminação é, sim, fator de segurança. Mas, para isso, existe o
IPTU, para isso existem os outros tributos, Ver. Luiz Braz, que dão conta das
tarefas, que dão conta das necessidades.
Então,
nós, que estamos aqui para, de um lado, ter responsabilidade com a Cidade e, de
outro lado, saber da boa gestão, da correta administração, da adequada aplicação
dos recursos públicos, temos que saber tudo, sim. E temos já identificada uma
posição divergente, porque essa posição do Governo não faz justiça tributária:
o pobre paga igual ao muito rico, àquele que pode muito mais, porque as taxas
são uniformes. Isso não é o mais adequado. É por isso que a gente quer discutir
e precisa ter tempo; por isso, não tem que ter urgência. Quero dizer, também,
porque tenho que desmentir todas às vezes que, da dívida alegada de 175 milhões
de reais, na verdade, 75 milhões ficaram em caixa. Portanto, não são mais 175
milhões, são 100 milhões, e, dos 100 milhões, 40 milhões são encontro de contas
entre DMAE e CEEE. Portanto, são 60 milhões. E tem mais uma conta do DEMHAB,
que eu não lembro de quanto é, mas é significativa, talvez 10 milhões de reais.
Então, a dívida real é em torno de 50 a 60 milhões, o que significa 0,5% de um
orçamento de dois bilhões de reais. Insignificante! É uma situação muito boa,
invejável, incomparável.
Para
sintetizar, queremos dizer: cuidado com a arrogância, ela pode valer no
momento, mas ela pode ser muito boa para nós, que somos oposição. E um alerta
ao Prefeito Fogaça: acorda Fogaça! Começa a governar, porque vir aqui chorar
toda vez, com a desculpa disso ou daquilo, não resolve os problemas da Cidade,
que está muito mal. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, especialmente o Ver. Todeschini, evidentemente
que ele não tem obrigação de me dar atenção, mas talvez para o Ver. Todeschini
a conduta mais adequada, falando em arrogância, seria ele falar essas coisas na
frente do Secretário Cassiá, que estava aqui; depois que ele vai embora, e o
contraponto fica mais difícil. Evidentemente que é uma honra para todos os
Secretários, quando chega um Requerimento, Ver. Nilo, e os convoca para
vir aqui, porque esta é a Casa onde se dá satisfação, e deve ser uma satisfação
imensa para o Secretário dividir com a Casa, inclusive, as responsabilidades,
trazer os problemas e nós os debatermos; quem sabe daí saiam as soluções.
Mas, por falar em comparecimento, a Bancada do
Partido dos Trabalhadores prometeu que traria aqui, por exemplo, o Presidente
João Motta, e até hoje... E a questão era a extinção do serviço de ginecologia
do Grupo Hospitalar Conceição, de histórico e qualificado serviço, um dos
melhores, um distintivo do Grupo Hospitalar, e, mais do que isso, é o único
serviço na Zona Norte de Porto Alegre. Se examinarmos todos os itens e
critérios para a mudança do serviço do Hospital Conceição para o Hospital
Fêmina, nós vamos ver que, em dez itens, há dez contra-indicações para fazer
isso. Mas o Superintendente teima em fazer.
O Tribunal de Contas, aprovar contas..., eu tenho
anos em que as minhas contas foram aprovadas e outros que não, mas não foi por
improbidade, foi por irregularidade. Há coisas que eu nem sabia que aconteciam
no Grupo Hospitalar Conceição, são seis mil funcionários, aquilo é uma cidade
e, na época, eram 250 milhões de dólares. Eu estou condenado e, toda a vez que
tem uma eleição, eu sou impugnado. Mas as acusações são burocráticas, são
administrativas.
Por fim, Ver. Todeschini, com todo o respeito que
eu tenho por V. Exª e pelo Partido dos Trabalhadores, vou usar a frase do Líder
do Partido dos Trabalhadores, Tarso Genro, para dizer: “O que nos derrotou foi
a nossa arrogância”. Se há alguém professor de arrogância nesta Cidade, não
está em nenhuma das fileiras dos outros Partidos, porque V. Exª tem toda a
razão, e eu até digo que não
são 60 milhões, que é zero vírgula ponto por cento, não! Cento e setenta e
cinco milhões de reais representam um percentual muito pequeno para uma
arrecadação de 2 bilhões. Para um movimento de 2 bilhões, 175 milhões
representam um percentual pequeno. Só que, para uma administração que,
desconhecendo qualquer dado, até por terem sido extintas, tendo sido deletadas
todas as informações, sem dinheiro, no início as dificuldades são imensas. O “v
zero”, como nós chamamos em Física, é aquele impulso inicial que é necessário.
Realmente, fica bem mais difícil trabalhar. E é isso que sempre se alegou.
A Srª Margarete Moraes: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Obrigada. Eu quero dizer que fui eu que sugeri a vinda do Ver. João
Motta. Imaginei - um erro meu – que a Diretoria Legislativa o convidasse. Mas
eu me comprometo a fazer esse convite ao Superintendente do GHC, João Motta. Só
para lhe esclarecer.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Muito obrigado pela sua delicadeza, pela
sua atenção.
As
direções, as administrações deixam dívidas, elas vivem com dificuldades também.
Quem sabe, com essas correções e esses aumentos, nós possamos superar as
dificuldades iniciais. E 20 milhões - Vereador, quero que V. Exª faça o mesmo
raciocínio: se 175 milhões representam um percentual pequeno, 20% a mais para a
população é também um percentual pequeno, especialmente da forma como está
sendo proposto agora, porque a fórmula anterior era realmente um absurdo. Se
for tudo para a CEEE, está muito bem, mas, se for também para iluminação, e é
outra verba, é outra rubrica, inclusive é outra fonte de recursos, que é do
Exterior, que é por empréstimo. Eu acho que as duas fórmulas estão
satisfatórias, desde que a qualidade de prestação de serviço para o nosso
munícipe tenha uma melhora acentuada. E é isso que nós queremos.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregôo o Requerimento, de autoria da
Verª Manuela d’Ávila, que solicita a retirada de tramitação dos destaques
das Emendas nºs 03, 64, 108 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 03 ao PLE nº 026/05.
O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Sr.
Presidente, Ver. Elói Guimarães, na pessoa de V. Exª quero
cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa; público que nos
assiste nas galerias e pela TVCâmara, senhoras e senhores, venho a esta tribuna
hoje, em período de Liderança que me é concedido pelo PDT, que está
representado na Casa pelos Vereadores Dr. Goulart, Ervino Besson, Neuza
Canabarro, Nereu D’Avila, Mario Fraga e este Vereador, tendo em vista o fato de
que o período de Comunicações da presente Sessão foi transferida para a Sessão
seguinte, e eu estava organizado para falar a respeito de um projeto de minha
autoria, o PLL nº 218/05, que dá nova redação aos incisos I e II, ambos da Lei
nº 8.192/98, e alterações posteriores, que limita o tempo de espera em filas
dos caixas em estabelecimentos bancários para 15 minutos. Atualmente, a
legislação, inclusive aprovada por esta Colenda, garante aos cidadãos
porto-alegrenses o atendimento em 30 minutos, e no nosso entendimento, em
função dos grandes avanços tecnológicos, em função das facilidades que trouxe a
Internet, em função dos inúmeros caixas de auto-atendimento, onde as pessoas
depositam, sacam, tiram extratos, pagam contas, enfim, que aquele serviço em
que é imprescindível que a pessoa vá para a fila e seja atendida pelo caixa,
deve ser agilizado, deve ser mais rápido, inclusive em respeito ao cidadão
porto-alegrense.
A legislação atual,
que prevê o atendimento em 30 minutos em dias normais, e em 45 minutos em dia
de pagamento ou após feriado, está defasada. No nosso entendimento, Ver.
Maurício Dziedricki, estar previsto em Lei que o cidadão
porto-alegrense deva ficar 45 minutos em uma fila, está fora da realidade
atual. Atualmente, o cidadão ficar 45 minutos numa fila está previsto em Lei,
mas, no nosso entendimento, isso não está correto.
Portanto, nós estamos reduzindo aquele tempo que
era de 30 minutos para 15 minutos e o que era de 45 minutos para 20 minutos,
porque nós entendemos ser isso um tempo razoável, inclusive temos a compreensão
de que este Projeto de Lei, Ver. Bernardino, pode trazer alguns empregos na
nossa Capital, porque é notório que os estabelecimentos bancários, apesar da
infra-estrutura que têm de caixas, reduziram o número de atendentes nos caixas.
Muitas agências têm cinco, seis, oito bancadas de caixa e, na realidade, só há
duas ou três funcionando.
Então, pelo acordo construído entre oposição e
situação neste Poder Legislativo, este Vereador ainda tem direito a incluir um
Projeto de Lei para ser aprovado este ano. E quero trazer hoje aqui ao
conhecimento da população, neste período de Comunicação de Líder que me cede o
Partido, no rodízio que temos, que estarei priorizando este Projeto, porque
entendo que é um Projeto que traz, sim, um benefício à nossa comunidade,
àquelas pessoas que, muitas vezes, sacrificam o seu horário de almoço, Ver.
Comassetto, porque o estabelecimento bancário fica das 10h às 16h aberto e, por
isso, muitas vezes a pessoa se utiliza do seu horário de almoço e é
surpreendida tendo que ficar uma hora, 45, 50 minutos na fila de banco.
O nosso entendimento é que esse prazo seja
reduzido, inclusive nós estipulamos uma multa, e vamos propor alguma emenda que
dê mais visibilidade a esse Projeto. Eu faço aqui menção àquela legislação
estadual, que obriga a colocação de uma placa na porta do elevador para as
pessoas observarem, quando a porta abrir, se ele se encontra no local. É alguma
coisa nessa linha que nós queremos fazer a respeito dessa Lei que obriga o
estabelecimento bancário a atender o seu cliente em 15 minutos, porque
entendemos que com a tecnologia, com os avanços da informática, com a Internet
e o auto-atendimento não é possível que o cidadão porto-alegrense ainda esteja
submetido - respaldado por Lei - a ficar 45 minutos numa fila.
Este Projeto de Lei, que inclusive já está com
algumas emendas para sanar irregularidades apontadas, restou empatado na
Comissão de Constituição e Justiça, mas nós já estamos trabalhando nesse sentido,
está aqui o Ver. Todeschini, Relator. Queremos trazer ao conhecimento que
entendemos que o Projeto é de fundamental importância; priorizamos e devemos
estar aprovando ainda até o final deste ano no sentido da nossa colaboração
para Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia
Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente,
vou falar rapidamente porque logo mais este Plenário iniciará a discussão de um
dos temas mais importantes de um Parlamento, que é exatamente a aprovação do
Orçamento da Cidade.
Mas eu não poderia deixar passar, considerando aqui
a intervenção do Ver. Todeschini de que, na minha avaliação, não manteve a
qualidade política dos debates desta Casa. Apenas para relembrar, neste ano nós
recebemos, neste Parlamento, dezenas e dezenas de Projetos de Lei do Executivo,
Projetos extremamente relevantes, Projetos que garantiram aos contribuintes
desta Cidade, por intermédio de uma política de parcelamento, pagar as suas
dívidas, muitas delas antigas, com a nossa Prefeitura.
Neste
ano, nós votamos pela primeira vez o Plano Plurianual, inclusive absolutamente
diferenciado, com transversalidade, respeitando as consultas da comunidade.
Aqui, nós aprovamos o Projeto das Parcerias Público-Privadas, enfim, nós
aprovamos 37 Projetos de Lei de origem do Executivo, muitos extremamente significativos e representativos
dos interesses da cidade de Porto Alegre. Temos ainda 38 Projetos de Lei que
tramitam nas Comissões Técnicas desta Casa e como estamos ao término do ano,
seguramente prosseguirão nos debates no ano de 2006.
Quero lembrar, ainda, que nunca desta tribuna
estabelecemos um debate que
não fosse calcado especificamente em cima das idéias políticas, em cima do
debate dos interesses da Cidade.
Penso
que nenhum político desta Casa, nem do Executivo, teve um dia que não
trabalhasse em defesa dos interesses de Porto Alegre. Eu queria pedir a V. Exas
que mantivéssemos o debate no nível das idéias, sem as personalizações e as
ofensas, até porque essa não foi a forma que nós tentamos imprimir a prática
política deste ano; não foi essa a forma que nós estabelecemos o debate com
nenhuma Bancada desta Casa, mas por meio das dezenas de reuniões, audiências
com as Bancadas e com a presença dos Vereadores no plenário, todos esses
contatos foram feitos em cima de debates políticos. Acho que a oposição cumpre
sempre, em qualquer Parlamento, uma função importante, mas acho que a crítica
tem de ser política, tem de ser fundamentada, porque, efetivamente, uma crítica
feita dessa forma faz avançar o Parlamento, aprimora os projetos. E eu queria
dizer que todos os projetos, quer sejam do Executivo ou dos Vereadores que
tiveram emendas, quando essas emendas aprimoraram o Projeto, elas foram aceitas
e jamais olhamos o nome dos seus autores.
Eu
acho que essa é uma questão que foi a marca do debate desta Casa, essa foi a
marca impressa pelo Executivo na relação de respeito a este Poder, da autonomia
dos Poderes. O diálogo, a diversidade e o respeito à diferença continuará sendo
sempre a tônica dos debates políticos da Prefeitura de Porto Alegre enquanto
nós estivermos na gestão da Prefeitura. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Havendo
quórum, passamos à
A
Reunião da Mesa e das Lideranças deliberou, pela manhã, a seguinte ordem de
votação: Requerimento s/nº, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que requer
Regime de Urgência para o PLE nº 031/05, PLCE nº 006/05, PLE nº 026/05.
Antes
do ingresso na votação do Orçamento, nós precisamos votar o Recurso, de autoria
do Ver. Márcio Bins Ely, decisão da Comissão de Constituição e Justiça, que
terá que ser deliberado pelo Plenário por ser matéria conditio sine qua non
ao Orçamento.
Em
votação a ordem proposta. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ.
s/n. (Ver.ª Clênia Maranhão) –
requer Regime de Urgência para o Processo n.º 6765/05 - PLE 031/05, que altera a Lei 9.329/2003 que institui a Contribuição para
o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (CIP) e dá outras providências. Com
Emenda n. 01. (incluído em 01-12-05)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em
votação o Requerimento, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que requer Regime
de Urgência para o PLE nº 031/05. (Pausa.)
O
SR. ADELI SELL (Questão de Ordem):
Quem encaminhou até agora?
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães):
Não houve quórum, logo, se renova. Renovação total.
O
Ver. Adeli Sell está com palavra para encaminhar a votação do Requerimento, de
autoria da Verª Clênia Maranhão, que requer Regime de Urgência para o PLE nº
031/05.
O
SR. ADELI SELL: Ver.
Elói Guimarães, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, por deferência do
nosso Líder, Ver. Carlos Todeschini, em nome da Bancada do PT, quero me opor
radicalmente à urgência na votação desse Projeto. Essa questão estava posta
desde 2003, ou seja, há dois anos, quando uma lei semelhante já havia sido
aprovada nesta Casa. Houve uma tentativa, inclusive, de barrar, na Justiça, a
cobrança da Contribuição de Iluminação Pública - CIP. Tratativas entre o Poder
Público Municipal e a CEEE conseguiram fazer com que as questões, como o
pagamento da dívida, fossem postergadas.
É
evidente que temos de encarar o problema. O problema existe. Há, inclusive,
Legislação Federal que trata desse tema. A maioria dos Vereadores na gestão
passada, em 2003, acabaram aprovando essa Contribuição. O que nós não podemos
aceitar é votar a urgência, atropelar votações, porque nós deveríamos estar
discutindo aqui, minuciosamente, agora, o Orçamento - que não teve discussão
nesta Casa, porque a base do Governo se recusou a discutir o Orçamento.
Não
sou Vereador de fazer dezenas de emendas. Cito o meu caso pessoal: fiz apenas
seis emendas, com alguém que já trabalhou Orçamento na Prefeitura, totalmente
dentro daquilo que manda o figurino. Tive minhas emendas rejeitadas. No
entanto, houve uma negociação esdrúxula com vários membros da base do Governo,
e Emendas que não têm sustentação legal foram aprovadas.
Então,
nós queremos discutir o Orçamento, sim! Hoje, se for discutido até a meia-noite,
não há problema; amanhã, depois de amanhã, até o dia 31 deste mês podemos
discutir todos os Projetos. Passamos um ano inteiro usando este espaço aqui
para fazer comparecimento de pessoas que não eram autoridades; passamos tardes
inteiras aqui fazendo proselitismo, sem entrar na discussão. Vossas Excelências
já fizeram um levantamento de quantos Projetos de fundo nós aprovamos, este
ano, nesta Câmara? Quantas discussões de fundo foram negadas? Quantos espaços
foram fechados para nós e não deixaram que nós fizéssemos o verdadeiro debate?
Querem que a nossa Bancada concilie com atropelos, quando tínhamos o ano
inteiro para discutir essa e tantas outras questões? Façam um levantamento! Eu
fiz esse levantamento e vou dar publicidade.
Vamos
fazer o verdadeiro debate como aqui provocou o Secretário Ver. Cassiá Carpes,
de forma deselegante, que me chocou profundamente, discutindo questiúnculas
político-partidárias. Como é que um Secretário quer ganhar a Câmara, quer
ganhar a oposição, fazendo esse tipo de provocação? Convenhamos, senhoras e
senhores, somos minoria aqui, mas temos dignidade, temos história nesta Cidade.
Não vão passar com uma patrola na oposição! Não vão! Esse tipo de provocação
vai ter uma profunda resistência de nossa parte. Nós vamos utilizar todos os
meios legais - todos - da obstrução, da retirada de quórum, de convocações
extraordinárias, de busca de espaço dentro da Procuradoria da Casa, da Comissão
de Constituição e Justiça, inclusive do Ministério Público, se for o caso. Não
vão nos atropelar aqui! Esta é uma Casa democrática, a maioria tem que ser
respeitosa, e hoje nós fomos profundamente desrespeitados aqui; profundamente.
Até o tratamento que o Secretário deu não foi protocolar! É claro que eu não
dou bola para esse tipo de frescura, mas se fosse outra pessoa que estivesse
aqui, teriam cobrado o tratamento de V. Exª, de nobre, etc. Mas como foi o
Secretário Cassiá, tudo passou em brancas nuvens.
No
entanto, agora, com o direito que nós temos do jus esperneandi,
como se diz, nós utilizaremos todos os mecanismos possíveis. Não nos provoquem,
não tentem nos atropelar. Nós estamos com o povo e com o povo ficaremos.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que requer Regime de Urgência
para o PLE nº 031/05.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Ver. Adeli, estamos
com o povo - V. Exª e nós também -, ao lado do povo. Pois, Ver. Adeli e demais
Vereadores, nós estivemos juntos, nessa matéria; quero dizer que eu mesmo, na
época Líder da Bancada do PMDB, ajudei na construção para que a Contribuição de
Iluminação Pública passasse aqui nesta Casa. Foi também com o meu voto. E eu
vou dizer por que eu fiz isso. Se nós olharmos o ano de 1988, final da
Constituinte, os Municípios brasileiros detinham 20% da arrecadação tributária
do País. Nós estamos hoje, em 2005, e os Municípios brasileiros não ficam
sequer com 14% de todos os impostos arrecadados no Brasil. E houve,
indiscutivelmente, aquilo que eu chamo de “prefeiturização” dos serviços
públicos, ou seja, muitos serviços que eram, então, dos Governos, dos Estados
ou da União, acabaram, nesse período, passando às Prefeituras.
Há
muito tempo, Ver. Todeschini, que a Prefeitura não vem pagando a iluminação
pública em Porto Alegre. V. Exª sabe que nós gastamos aqui em torno de um
milhão e 500 mil reais por mês com a taxa de iluminação pública, e nós estamos
numa conta hoje de 58 milhões de reais.
Eu acho, por esta razão, que o Governo de V. Exª
enviou a esta Casa esse Projeto; que teve a sensibilidade, mesmo num ano que
antecedia a eleição. Veja que esta Casa, maduramente, não pensou inclusive na
renovação dos seus mandatos, de dizer que não votaria tal matéria, porque
perderia votos; pelo contrário, votou! E agora, o que houve? O Sindilojas
entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, logrou êxito no primeiro
grau e no Tribunal de Justiça. O Prefeito encontra uma forma de, em vez de ser
percentual, ser um valor fixo.
O que dizia Ricardo Collar naquela época, Ver.
Carrion? V. Exª falou sobre isso aqui e a gente pode recuperar a fala do então
Secretário, figura de bom diálogo. O que dizia o Secretário Collar? O Secretário
Collar dizia que os valores arrecadados chegavam em torno de um milhão e 500
mil reais com aqueles percentuais. O Prefeito atual, através do Secretário da
Fazenda, está dizendo que os valores arrecadados chegam a um milhão e 500 mil
reais, um milhão e 600 mil reais. Nós podemos checar esses dados, então,
ninguém está falando diferente. O Governo anterior queria arrecadar um milhão e
500 mil reais através do percentual, e nós escalonamos no primeiro ano, no
segundo ano, e depois uma definitiva. E o Governo atual, para poder livrar-se
da inconstitucionalidade, coloca o valor fixo, mas o valor, ao fim e ao cabo, é
a mesma coisa.
Então, eu quero dizer que o Projeto precisa, na
minha avaliação, ter alguns aperfeiçoamentos. Eu acho que a gente não pode arrecadar
só para pagar para trás; a Cidade tem um déficit de iluminação que precisa ser
enfrentado. Nós temos que escalonar, criar-se um fundo, para que esse fundo
possa, sim, fazer com que você possa ampliar a iluminação.
Eu acho que essa é uma questão perfeitamente
discutível, sobre a qual não haverá oposição por parte de ninguém.
Então, eu volto a reafirmar que se quer votar esse
projeto neste ano para implantá-lo no ano que vem. Na verdade, nós aprovamos
essa Lei em 2003; nós passamos todo o 2004 numa negociação de acerto de contas,
em que o Ricardo Collar, Secretário de então, não se acertou com a Presidência
da CEEE, porque havia as
chamadas compensações - foi por essas razões.
Então,
por favor, não vamos, com relação a isto aqui, como se diz no linguajar
popular, “botar chifre em cabeça de égua”! Nós estamos numa matéria que o
Governo, na época, trouxe para cá, e que recebeu a compreensão de parcela da
oposição. Hoje inverteu-se o papel: o papel de quem era oposição hoje é
Governo. Eu estou muito tranqüilo, porque votei, na época, uma proposta que
veio do Executivo! Por isso, Sr. Presidente, eu quero sustentar que acho
importante essa matéria; todo mundo a conhece, então, Ver. Adeli, desculpe-me,
porque há um acúmulo de debates extraordinários sobre essa matéria. Nós temos
amadurecimento para votá-la. Por isso sustento, sim, que devemos votar
favorável - procedeu o Parecer -, para que a Câmara possa analisar a alteração.
Não é a criação da taxa de luz; é a alteração da Lei. A Lei existe, e é uma
alteração o que estamos fazendo. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
Como eu disse, era um
percentual! Ao ser um percentual, Ver. Todeschini, é progressivo - quem gasta
mais, paga mais! Agora eu pergunto, Ver. Mario Fraga: entre o vileiro, que tem
uma casinha lá, e o dono de uma grande mansão com 30 quartos, será que a diferença
é só de um para três, o gasto; como é a taxa? Aliás, disse mal, um para três
entre o residencial e o industrial? Na verdade, a moradia, desde o vileiro -
salvo o que está excluído -, até o magnata, vai pagar R$ 2,80 - isso para os
consumidores residenciais. Então, passou de uma taxa progressiva a ser uma
taxa, na verdade, regressiva, porque a pessoa vai gastar um número pequeno - 80
kW -, e vai pagar o mesmo valor que aquele que está gastando 3 mil kW. Pode ser
justo isso, Vereadora? Evidentemente que não! Então, nós teríamos que construir
e queremos que a contribuição exista, sabemos da necessidade dela, mas nós
gostaríamos que a Casa pudesse construir uma proposta, porque a forma com que o
Executivo nos envia - a 10 dias do recesso -, nós vamos ter de votar uma
urgência; não vai passar nas Comissões. O Relator será, certamente, da base do
Governo, e será aqui uma pseudodiscussão nas Comissões, uma pseudovotação, que
se pode justificar, no entender da Bancada do PCdoB, em situações mais simples,
mas o próprio Governo teve dificuldade de construir, devido à decisão judicial,
uma proposta mais justa.
Então,
por tudo isso, nós vamos votar contrariamente à urgência, clamando por tempo,
por espaço, para que esta Casa possa contribuir com o Executivo e com a Cidade
para construirmos uma proposta exeqüível e justa, e não a proposta injusta que
hoje está para os Vereadores se pronunciarem, que pode ser resumida no
seguinte: a Gerdau e todas as indústrias pagarão R$ 9,80, e o vileiro pagará R$
2,80. O da Carlos Gomes, com 30 quartos, vai pagar R$ 2,80, e o situado lá nos
confins do Município vai pagar os mesmos R$ 2,80. Será possível isso? Será
justo? Esta Casa quer isso? Vai-se pronunciar de afogadilho? A cabresto, Ver.
Mario Fraga? O Vereador que eu conheci, combativo quando era oposição, agora
está calado, de cabeça baixa, e vai ter dificuldade de olhar o eleitor se
aceitar essa situação. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu, antes disso,
encontrava-me regimentalmente perdido, porque eu sei que o Secretário pode
comparecer espontaneamente à Câmara Municipal, se esse for o seu desejo, mas
ele tem de acertar data e hora com o Presidente, e depois nós vamos ser
avisados. Isso não aconteceu hoje, e eu nem sabia que ele estaria presente.
Agora, eu me vejo outra vez regimentalmente perdido. Nós estamos discutindo
Urgência ou o Projeto já? Os Vereadores vão ali, falam, falam, e esquecem de
dizer se são favoráveis à Urgência ou contra. Nós só temos de dizer se nós
somos favoráveis à Urgência ou contra. Eu sou favorável à Urgência, a minha
Bancada é favorável à Urgência. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Não
há mais Vereadores inscritos para encaminhar a matéria. Em votação nominal,
solicitada por esta Presidência, o Requerimento de autoria da Verª Clênia
Maranhão, que requer Regime de Urgência para o PLE nº 031/05. (Pausa.) (Após a
apuração nominal) APROVADO por 21 votos SIM, 09 votos NÃO.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, solicito que seja anexada a minha Declaração de Voto, que não
terminei ainda. Posso anexar posteriormente?
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Pode,
Ver. Adeli Sell.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
N. 5586/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 006/05, que altera dispositivos da Lei
Complementar n. 197, de 21 de março de 1989 e dá outras providências.
(transmissão de imóveis) Com Emendas nos. 07, 08, 12 e 13. Com Mensagem Retificativa.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto e
às Emendas nos. 01,02, 04, 05, 06, 07, 08, 11 e 12 e pela existência de óbice
de natureza jurídica à Emenda n. 09.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, I, da LOM.
- retiradas as Emendas nos. 01, 02, 03, 04, 05, 06, 09, 10 e 11;
- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 28-11-05;
- discutiram a matéria os Vereadores A.Sell, L.Braz, M.Fraga, J.I.Heinen, S.Melo e B.Vendruscolo, em 30-11-05;
- adiada a discussão por uma sessão em 30-11-05.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em
discussão o PLCE nº 006/05. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir o PLCE nº 006/05, por cedência de tempo do Ver. Aldacir Oliboni.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, mesmo fora dos microfones a gente ouve o que as pessoas falam nesta
sala. Eu quero dizer à Líder do Governo que, se continuar provocando, V. Exª
terá que ficar algumas horas a mais, porque nós nos daremos o direito de falar
tantas vezes quanto acharmos necessário, como já disse anteriormente, e fazer
as obstruções que forem necessárias, porque não foi a Bancada do PT que tirou o
quórum muitas vezes, não deu quórum em vários períodos da Ordem do Dia.
Fizemos, sim, Ver. Dib, algumas vezes valer o nosso direito de minoria. Nós
temos o que falar sobre o assunto, e não dependeu de nós um conjunto de
atividades inócuas, desnecessárias e contraproducentes que foram feitas aqui
nesta Casa.
Nós
queremos, sim, o ITBI parcelado, já poderíamos ter decidido isso, se o Governo
tivesse feito as emendas que achava serem necessárias, por meio de suas
Lideranças, ao Projeto do Ver. Bernardino Vendruscolo, de sua base e, se
tivesse chancelado, a questão do vício de iniciativa estaria resolvida. Ou se
não fosse isso, que tivesse negociado a retirada do Projeto e o envio em tempo
hábil, porque já se passaram 11 meses, tempo suficiente para estudar, para
redigir e negociar um Projeto, para que os projetos não cheguem aqui e tenham
problemas, tenham vícios de origem e tenham um conjunto de incongruências,
inclusive de ilegalidades como alguns que nós vimos aqui. Temos de começar a
discutir, nesta Casa, que todas as questões sejam tratadas com isonomia, que
uma emenda correta só pode ser negada politicamente. Se as pessoas tivessem
dito para mim: “as suas emendas não aceitamos, porque temos diferenças
políticas, administrativas”, não haveria nenhum problema. Agora, dizer para mim
que as emendas que fizemos são inconstitucionais, não têm base legal; feitas
por uma pessoa que fez vários orçamentos na Administração, convenhamos. Como
diz o nosso povo: apliquem isso para os outros, mas não para nós, por favor!
Nós
vamos votar favoravelmente ao Projeto, porque achamos que é meritório. Nós
queremos que a população tenha o ITBI parcelado, que terminem os contratos de
gaveta, e que nós possamos desenvolver plenamente a cidade de Porto Alegre,
inclusive arrecadando mais, porque nós queremos gastar mais em desenvolvimento
e fazer desta Cidade uma cidade progressista como o povo de Porto Alegre
espera. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra para discutir o PLCE nº 006/05, por cedência de tempo do Ver. Haroldo
de Souza.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, venho a esta tribuna para dizer que esta Casa,
pelo que se nota, toma uma decisão importante na tarde de hoje, quando
certamente vai aprovar o parcelamento do ITBI.
Senhores,
quero-lhes dizer que são milhares de pessoas que estão aguardando, neste
momento, a aprovação deste Projeto de Lei que vai permitir que elas regularizem
os seus imóveis.
Ao
longo dos anos, pessoas adquiriram imóveis, imóveis já financiados e não
transferiram os financiamentos, porque é praxe dos agentes financeiros fazerem
a reavaliação, o recálculo da prestação ou atualização das prestações. Com
isso, as pessoas passaram a não transferir os imóveis, ou melhor, os
financiamentos junto aos agentes financeiros, e, com isso, ao longo dos anos,
somaram-se milhares de contratos quitados na mão das pessoas que hoje não têm
condições de fazer a escritura definitiva, porque o pagamento exigido é o
pagamento à vista.
Não
se trata somente dos 3%; trata-se dos 3% não do valor do negócio e, sim, do
valor que é avaliado pela Fazenda Municipal, que nós todos sabemos que
normalmente é um valor acima do valor de compra e venda, além do valor
destinado à escritura e dos valores destinados ao registro da Escritura, no
Registro Imobiliário, porque de nada adianta ter uma escritura na mão, sem
levar essa escritura para averbação no Registro Imobiliário.
Queremos
dizer que participamos da última reunião com o Secretário Tatsch, quando
retiramos várias emendas, até porque o Governo abarcou, num segundo momento,
quando das mudanças do seu Projeto, várias pretensões ou várias emendas nossas,
e com isso ficamos atendidos naquilo que estamos reivindicando. Apenas pedimos
para que o parcelamento fosse mantido em 12 parcelas fixas, e que o Projeto ou
o tempo para pedir o parcelamento ficasse num prazo mínimo de doze meses, e,
com isso, então, o Executivo assume um compromisso com esta Casa de que, ao final
dos 12 meses, se houver um incremento, se houver um aumento na arrecadação do
ITBI, o Governo irá prorrogar o prazo para pedir o parcelamento, caro Vereador.
Então,
tenham a certeza de que vamos ter o atendimento de milhares de pessoas que hoje
não têm condições de fazer a escritura, e a Fazenda Municipal terá um
incremento na arrecadação.
Por
isso hoje não nos preocupa mais aquilo que buscávamos no passado, um prazo
maior para pedir o parcelamento, porque sabemos que aumentará a Receita, e, com
isso, esse prazo, certamente, não será somente dos 12 meses. Conhecemos o
mercado e sabemos das suas necessidades.
Então,
tenham a certeza de que o prazo para pedir o parcelamento não durará somente os
12 meses, mas poderá, inclusive, se perpetuar, porque temos a segurança de que
vai aumentar a arrecadação de tributos.
Não
foi somente por isso que buscamos o parcelamento. Mas foi muito mais para
atender às milhares de pessoas que precisam do parcelamento por ser uma
necessidade social.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Saudamos o Executivo e parabenizamos V. Exª Sem dúvida nenhuma, foi
um trabalho vitorioso de Vossa Excelência.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu tenho ouvido muitos elogios nesse
sentido, mas a vitória é desta Casa; a vitória é do Executivo, e a vitória é da
sociedade, porque buscamos, aqui, construir um Projeto coletivo. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. José Ismael Heinen está com a
palavra para discutir o PLCE nº 006/05, por cedência de tempo do Ver. Márcio
Bins Ely.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, agradeço pela cedência do nobre Vereador Márcio Bins Ely, e trago,
novamente, a importância da aprovação deste Projeto, que tem propostas nossas,
que visam a sanar dúvidas do ato cooperativado.
É
uma emenda para elevarmos a média de oito salários mínimos para dez, para as
cooperativas terem direito à redução do ITBI.
O
que a cooperativa fazia antes? Pagava 3% na compra da área e mais 3% na sua
individualização.
A
Prefeitura, sensível aos projetos cooperativados de pessoas que se reúnem para
a aquisição da casa própria, reduziu o imposto para as cooperativas legalmente
autogestionárias para apenas 1%, no ato da formação da cooperativa. Então eu
agradeço a compreensão dos senhores. Também faz parte deste Projeto o
encaminhamento de nossa parte. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Valdir Caetano): Encerrada a
discussão. Em votação o PLCE
nº 006/05. (Pausa.) O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para
encaminhar a votação.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, neste momento, Ver. Valdir Caetano, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, este Projeto, é bom lembrar, já teve a iniciativa, na época, do
Ver. Estilac Xavier, hoje Deputado Estadual, e era um Projeto também de
Governo, que depois foi, nesta Legislatura, rebatido, foi apresentado pelo Ver.
Bernardino, foi aprovado, vetado e o Veto acatado pela maioria desta Casa. Nós vamos
votar a favor, mas queremos fazer, aqui, uma demarcação, dizendo que as Emendas
e um conjunto de ações do Projeto original, antes aprovado aqui, eram melhores
do que o atual Projeto do Executivo. Mas, considerando a circunstância e o jogo
das maiorias que se formam aqui, parece que não há o que fazer. É um Projeto
importante, porque ajuda a eliminar as informalidades; é um Projeto que será
apoiado por nossa Bancada. Então, eu venho aqui para externar essa posição com
o registro de que, quando o Governo era da Frente Popular, também tinha opinião
favorável de mesma natureza e teor. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação
nominal, solicitada por esta Presidência, o PLCE nº 006/05. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADO por 35 votos SIM, com ressalva da Mensagem
Retificativa e das Emendas.
Em votação nominal, solicitada por esta
Presidência, a Mensagem Retificativa ao PLCE nº 006/05, com ressalva dos
destaques. Aprovada a Mensagem Retificativa prejudica as Emendas nºs 08 e 12.
(Pausa.) (Após a apuração nominal). APROVADA por 33 votos SIM e 01 ABSTENÇÃO. Em conseqüência, está prejudicada a
Emenda nº 08, de autoria da Verª Mônica Leal, e a Emenda nº 12, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel.
Em
votação nominal, solicitada por esta Presidência, a Emenda nº 07, de autoria do
Ver. José Ismael Heinen, ao PLCE nº 006/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.)
APROVADA, por 26 votos SIM.
Em
votação nominal, solicitada por esta Presidência, a Emenda nº 13 ao PLCE nº
006/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 33 votos SIM.
(encaminhamento:
autor, relator e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N. 6989/05 –
RECURSO – Apresentado
pelo Ver. Márcio Bins Ely, referente ao indeferimento de protocolo da Emenda ao
Processo N. 6101/05 – PLE N. 026/05. (incluído em 01-12-05)
Parecer n. 652/05:
- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: no
qual consta a seguinte conclusão:
“...
entende-se
que as emendas ao Orçamento podem ser admitidas até a o momento da aprovação do
Parecer na Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, sendo
assim, a Emenda de autoria do Vereador Márcio Bins Ely está sendo apresentada
em tempo hábil.
Por
esta razão, somos pelo acolhimento do recurso e conseqüente inclusão da Emenda
apresentada pelo Vereador Márcio Bins Ely.”
Observações:
-
votação nos termos do art. 99 do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 01-12-05.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Recurso - Processo nº
6.989/05. (Pausa.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu gostaria que me fosse
dada uma cópia do Parecer da Comissão de Constituição e Justiça, porque eu não
a tenho.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Solicito que seja entregue ao Ver. João
Antonio Dib uma cópia do Parecer.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, pergunto a V. Exª qual
será o procedimento no encaminhamento dessa decisão? Qual o trâmite em seguida?
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O trâmite em seguida: nós colocaremos em
votação; a matéria poderá ser encaminhada.
Entregue o Parecer ao Ver. João Antonio Dib.
Em votação o Recurso, de autoria do Ver. Márcio Bins
Ely - Processo nº 6.989/05. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
encaminhar a votação do Recurso.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente,
colegas Vereadoras e Vereadores, vejam só: mais um atropelo na Câmara de
Vereadores em 2005! Este foi o ano dos atropelos, de rasgar o Regimento, a Lei
Orgânica; de idas e vindas infindáveis de processos, composições diferentes
sobre os mesmos temas, os mesmos problemas e as mesmas questões.
Como um Parlamento pode se fazer respeitar, se não
segue as mesmas regras? Eu estou no meu terceiro mandato. Fui duas vezes
Presidente da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul. Ano após
ano, era decidido, na Comissão, o prazo para as emendas e anunciado,
democraticamente, para todas as senhoras e os senhores Vereadores.
Todos os anos foi assim, e este ano também foi
assim. Por que vamos aceitar uma emenda? Nada contra a tentativa do Ver. Márcio
Bins Ely, mas tudo contra a impossibilidade de outros Vereadores que quisessem
apresentar emendas, porque nós vimos um conjunto de questões que foram
apresentadas, um relatório que foi rejeitado, depois houve nova posição. E,
como eu coloquei anteriormente aqui, o Relatório do Ver. Professor Garcia está
eivado de contradições: para os mesmos posicionamentos, para os mesmos
procedimentos de emendas, posições diferentes. O Vereador veio me dizer que
emendas não estavam adequadas à questão do Orçamento. Eu não inventei nenhuma
emenda. As minhas poucas emendas, pouquíssimas, foram redigidas por quem já fez
Orçamento, por quem entende de Orçamento. E agora, nós estamos vendo que um
único Vereador, o Ver. Márcio Bins Ely, será premiado, destacado como o único
que poderá fazer valer um prazo diferente daquele que foi dado para os outros 35 Vereadores. Por que
essa distinção? Por que a Comissão de Finanças e Orçamento está sendo
desrespeitada? Por que, em todos os anos, houve o mesmo procedimento e, neste
ano, se fosse um caso, mas não, não é um caso, são vários casos, várias
decisões contraditórias: não se pode fazer Projeto Autorizativo. Isso vale para
alguns. Eu acho que alguns Vereadores deveriam ler o livro “A Revolução dos
Bichos”, de George Orwell, que diz que alguns são mais iguais do que os outros.
Eu sugiro, é um dos clássicos da literatura universal, deveriam ler. Deveriam
ler Nelson Rodrigues também, para aprender a realidade como ela é. A realidade
é contraditória: para alguns, há possibilidade da exceção; para outros, há
negativa permanente, intransigente da impossibilidade do Recurso! Não é um
discurso; é uma constatação. Não é uma tentativa de confronto, é a resistência
necessária que nós estamos fazendo nesta Casa, neste ano, porque esta Câmara
está sendo, sistematicamente, desrespeitada.
Por
que os privilégios para um Vereador? Qual a emenda apresentada? Qual o elemento
tão importante, imprescindível, que o Vereador não se utilizou do tempo que lhe
foi dado para fazer a sua emenda? O que mudou na conjuntura desta Cidade? Caiu
um meteorito nesta Cidade? Explodiu uma ponte, precisamos recuperá-la e por
isso precisamos ter um prazo diferente dos outros Vereadores? Como? Respondam!
O seu silêncio é a melhor confissão de que V. Exas. estão tendo procedimentos
diferenciados! Diferenciados! Nós não nos calaremos! Não peçam o nosso
silêncio! Nós continuaremos a trilhar e, se preciso for, falaremos aqui tantas
vezes quantas necessárias, como lá fora também! Ver. Professor Garcia, respeito
sempre as suas posições, mas, desta vez, V. Exª se colocou na contramão dos
interesses da cidade de Porto Alegre e do seu povo. O povo lhe cobrará. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Evidentemente
que a Mesa, a Presidência, não polemiza com o Plenário, mas, a despeito da
colocação do Ver. Adeli Sell, nós seguimos aqui formalmente o Regimento. O
Presidente indeferiu, o autor do Requerimento da Emenda recorreu, a Comissão de
Constituição e Justiça decidiu, e o Projeto está vindo ao Plenário para
decisão. Eu não entro no mérito.
O
Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso de
sua autoria - Processo nº 6.989/05.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Ver. Elói Guimarães, na pessoa de V.
Exª, eu quero cumprimentar as demais Vereadoras e Vereadores desta Casa, o
público que nos assiste nas galerias e pela TVCâmara. Primeiramente, eu quero
fazer algumas colocações em relação ao que foi dito pelo Ver. Adeli Sell, pois,
na verdade, nós não estamos em silêncio, não estamos procurando ter privilégios
e, muito menos, ser beneficiados, Vereador. Eu vejo um fundo de maldade nas
palavras de V. Exª O que ocorreu, única e exclusivamente, foi que, sabedores do
prazo que foi encaminhado pela CEFOR a respeito das emendas, pelo Ver. João
Antonio Dib, esse findaria no dia 16 de novembro; tendo conhecimento de que o
primeiro Parecer da CEFOR foi rejeitado, chegou a este Vereador um pedido de
inclusão de uma nova emenda e, em função do prazo estipulado pela CEFOR ter-se
findado, procurei buscar no Regimento da Casa uma alternativa a essa situação
que se criou, da necessidade que havia de encaminhar uma emenda, mas que, na
realidade, não estava sendo acolhida nem pela CEFOR, nem pela Diretoria
Legislativa, nem pela Presidência. Foi aí que eu busquei a redação do art. 120,
§ 1º, do Regimento desta Casa, que diz o seguinte (Lê.): “Após a aprovação de
Parecer na CEFOR e durante a Ordem do Dia, não serão admitidas emendas.”
Na
segunda-feira, dia 28 de novembro, quando procurei protocolar a presente
Emenda, o Projeto rigorosamente não estava na Ordem do Dia, e o parecer da
CEFOR não havia sido aprovado. Portanto, recorri à Comissão de Constituição e
Justiça, em função do indeferimento da presente Emenda, justamente porque entendia
que o Regimento, ao prever essa restrição, já impede o Vereador de encaminhar
uma emenda, por exemplo, de Liderança, durante a Ordem do Dia, e já restringe
os Vereadores a poderem entregar as emendas até o prazo de aprovação do Parecer
na CEFOR. A partir do prazo de aprovação na CEFOR do Parecer a respeito do
Orçamento, os Vereadores não mais poderão apresentar emendas, mas, no meu
entendimento, até a data de aprovação do Parecer, está regimentalmente
garantido aos Vereadores a emenda.
Portanto,
quero aqui, inclusive, registrar as minhas escusas à CEFOR em função do pedido
de emenda ter sido feito posteriormente à data determinada no Ofício pelo Ver.
João Dib, e em termos protocolado - no nosso entendimento -, ainda que com
respaldo regimental, mas fora do prazo solicitado pela CEFOR.
Quero
dizer, e reafirmo que, na realidade, os Vereadores já têm um impedimento
regimental que restringe o prazo de encaminhamento de emendas - está expresso
no Regimento - e esse prazo é até a aprovação na CEFOR ou a inclusão na Ordem
do Dia, o que já restringe as datas em muito, e já restringe, inclusive, a
Emenda de Liderança que é feita em Plenário quando o Projeto já está na Ordem
do Dia.
Portanto,
eu apelo à sensibilidade dos Vereadores em acolher a presente Emenda que, no
mérito, visa a destinar recursos para a Fundação Memorial Leonel Brizola, que
inclusive já teve emenda aprovada no Orçamento Estadual, e que está destinando
a importância de 200 mil reais. O Governo Rigotto foi sensível, e o Governo
Fogaça também. Quando construímos uma alternativa para acolher a presente
Emenda, e fundamentado única e exclusivamente na leitura do texto do Regimento
é que fundamentamos o presente Recurso, sem o objetivo de privilégios, sem o
objetivo de benfeitoria, respeitamos o prazo estipulado pela CEFOR, mas
controvertidamente entendemos que o prazo deve ser o que está previsto no
Regimento; está claro no seu art. 120: até a aprovação do Parecer pela CEFOR ou
a partir do momento em que o Projeto está na Ordem do Dia, o que já limita e
muito as emendas, tanto as de Liderança em Plenário como as dos Vereadores que,
a partir do momento em que o Parecer está aprovado na CEFOR, não mais poderão
entrar com emendas. Fica então esse registro e o apelo aos demais Pares. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso
apresentado pelo Ver. Márcio Bins Ely - Processo nº 6.989/05.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, meu caro Ver. Márcio
Bins Ely, eu sempre afirmo que o homem inteligente não envelhece, ele acumula
juventude e, com a força da juventude, ele usa a experiência acumulada. Quando
V. Exª me trouxe a Emenda para ser incluída, eu lhe disse que não poderia mais,
eis que eu havia negado para os demais Pares da Casa do Povo de Porto Alegre.
O
Ver. Oliboni havia apresentado emendas às 12h03min do dia marcado, e foi
necessário que eu autorizasse o recebimento, porque no relógio, por exemplo, do
Plenário marca 18h32min e o meu marca 18h37min, então, por três minutos, eu não
poderia ter certeza de que era o dele que estava certo ou o meu. Por isso, foi
aceito, foi autorizado.
Depois
do Ver. Oliboni, muitos Vereadores me procuraram e desejaram colocar as suas
emendas, e eu disse que não era possível. O Parecer da Comissão de Constituição
e Justiça, do qual V. Exª é membro insigne, é muito centralizado no atendimento
da solicitação do Vereador, até porque o art. 120 lembrado também tem mais parágrafos,
e diz a data em que deveria estar colocado na Ordem do Dia. No dia 20 de
novembro, o Projeto deveria estar na Ordem do Dia, mas eram tantas emendas que
nós não podíamos fazer com que a Relatora entregasse em tempo hábil.
Mas
eu quero dizer também a V. Exª que nunca - eu não conheço na história da
Comissão de Finanças - houve uma situação em que se rejeitasse o Parecer, mas
no momento em que se rejeitou o Parecer, é porque ele foi votado; ele precisava
ser depois homologado, e foi homologado dias depois, não
importava mais, naquele momento ele estava aprovado, sim. A homologação é que
aconteceu quatro dias depois, mas naquele momento era assunto liquidado, não
tinha mais o que fazer.
Eu disse a V. Exª o que deveria fazer para atingir
o seu objetivo que era justo e nobre, mas V. Exª teimou com o homem que
acumulou experiências. Ainda há tempo e pode buscar a solução, já que ela está
nas suas mãos, acreditando, de repente, que ninguém tem nada contra algum
Vereador da Casa, mas há que ter, no mínimo, responsabilidade de horários,
responsabilidade de datas, para que as coisas fluam normalmente, e nós
estávamos fora de qualquer prazo. Aceitando uma emenda no dia 28, todas as que
não foram aceitas depois do dia 16 - se eu não estou equivocado - deveriam ser
aceitas. Não tinha como fazer, por mais justo e nobre que fosse o projeto de
V.Exª
Portanto, eu quero que V. Exª não envelheça, mas
acumule juventude e com ela experiência também, e depois a use com sabedoria,
com calma e tranqüilidade. E acredite que os seus colegas sempre querem
solucionar problemas, e não criar problemas. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul
Carrion está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso, apresentado
pelo Ver. Márcio Bins Ely - Processo nº 6.989/05.
O SR. RAUL CARRION: Exmo.
Presidente da Câmara, Ver. Elói Guimarães; demais Vereadores, Vereadoras,
principalmente Ver. Márcio Bins Ely, eu creio que o Regimento desta Casa é a
Constituição da Casa, ele se sobrepõe aos usos e costumes da Casa, esse é o meu
entendimento, inclusive, porque os usos e costumes são de conhecimento dos
antigos Vereadores, e no caso do Ver. Márcio Bins Ely, um Vereador de primeira
Legislatura, não é obrigado a conhecer, Ver. Elói, usos e costumes que os
Vereadores utilizam fora do Regimento da Casa. A que o Ver. Márcio Bins Ely
pode se reportar? Pode se reportar ao Regimento da Casa que muitas vezes não é
cumprido; essa é a realidade. O que não pode - como disse muito bem o Ver.
Adeli Sell - é o Regimento valer para alguns e não valer para outros. Então, eu esposo a opinião, que é da
Bancada do PCdoB, de que o Ver. Márcio Bins Ely, dentro do que determina o
Regimento, até o último minuto que o Regimento determina, tem o direito de
apresentar emendas ao Plurianual, à LDO e à Lei Orçamentária. Aliás, eu disse à
Vereadora - está lá a Verª Maristela Meneghetti, que foi a Relatora do
Plurianual, não é, Vereadora? - que eu tenho o direito de até ser votado, pelo
Regimento, e de fazer Emendas. Mas a Vereadora, pelo uso e costume disse: “Se
houver necessidade, como relatora, eu farei emenda”. Mas eu sempre tive
consciência desse direito que o Ver. Márcio Bins Ely agora reivindica.
Então,
eu acho, isso sim, meu Presidente, que o que nós decidirmos aqui, está correto
- o Parecer da CCJ é de que cabe o Regimento... Não são normas criadas por uma
comissão que se sobrepõem ao Regimento; não são usos e costumes que se
sobrepõem ao Regimento, mas doravante, salvo se modifique o Regimento, a emenda
poderá ser colocada lá na comissão, como nós fazemos numa comissão qualquer,
Ver. Dib: até o momento da votação pode haver uma emenda de comissão, pode
haver uma emenda naquele momento, e os Vereadores vão opinar. Então, eu penso
que a norma desta Casa tem de ser aplicada, e o Ver. Márcio Bins Ely está
amparado na norma.
Segundo,
nós também entendemos que no conteúdo a matéria é meritória; eu acho que não
podemos desconhecer o papel do ex-governador Leonel Brizola, ex-deputado -
independente de divergências que possamos ter tido em tal ou qual momento -,
uma figura histórica do nosso Rio Grande do Sul, uma figura histórica do nosso
Brasil. Entendemos que o memorial previsto para ele não é uma homenagem
meramente a uma pessoa, é uma homenagem a uma luta que ele representou, que ele
liderou em determinados momentos, por um projeto de caráter nacional, de
caráter progressista, que merece ser destacado na nossa história.
Por
tudo isso, eu e a Verª Manuela, achamos que deve ser garantido esse Recurso do
Ver. Márcio Bins Ely, porque ele é regimental e, se ele é regimental,
ele é superior a qualquer uso e costume desta Casa, ou a qualquer normatização
que a Comissão faça. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em
votação nominal, por solicitação desta Presidência, o Recurso de autoria do
Ver. Márcio Bins Ely - Processo nº 6.989/05. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADO por 20 votos SIM, 08 NÃO, 01 ABSTENÇÃO.
Portanto
ingressa a Emenda de autoria do Ver. Márcio Bins Ely na discussão que faremos
do Orçamento.
O
SR. NEREU D’AVILA (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, hoje pela manhã eu propus, até porque o mérito está acima de
qualquer suspeita, que assim como aquela outra Emenda que proporcionará uma
situação emergencial em relação ao recebimento dos ex-Vereadores, que foi um
acordo de todas as Bancadas, eu proporia agora, Sr. Presidente - ao Ver. João
Dib eu propus de manhã, e ele com toda a legitimidade não concordou, porque
queria defender, e defendeu -, que V. Exª consultasse as Bancadas, porque se
fosse o entendimento, agora, de toda a Casa, não haveria a necessidade de mais
esta situação que, para mim, será perda de tempo. O intuito da Casa, na
votação, é que essa Emenda seja incluída no Orçamento. Portanto eu pediria a V.
Exª que consultasse as Bancadas, porque se fosse um grande acordo, assim como
aquela outra, Diretora, será incluída, salvo melhor juízo.
Eu mantenho a decisão, Ver. Nereu d’Avila, e nós iniciamos agora a discussão do Orçamento, enquanto se processa, na Comissão de Orçamento e Finanças, o Parecer e decisão sobre a Emenda que foi admitida.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. N. 6101/05 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N. 026/05, que
estima a Receita e fixa a Despesa do Município de Porto Alegre para o exercício
econômico-financeiro de 2006. Com Mensagens Retificatívas nos. 01 e 02. Com
Emendas nos. 01 a 109, 111, 173 a 199. Com Subemendas nos. 01 às Emendas 03,
11, 13, 27, 35, 38, 39, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 69, 82, 99, 103, 111 e 184.
Pareceres:
- da CEFOR. Relator Ver. Professor
Garcia:
a)
Pela aprovação do Projeto, do
Orçamento de Investimentos das Empresas 2006 – PROCEMPA, CARRIS e EPTC – e das
Mensagens Retificativas nos 01 e 02.
b)
Pela aprovação das Emendas nos
01, 04, 07, 10, 12 a 14, 21, 25, 28 a 33, 39 a 42, 49, 50, 54 a 62, 65,
71, 72, 74, 75, 90 a 92, 95, 96, 102, 104, 109, 178 a 180, 182, 185, 190, 191,
193 a 196, e das Subemendas nos 01 às Emendas nos 13, 39
e 99.
c) Pela rejeição das Emendas nos 02, 03, 05,
06, 08, 09, 11, 15 a 20, 22 a 24, 26, 27, 28-A, 34 a 38, 43 a 48, 51 a 53, 63,
64, 66 a 70, 73, 76 a 89, 93, 94, 97 a 101, 103, 105 a 108, 111, 173 a 177, 181, 183, 184, 186 a 189, 192,
197 a 199, e das Subemendas nos 01 às Emendas nos 03, 11,
27, 35, 38, 44 a 49, 69, 82, 103, 111 e 184.
Observações:
- para aprovação, maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores – Art. 53, “caput”, c/c Art. 82, “caput”, da LOM.
- o Projeto será votado com as Emendas com Parecer pela aprovação, nos termos do Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;
- para a votação em separado de Emenda com Parecer pela aprovação ou rejeição, será necessário requerimento subscrito por um terço dos membros da Casa – Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;
- após a aprovação de Parecer na CEFOR e durante a Ordem do Dia não serão admitidas Emendas (Art. 120, § 1º, do Regimento);
- foram retiradas as Emendas nos. 110, 112 a 172;
-
incluído na Ordem do Dia em 01-12-05.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães):
Em discussão o PLE nº 026/05. (Pausa.)
Em votação nominal, por solicitação da Verª Sofia
Cavedon, a prorrogação da Sessão por mais duas horas.(Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA
por 31 votos SIM.
O
SR. MARIO FRAGA (Questão de Ordem): Faço
uma Questão de Ordem que é válida também para a Diretora Legislativa. É
que nós temos a Emenda do Ver. Márcio Bins Ely, que foi aprovada em Plenário,
mas a gente sabe que o Relator da Comissão vai pela rejeição da Emenda, e nós
vamos pedir destaque. Então, eu só queria deixar registrado que vamos solicitar
destaque na Emenda, ainda que não tenha vindo a Plenário. Então, só para V. Exª
consultar a DL, para sabermos como vai funcionar.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não,
solicitado o destaque da Emenda, será concedido, até porque é uma situação
excepcional.
O
SR. MARIO FRAGA: Sr.
Presidente, nós não temos o Parecer ainda, mas já foi aprovado em Plenário.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): É
da lógica, é do bom senso.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a Liderança do PDT está imaginando o que vai
acontecer, porque nós não votamos, nós somos cinco.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): É
como medida preventiva, entende a Presidência.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Não
foi votada a Emenda por parte do Relator e o Presidente ou Presidente-Relator.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Mas,
de qualquer forma, está consignado, de antemão, o Requerimento para destaque;
depois será feito por escrito. Solicito que faça por escrito, fica assegurado,
no momento oportuno.
E, por outro lado, as inúmeras emendas para a
construção de creche comunitária não estão aprovadas. Para a construção de
creche comunitária a indicação é de que se busque parceria, sendo que esta
Cidade, há quatro anos, coloca a Educação em segundo lugar e coloca a
construção de creches comunitárias em primeiro lugar na Educação. Então, isso
para mim não é manter o
Orçamento Participativo, não é respeitar o Orçamento Participativo.
É
a mesma conversa e a mesma história a que nós estamos assistindo no Governo do
Estado, que disse que ia manter a participação popular; criou a Consulta
Popular, que é infimamente menor, que é uma consulta feita uma vez no ano, muito
diferente da cidadania protagonizada através do Orçamento Participativo, em que
2% dos recursos do Estado passam pela Consulta Popular, e muito menos do que
isso é realizado. Quer dizer, falar, fazer o discurso é muito fácil. Na
prática, construir deliberação com a Cidade, com a população organizada e
cumpri-la como prioridade de Governo, cumprir na destinação do Orçamento é
outra conversa, aí é para quem tem, de fato, compromisso com a participação
popular. Não é a nossa leitura do resultado deste ano.
O
Plurianual não deu tempo para discutir; estendemos o prazo. Veio para cá com
uma discussão muito frágil da sociedade. A LDO, a mesma coisa, foi rapidamente
para o Conselho do OP, e o Orçamento, então, nem se fale, porque para cá veio
anexo um Plano de Investimentos que tem duvidosa discussão do Orçamento
Participativo, foi aprovado, precariamente, na quinta-feira, antes de chegar
aqui na sexta, com o compromisso expresso do Prefeito José Fogaça, de discutir
em cada região do Orçamento a definição do Plano de Investimento de cada
região; não sabemos. Fizemos até um Pedido de Informações para saber de qual
seria esse calendário de discussão, e esse calendário não nos foi apresentado.
Não temos idéia se esse orçamento corresponde ao que o Orçamento Participativo
definiu, se esse Plano de Investimento corresponde. Sabemos, sim, que muitos
dos programas que estão ali não passaram pela discussão popular nem dos
Conselhos, que é muito fácil de construir interlocução com os Conselhos. Mais:
pela primeira vez esta Casa tem uma Relatoria de Projeto rejeitada na CEFOR.
Bom, isto é regimental? É. Mas esta rejeição foi uma rejeição política. O
Relatório que a Vereadora Maristela fez foi um Relatório que obedeceu a
critérios técnicos, rejeitou muitas propostas da Frente Popular também,
construiu mediações como a retirada de uma série de emendas que eram assinadas
por mim, mas que eram de autoria coletiva da Bancada, que indicavam obras do
Orçamento Participativo; construiu essa mediação, retirando emendas, construiu subemendas
ou emendas de grandes programas.
Foi
um Parecer rejeitado politicamente, e o Parecer que o substituiu tem critérios
políticos para a aprovação de emendas e que não respeitam o Orçamento
Participativo.
Vou
levantar uma dúvida, Ver. Garcia: que Emenda é esta aqui, que foi aprovada, da
nobre Verª Neuza Canabarro, que inclui o Projeto Atividade, que reforma piso e
telhado do Colégio Cruzeiro do Sul?
O
Colégio Cruzeiro do Sul não é municipal. Qual é o sentido desta Emenda? Qual o
critério? Foi decidido no Orçamento Participativo? Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra
para discutir o PLE nº 026/05.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, público das galerias, público da TVCâmara, cara colega, Verª Sofia,
eu disse várias vezes, desta tribuna, que não sou contra o Orçamento
Participativo, foi a população de Porto Alegre que, democraticamente, com seu
voto, escolheu uma nova administração para a cidade de Porto Alegre.
Democraticamente.
De
um levantamento feito, e tenho os dados no meu gabinete, se o Prefeito José
Fogaça atender a todas as obras aprovadas no Orçamento Participativo, durante
os seus quatro anos de mandato, ele teria de fazer uma obra a cada três dias.
Repito:
se o Governo Fogaça atender a tudo o que foi aprovado no Orçamento
Participativo, com a presença da comunidade, e respeitando a decisão da
comunidade, a cada três dias, teria de fazer uma obra durante os quatro anos do
seu mandato. Eu pergunto a V. Exª: se a população não aceitou mais que
continuasse a mesma Administração - não sei se está arrependida, vamos ver
daqui a quatro anos, três anos e pouco que falta para o fim do Governo
Municipal se a população está arrependida ou não...
Em
cada reunião de que participo com a equipe de Governo levanto esse problema. Eu
acho que é um problema extremamente sério. Eu respeito a comunidade que
participou democraticamente, as suas reivindicações, mas quero que a comunidade
entenda que algumas obras são prioritárias - e até concordo que são -, mas o
Governo não pode só priorizar as obras que foram escolhidas pelo Orçamento
Participativo. Eu pergunto o que nós, Vereadores, estamos fazendo nesta Casa?
Se cada um de nós recebeu uma parcela dos votos desta Cidade, nós temos de ter
o poder, meus caros colegas, para atender aos pedidos de nossa comunidade, que
não são poucos, são muitos. São muitos pedidos! Agora, tem que retomar uma nova
discussão?! Eu acho que tem de retomar uma nova discussão. Há prioridades e
prioridades. Caso contrário, não sei como o Governo vai resolver esse
problema. Agora, que tem de reavaliar, reabrir uma nova discussão junto com a
comunidade para ver a prioridade das prioridades, para atender a nossa
população.
Portanto, minha cara colega Verª Sofia, eu respeito
V. Exª e acho que concorda, porque nós temos muitos Vereadores novos, aqui.
Pergunte para o Ver. Todeschini, para a Verª Manuela, para o Ver. Nilo, ao Ver.
Brasinha, ao Ver. Comassetto, quantos pedidos eles têm das comunidades deles.
Alguma coisa o Prefeito vai ter de atender, caso contrário, daqui a três anos,
vamos ter eleições de novo, e a população vai colocar em julgamento esses
Vereadores que escolheu democraticamente para poder defender as suas
reivindicações.
A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino, esse tema é um tema
apaixonante. Eu entendo o seu ponto de vista, mas a idéia de que o Legislativo
e o Executivo historicamente usaram de forma clientelista a destinação dos
recursos é o que se tenta combater; construir uma outra idéia de República, que
tenha processos transparentes, coletivos, para definir prioridades. Se um
Vereador tem relação com a Vila Mapa, como fica a coitada da Vila São Pedro que
não tem nenhum Vereador? Então, o critério é ter relação ou não ter, por acaso,
com algum Vereador? E a nossa tarefa, como Legislativo, é diferenciada do
Executivo. Nós não temos que estabelecer Orçamento, nós temos que criar
condições na sociedade para a sociedade interferir sobre o Executivo. O
Prefeito Fogaça comprometeu-se com o Orçamento Participativo.
O SR. ERVINO BESSON: Eu agradeço a
V. Exª O Prefeito Fogaça não foi contra o Orçamento Participativo, Vereadora.
Agora, eu faço, aqui, um desafio: que me apontem uma comunidade dos quatro
cantos de Porto Alegre que não tenha um segmento, que não tenha contato com
alguns dos Srs. Vereadores ou Sras. Vereadoras desta Casa. Fica esse desafio,
aqui, nesta tribuna. Sou grato a V. Exª, meu caro Presidente, que está
presidindo os trabalhos neste momento, meu estimado colega Ver. Oliboni.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 026/05.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Aldacir Oliboni, prezados colegas Vereadores, Vereadoras,
público que nos assiste. O Vereador que me antecedeu veio aqui dizer que não é
contra o Orçamento Participativo, mas publicamente não faz declarações que é a
favor, e defende o processo na prática, no conceito e na política. Quero lhe
dizer, meu querido Vereador, que se o Prefeito Fogaça fosse realizar todas as
obras demandadas no Orçamento Participativo, teria que ter uma obra nova a cada
três dias. Eu vou lhe trazer alguns números, aqui, para lhe mostrar que é isso
que tem de ser feito, se quiser ter um processo de democracia participativa.
Dezesseis anos da Administração Popular vezes 365 dias dá 5.840 dias. A
Administração Popular, nesses 16 anos, construiu 3.600 novas obras e serviços,
dividido pelos 5.840 dias, a cada 1,6 dias, havia uma nova obra ou uma nova
atividade desenvolvida. Isso é a democracia participativa, isso é ter uma
estrutura que responda a essa lógica da democracia participativa!
Portanto, Ver. Ervino Besson, essa é a conta que
nós temos que fazer, e essa não é uma conta matemática é uma conta política.
Então, vir aqui defender o processo do Orçamento Participativo da Verª Neuza, e
no momento em que nós temos que construir uma Peça Orçamentária, ela também tem
que estar orientada para essa lógica. Eu quero trazer aqui dois elementos
centrais para que possamos construir essa lógica da afirmação da democracia
participativa. A primeira delas é que o Governo está implementando a Governança
Solidária Local. Fez um seminário sobre o processo do planejamento
participativo. Acabamos, na sexta-feira, a eleição dos fóruns regionais do
planejamento. Está apontado no nosso Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
Ambiental que devem ser desenvolvidos os planos de ação regional, um processo
que qualifica e é da democracia participativa, que é o planejamento
participativo. Negociamos com o Governo, na LDO, sob o ponto de vista se era
emenda de Diretriz Orçamentária ou se era questão de Orçamento; ficou como
questão de Orçamento. Trouxemos a demanda, mas não veio na Peça Orçamentária
essa Rubrica. Trouxemos essa demanda dos fóruns de planejamento, aí é rejeitada
pelo Governo. Eu não entendo, como é que nós podemos fazer um discurso, se não
o afirmamos quando construímos instrumentos da política. Quero repetir aqui,
este, por exemplo, é um instrumento de democracia participativa, que é a
questão do planejamento participativo. Acabou na sexta-feira, houve uma rodada
em todas as oito regiões do planejamento; foram eleitos seus Conselhos
Regionais, envolvendo comunidades, entidades e instituições, para
estabelecermos de que maneira nós vamos viabilizar esse processo.
Portanto, Verª Clênia, esse é um dos temas que
precisamos aqui debater, independentemente da rejeição que teve para poder
afirmar a questão do Orçamento Participativo.
A segunda questão central que quero trazer aqui à
discussão na afirmação das políticas, Verª Sofia Cavedon, é que acabei de vir, junto com o Ver. Carrion,
da Conferência Nacional das Cidades, construindo toda a orientação política dos
Governos Federal, Estadual e Municipal para a reforma urbana e política. Dentro
do plano do Orçamento, apresentamos duas emendas; uma não necessitava de
verbas, altera a coordenação da regulação fundiária pública e cria a
possibilidade do usucapião urbano. Foi aprovada. Agora, no momento em que
apontamos uma outra Emenda que direcionava recursos de um milhão de reais para
aportar na regularização fundiária e que legalmente, tecnicamente, podem ser
aportados, essa Emenda é rejeitada. Como é que fica nós termos um discurso,
quando queremos construir uma política e levá-la para a prática? Temos a
dificuldade de dialogar aqui.
Portanto,
são emendas, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; nós precisamos é
pensar essa Peça Orçamentária não-fragmentada. Temos de pensá-la de forma
integrada. E aí, Ver. Ervino Besson, para poder atingir a cada três dias uma
obra, ou manter a meta e a marca que a nossa Administração deixou, que a cada
1,62 dias inaugurávamos uma nova obra, ou atividade, ou serviço, fruto do
processo do Orçamento Participativo, nós temos que qualificar o discurso e a
prática.
Portanto,
nem todas as emendas que foram rejeitadas estão calibradas nessa visão
política, pelo menos, da proposta orçamentária atual do Executivo Municipal.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Verª Maria Celeste está com a palavra
para discutir o PLE nº 026/05.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver.
Aldacir Oliboni, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quero, nesta
primeira discussão do Orçamento para 2006, lamentar algumas falas que ouvi aqui
na tribuna, quando começa a se construir na Cidade, através da Prefeitura
Municipal, uma relação clientelista e assistencialista, diferente da que já
vinha sendo construída através do Orçamento Participativo, através dos
conselhos de representação desta Cidade, do direito do cidadão de opinar sobre
tudo, sobre os recursos públicos da Cidade. Vejo com muita preocupação
afirmações como a de um Vereador aqui no sentido de que, para se eleger, há a
necessidade de se ter alguma benesse junto ao Prefeito, alguma obra, alguma
coisa que respalde o mandato, algo que se realize para a comunidade, diferente
daquela lógica que tínhamos de que o cidadão, por meio do seu direito, pode
opinar sobre recurso, ir a uma plenária do Orçamento Participativo e dizer onde
deveriam ser alocados os recursos da Cidade, que rua deveria ser asfaltada,
qual o aporte de recurso para determinada região. Nós lamentamos ouvir algumas
falas como essas que se ouve da tribuna desta Casa. Agora é necessário ser
amigo do Secretário ou amigo do Prefeito para que determinada obra se construa,
se constitua na cidade de Porto Alegre?!
Passei
rapidamente o olhar pelas Emendas que foram aprovadas e verifiquei que, mesmo
aquelas Emendas aprovadas no Orçamento Participativo, aliás, demandadas pelo
Orçamento Participativo, apresentadas pelos Vereadores de situação - porque a
maioria das Emendas da nossa Bancada foram rejeitadas, e foram muito poucas as
apresentadas pela nossa Bancada, porque respeitamos a opinião da comunidade
através do Orçamento Participativo -, essas Emendas que estavam ali, colocadas
como sendo oriundas ou defendidas pelo Orçamento Participativo, foram
rejeitadas pelo Relator.
Uma
outra questão que eu gostaria de levantar: pela primeira vez nesta Casa o
relatório da CEFOR - o primeiro relatório apresentado pela primeira Relatora
sorteada -, foi reprovado! Um relatório técnico, Verª Neuza! Quer dizer, é uma
decisão política - e os Srs. Vereadores e as Sras. Vereadoras da situação têm
toda a legitimidade de fazer isso aqui dentro, é um jogo político, de fato, mas
as questões técnicas estão sendo colocadas de lado em detrimento das questões
políticas. Não há problema nenhum, mas nós vamos subir a esta tribuna e vamos denunciar
sempre que isso acontecer em relação às questões técnicas e jurídicas, e vamos,
inclusive, se necessário, recorrer judicialmente de algumas decisões que alguns
Vereadores e Vereadoras acabam tomando nesta Casa.
Quero
também lamentar profundamente, Ver. Nilo, a redução dos recursos referentes ao
Orçamento da Fundação de Assistência Social em relação a 2005. Os novos
investimentos, que seriam na ordem de um milhão e 320 mil... De 2005 para 2006
há uma redução inaceitável de 670 mil e 276 reais, clara, visível no Orçamento.
Nós apresentamos duas emendas; uma que inclusive vou retirar por haver um
problema técnico, estou convencida disso, e a outra, que apresentamos
justamente em relação à assistência social do Município de Porto Alegre,
referente ao Projeto Bem-Me-Quer para gente jovem, uma ampliação de atendimento
a adolescentes em situação de vulnerabilidade social, foi rejeitada falta de
vontade política. O dinheiro seria retirado da Consultoria Pública, orçamento,
Ver. João Antonio Dib, de 761 mil reais, para contratação de uma consultoria
para o ano que vem. Isso é o previsto para o ano que vem.
Então,
essa é a prioridade da criança e do adolescente no Município de Porto Alegre,
quando nós vemos uma diminuição muito forte em relação à assistência social, e
quando nós vemos a contratação de uma consultoria, possibilitando, inclusive,
orçamento para isso.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Verª Maria Celeste, a Administração que deixou a Prefeitura pagou
consultoria - e cara - de São Paulo para fazer o Plano de Classificação de
Cargos para os servidores municipais - não serviu para nada. Pastas e mais
pastas, e não serviu para nada. Agora, o Ver. Todeschini é capaz de dizer
quanto custou a consultoria do DMAE para o Plano Socioambiental.
A SRA. MARIA CELESTE: Ver. João Antonio Dib, não há problema
nenhum em ter recursos para consultoria, o problema é manter recursos para
consultoria, alimentar uma verba maior e aí, sim, diminuir onde,
necessariamente, se precisariam aumentar os recursos, como é a assistência
social, a Saúde e a Educação no Município de Porto Alegre. É disso que nós
estamos falando. E quero aqui reiterar que nós passamos de um direito adquirido
- cada cidadão desta Cidade sabe do que estou falando - de opinar sobre uma
Peça Orçamentária para uma visão assistencialista, clientelista, do novo
Governo que está administrando a Cidade.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra
para discutir o PLE nº 026/05.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos acompanha pelo Canal 16, nós
estamos discutindo o Projeto que estima a Receita e fixa a Despesa do Município
de Porto Alegre para o Exercício econômico-financeiro de 2006.
Eu
diria que, além de lamentável, é
decepcionante para milhares de pessoas que foram ao Orçamento Participativo
discutir as demandas, priorizá-las na esperança, e, em sendo aprovadas, de as
verem concretizadas. Infelizmente, muitas e muitas emendas do Orçamento
Participativo - e foi dito pelo atual Governo que seria mantido -, além de não
serem incluídas na Peça Orçamentária, são desprezadas, inclusive as aprovadas
na LDO, como, por exemplo, a Emenda do Ver. Dr. Goulart, que destinava um
milhão de reais para o início das obras do Hospital da Restinga. Mostra aqui,
Ver. Dr. Goulart, onde está o um milhão de reais?! E os milhões de reais que
seriam destinados ao Hospital Parque Belém, ao novo pronto-socorro, que nós
defendemos e aprovamos na COSMAM?! Mostra aqui, Ver. Sebenelo, se existem
recursos para o Parque Belém!
A Peça Orçamentária diz que os 16,8% da Saúde vão
aumentar para 21%. Para onde vai, Ver. Sebenelo, a diferença dos 16,8% para os
21%? Para que tipo de programa, se ele não consta na Peça Orçamentária? Para
consultoria, o que foi muito bem aqui levantado pela Verª Maria Celeste?! Nós
temos que conhecer programa por programa. Vejam, por exemplo: uma das Emendas
que apresentei foi para destinar recursos para a municipalização da Saúde na
região leste, onde temos cinco postos de saúde municipais e sete postos de
saúde estaduais, e esses sete postos estaduais estão completamente sucateados;
é na região da Grande Murialdo, no Partenon. Inclusive, há vontade dos Governos
Estadual e Municipal em municipalizar, mas é preciso destinar recursos para
implementar, de fato. A Emenda foi rejeitada. Isso é sinalizar que querem
melhorar a questão da Saúde? Desculpem-me, mas isso aqui não passa de um engano
não só para aqueles que esperam lá o resultado final, como para aqueles que
aprovaram projetos estratégicos no Orçamento Participativo, como, por exemplo,
a reforma do PSF do Morro da Cruz. É muito simples. Cinqüenta mil reais! E a
Emenda foi vetada!
A maioria das Emendas que aqui estão não são
projetos ou tentativas de o Vereador querer macular a Peça Orçamentária. A
comunidade se relaciona com a Câmara, e os Vereadores têm obrigação com a
comunidade. Na medida em que o Governo reconhece isso, não reconhece o que está
acontecendo na Cidade. É só
andar por ela e perceber! Nós, enquanto Vereadores-membros da COSMAM,
visitamos, Ver. Claudio Sebenelo, a maioria dos postos de saúde e constatamos
que, na grande maioria, não há funcionários! Qual é o programa que está, aqui,
destinando recursos para a ampliação do quadro dos funcionários, em função até
do número de servidores que estão se aposentando? Qual é a previsão para o
próximo concurso público na área da Saúde, enfim, para todas as Secretarias?
Isso nós dá uma demonstração clara e preocupante sobre projetos estratégicos
que os Vereadores tentaram não só priorizar, referendar, mas ao menos dizer que
muitas das obras que aqui estão direcionadas são Projetos aprovados no OP e que
aqui não foram priorizados. E, no momento em que chegam à Câmara, infelizmente,
não lhes é dada a atenção devida, é uma frustração para a comunidade. Vocês
imaginem os cidadãos aprovarem a pavimentação de uma rua tal, e ela não constar
na Peça Orçamentária; mas eles aprovaram, estão cobrando do COP que o Orçamento
Participativo direcione essa obra. Mas como não foi priorizada e demandada
aqui, ela não será executada.
A
decepção com este Governo a respeito desta Peça Orçamentária virá logo ali, em
fevereiro, em março, quando as pessoas receberem a informação de que essas
obras não serão executadas. É uma decepção, porque pequenos projetos de 30, 40,
50 mil reais, como o da implementação de uma praça, não foram contemplados.
Sinceramente, é uma decepção. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A
Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir o PLE nº 026/05.
A
SRA. MARGARETE MORAES:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que está
nos assistindo, eu queria pedir atenção, porque é muito importante esta
discussão que estamos fazendo agora, pois estamos definindo os investimentos
para a cidade de Porto Alegre para o ano de 2006. Em qualquer Governo, seja do
PT ou deste Governo, do Partido da Mudança, nós sempre dizíamos e repetimos, com
muita coerência e muita confiança, que a verba não é do Prefeito, não é dos
Secretários, não é dos Vereadores. Os recursos vêm dos impostos públicos, e a
população da Cidade tem que saber de onde vêm esses recursos e para onde eles
vão. E é mais ou menos essa uma síntese da idéia do Orçamento Participativo. Ou
seja, o dinheiro não é para satisfazer a clientela dos eleitores de Vereadoras
e Vereadores, não é para nós conseguirmos votos. O Orçamento Participativo
compreende que as demandas, que as necessidades de uma Cidade são sempre muito
maiores do que os recursos existentes, e é por isso que nós estabelecemos um
método de trabalho, reconhecido internacionalmente, que se chama Orçamento
Participativo. É feita uma grande assembléia na Cidade, e as pessoas
determinam, coletivamente, para onde vão os recursos, quais são as prioridades,
o que é mais urgente. As pessoas se reúnem nos seus bairros, colocam as suas
demandas específicas e, depois, no Conselho do Orçamento Participativo, há um
grande acordo.
Eu
fui ao espaço do Orçamento Participativo no bairro Glória, e o Secretário Cézar
Busatto estava dirigindo os trabalhos. Eu creio que ele fez um grande esforço
para continuar com o Orçamento Participativo, conforme o seu projeto, mas não é
isso o que acontece com os Secretários. Os Secretários, quando saem das
reuniões, dizem para falarem com eles, volta o método do bilhetinho novamente,
e eles definem individualmente.
A
Administração Popular - e eu digo isso com muita honra e muito orgulho, por ter
construído junto esse trabalho, dando a minha pequena contribuição, e me
considero herdeira desse trabalho - estabelecia um diálogo com esta Casa,
respeitava os Vereadores. E eu cito um exemplo: o Ver. Pedro Américo Leal
colocou a necessidade da construção de um posto de bombeiros no Centro, e o
Governo, em conjunto, acatou essa bela sugestão. Infelizmente, isso não está
acontecendo com este Governo. Eu poderia citar um exemplo: a Emenda nº 22,
assinada pelo Ver. Ervino Besson, diz o seguinte (Lê.): “Definida pelo OP” - é
a pavimentação da Rua Fernandes, no bairro Cavalhada. E, mais adiante, diz o
seguinte: “Pela rejeição.”. Mas por que reuniram as pessoas no bairro Cavalhada
para discutir as obras daquela região? Qual é a função do Orçamento
Participativo? Eu nunca esqueço daquela música: “Para manter o OP só tem um”. E
eu me lembro do então candidato Onyx Lorenzoni, que era sincero, pois ele dizia
que era contra o Orçamento Participativo e propunha outras formas de
participação. Ele era sincero, ele iria acabar com o Orçamento Participativo.
Agora, enganaram a população, porque disseram que iriam manter o Orçamento
Participativo, que o Orçamento Participativo era uma coisa boa.
Também há uma outra Emenda que é popular, que inclui subprojeto de pavimentação na Rua P, no bairro Bom Jesus. Um recurso definido pelo OP; pela rejeição. Então é uma falta de respeito com aquelas pessoas pobres, com aquelas pessoas que não têm dinheiro nem para o ônibus, que saem de casa à noite várias vezes e vão discutir a Cidade como um todo. Não vão pedir nada pessoal, não vão pedir um rancho, não vão pedir passagem pessoal, vão pedir e demandar melhorias, conforto para uma comunidade, para a rua, para o transporte, água potável; não foi aceito.
Agora, o que eu acho mais grave nesta Peça é a Emenda nº 35; eu não sou sectária. Eu fui ao almoço, convidada pela Rita Campos Daudt, cuja Secretária Ângela Baldino iria falar sobre turismo. E ela falou sobre esse grande fórum de turismo que vai acontecer no ano que vem. E o Ver. Adeli Sell, atento a essa necessidade, acrescenta 600 mil reais, porque é preciso investir, até para que retorne em imposto, retorne ao setor dos restaurantes, do comércio, dos hotéis. É preciso injetar recursos para ter recursos de volta; foi rejeitado. E aqui eu quero dizer que é uma perseguição política mesmo ao Ver. Adeli Sell.
Continuando, eu gostaria de me referir também a uma outra Emenda, a de nº 85, assinada pela Verª Sofia e pelo Ver. Aldacir Oliboni, que acrescenta 100 mil reais para a ação Via-Sacra do Morro da Cruz. Isso já existe na Cidade há 40 anos, não foi uma invenção nossa. Mas quando eu era Secretária da Cultura, nós reconhecemos a importância desse evento e injetamos recursos. É óbvio que precisa de muito mais, precisa ser aperfeiçoado, porque é uma atividade da comunidade do Murialdo e do Morro da Cruz, e que precisa ser aperfeiçoado, Ver. Nedel. As pessoas querem que haja um ambiente de toda a Via-Sacra, um ambiente natural que fique ali para sempre. Portanto, eu vejo também, assim como o Ver. Oliboni, muita discriminação.
Já
uma Emenda do Ver. Maurício - eu acho que todas as Emendas dele foram aprovadas
- aloca 180 mil reais para o Cecopam, não constava no Orçamento Participativo,
e foi aprovada. Então, todas as Emendas do Ver. Maurício foram aprovadas, as
três Emendas que eu apresentei foram rejeitadas. Eu acho que isso não é uma boa
política, o Governo Fogaça não está começando bem, não está começando com
democracia. Depois eu quero falar sobre as minhas emendas.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O
Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir o PLE nº 026/05.
O
SR. RAUL CARRION: Excelentíssimo
Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras, eu queria dizer que nós
fizemos poucas emendas à Lei Orçamentária e a maioria delas, inclusive, não
alocando propriamente recursos - apenas uma alocando recursos. Tivemos
aprovada, na verdade, uma Emenda que não aloca recursos, mas que inclui na
especificação do item ações na área do livro, da literatura, referentes ao Dia Municipal
da Literatura e do Folclore Brasileiro.
Tivemos
outra Emenda, a nº 49, aprovada, que trata do problema dos sanitários públicos
nas feiras livres de Porto Alegre. Já temos a legislação há três anos,
praticamente, vigendo e até hoje nenhuma feira foi dotada dos sanitários
públicos. Então, fizemos uma Emenda, felizmente acolhida, com um valor
irrisório, muito mais para abrir uma rubrica nessa questão.
O
que nos preocupa, Verª Clênia, Líder do Governo, é que nós, na discussão do
Plano Plurianual, tivemos uma reunião no Plenarinho, presidida por V. Exª, com
a presença do Sr. Portella e seus assessores para tratar da questão dos postos
de atendimento 24 horas. Tínhamos uma Emenda na LDO e escutamos de parte do
Governo que essa Emenda deveria ser colocada na Lei Orçamentária, Ver.
Sebastião, nós somos que parceiros nessa luta pelos postos 24 horas. Aliás, o
Ver. Goulart e outros Vereadores médicos muito batiam, aqui, Ver. Dib, sobre a
dificuldade que as comunidades têm de atendimento. Parece que temos apenas dois
postos de atendimento 24 horas.
Fizemos
a Emenda nº 02 em negociação com o Governo - tínhamos a Emenda nº 03 e uma
Subemenda que foi rejeita -, destacamos e acordamos a Emenda nº 02, Ver.
Garcia, V. Exª que teve a coragem de rejeitar uma emenda com esse conteúdo
social, que era uma dotação para ampliação dos postos de pronto-atendimento, em
que nós colocamos não só ampliação física, mas também ampliação do atendimento,
viabilizando, assim, pelo menos - pasmem! -, que um posto de pronto-atendimento,
no próximo ano, passe a ter atendimento 24 horas.
Apesar
desse acordo, tivemos a notícia, Verª Manuela, de que o Governo, depois de ter
feito esse acordo, nos colocou na conjunção de que esse acordo só valeria se V.
Exª retirasse os Destaques das suas Emendas, tendo a coragem, Ver. Dib, de
querer chantagear o Ver. Raul Carrion, que, para aprovar que um posto de
pronto-atendimento nesta Cidade, no ano de 2006, passe a ser 24 horas, a Verª
Manuela teria que retirar os seus Destaques. Eu respondi ao cidadão que estava
aqui, porque o Sr. Portella desapareceu, que dissesse ao Sr. Portella que, se
não quiser honrar a sua palavra com este Vereador, para este Vereador ele
deixará de existir, terá o meu repúdio e será desrespeitado doravante. Porque o Ver. Raul
Carrion não vai fazer a sua Líder retirar os Destaques que ela entendeu serem
necessários, mediante uma chantagem.
Agora, quero dizer aqui que um Governo que não
respeita o acordo feito com este Vereador, é um Governo, para mim,
desmoralizado; e esse Secretário, idem!
Eu sempre respeitei os acordos aqui feitos. Então,
se o Sr. Portella e os seus assessores não vão respeitar o que acertaram
comigo, não há problema. Não vai ser o Ver. Raul Carrion, vai ser o povo de
Porto Alegre que vai saber que este Governo se nega a aprovar uma Emenda para
que um posto de pronto-atendimento nesta Cidade funcione 24 horas. Fique com
essa Emenda, Dr. Portella; fique com essa Emenda, Líder Clênia Maranhão. Agora,
não confio mais em negociação, e já aviso: chantagem comigo não cola. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 026/05.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, público presente e assistência do Canal 16, é
justamente este o debate que tem de ser feito. Nós, como Vereadores, não
estamos aqui para intermediar obras ou serviços; nós estamos aqui para produzir
a Peça Orçamentária, que deve ser de controle público. Quem tem que fazer as
obras e os serviços é o Governo, ele foi eleito para isso. Que comece a
trabalhar, que se mexa, que tenha iniciativa, que não venha aqui fazer um
balcão de negócios, de intermediações, um jogo de chantagens. Porque nós não
estamos aqui para fazer intermediação, nós não estamos aqui para dizer a
escolha que tem que ser feita do serviço, da obra ou da prioridade; porque isso
quem diz é a comunidade; é para isso que existe o Orçamento Participativo, e é
para isso que Porto Alegre suplantou as práticas retrógradas do clientelismo, da troca de favores, de uma
Câmara que seja despachante de obras e serviços públicos.
É
esse o equívoco que foi dito de forma diferente pelo Sr. Prefeito, quando em
campanha - eleito: de que iria respeitar as conquistas e os avanços que esta
Cidade produziu ao longo do tempo, pela formação e prática do Orçamento
Participativo.
Agora,
quando se vê volume exagerado de recursos em consultoria, por exemplo, o que
isso significa senão subtrair das comunidades o direito da escolha das
prioridades e da aplicação dos investimentos? O que significa, por exemplo,
Verª Margarete, quando o DMAE tem um orçamento de 300 milhões de reais, ter 600
mil reais orientados para o Orçamento Participativo? Menos de meio por cento,
enquanto que a Lei de criação do DMAE diz e obriga que deva haver no mínimo 25%
para investimentos - o Ver. João Dib sabe disso. Tem 600 mil, Ver. João Dib,
num orçamento de mais de 300 milhões de reais! Então, está errado! Essas
práticas denunciam o desfazimento do discurso e daquilo que foi prometido na
campanha!
A
mesma coisa quando nós apresentamos emendas estruturadoras, estratégicas. E
nenhuma delas é particular; todas as nossas emendas são coletivas e resgatam as
conquistas do Orçamento Participativo - dos acúmulos, das discussões, do produto
da participação e da construção coletiva -, como, por exemplo, programas para a
área habitacional, que têm contrapartida importante do Governo Federal: para
cada mil reais alocados, mais dez ou doze mil reais podem ser alocados pela
Caixa Econômica Federal, a fundo perdido. Praticamente todas as emendas
apresentadas por nossa Bancada foram rejeitadas; pelo menos as que têm
importância.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O
Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra para discutir o PLE nº 026/05.
O
SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos
acompanha, com relação a esses encaminhamentos que têm sido feitos com relação
às emendas, deve-se ter um cuidado ainda maior por parte de cada um dos
Vereadores que aqui são proponentes, por tratar-se da efetivação de programas,
de compromissos, da responsabilidade que temos para com a comunidade.
E
uma das questões que é repetida nesta tribuna é que este Governo não respeita o
Orçamento Participativo. No entanto, Vereadores da oposição, Vereadores da
Frente Popular, por muitas vezes, em algumas Emendas, ofendem até mesmo o
próprio Orçamento Participativo. Eu vim a esta tribuna justamente registrar
isso, porque foram aqui citadas quatro de minhas Emendas, que foram aprovadas,
Verª Margarete Moraes, sim, porque três delas tratam de Emendas Retificativas
ao texto; se V. Exª tivesse lido poderia ver que conferem ao Orçamento uma
melhor redação. E a outra, que V. Exª fez questão de citar: o Cecopam. Existiu,
existe, e está gravada, no Conselho do Orçamento Participativo, uma verba de 80
mil reais para efetivação de um centro de convivência para as pessoas da
terceira idade; verba essa afeta à FASC; e também tem sido dito, aqui, desta
tribuna, por alguns Vereadores, que foi diminuída, que foi reduzida em cerca de
600 mil reais - o que não é verdade, porque, hoje, na FASC, de um milhão e 200,
nós temos o acréscimo de 800 mil reais, conferindo dois milhões ao orçamento
dessa entidade. Dois milhões que passaram também a ser aditados por conta desse
Centro de Convivência; uma Emenda deste jovem que tem um intuito e tem um
trabalho junto às comunidades da terceira idade, ao público da terceira idade.
O que nós não podemos permitir - e disso seremos
fiscais - é justamente uma maquilagem de números, na má-interpretação. O que
vocês estão vendo é justamente comparar “alhos com bugalhos”; o que vocês estão
vendo é a falta de entendimento, em princípio, dum novo programa de gestão em
Porto Alegre. Essa interdisciplinaridade que nós propomos, por meio do Governo
Fogaça, talvez não tenha sido bem compreendida pela Bancada de oposição. Nós
estamos investindo, sim, em programas, em resultado final.
Nós não mais traremos a esta tribuna dados vazios,
ou então o discurso político meramente para ofender aquele Governo vigente,
pelo menos isso será a responsabilidade deste Vereador. O que nós estamos aqui
propondo, Ver. Dib, é justamente a integração, fazer com que o Orçamento seja
uma peça viável e, mais do que isso, comprometida com o resultado, na rua, na
comunidade, naqueles que realmente conferiram ao Governo Fogaça a chance de
ocupar a Prefeitura de Porto Alegre para bem nos representar. Esse é um
compromisso que nós temos, porque não deixamos de respeitar o Orçamento
Participativo. Muito pelo contrário! Passamos a ouvi-lo, passamos a respeitá-lo
e inclusive a denegar algumas daquelas emendas que ofendiam justamente as
prioridades da comunidade. Está lá posto no texto. Muitas das emendas foram
questões do Orçamento, da pavimentação, da preservação continuada, e essas, de
cunho do Orçamento Participativo, lá estão e não foram aceitas.
Ao Ver. Raul Carrion: o Secretário Portella tem
compromisso, sim; e não precisa deixar de existir, nem tampouco deixará, porque
permanentemente continuará ingressando nesta Casa para melhor nos explicar suas
condições do GPO. Mas eu gostaria de lhe atestar: acordos são cumpridos. Se o
acordo que ele fez com o senhor não foi cumprido, talvez na contramão da
história, talvez não tenha sido cumprido algum acordo de V. Exª com ele. Esse,
verdadeiramente, é o registro que fazemos.
O Sr. Raul Carrion: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Maurício, peço que consulte a
Diretoria Legislativa se, além da Emenda nº 02 - porque foi um acordo deste
Vereador no sentido de retirar as demais -, existe alguma outra emenda deste
Vereador. Este Vereador cumpriu o que acertou com o Dr. Portella, aguardo que
ele cumpra o que assumiu comigo.
O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Eu tenho o
registro dos destaques que permanecem na Diretoria Legislativa, que permanecem
na contribuição do discurso, da análise completa e plena do nosso Orçamento. Eu
tenho certeza de que aqui estamos para bem compreender todas as emendas e todas
aquelas denegadas, mas tenho também a convicção de que acordos devem ser
cumpridos e acordos devem ser respeitados.
Com a execução desse Orçamento, podemos ter,
verdadeiramente, uma noção clara de números e do resultado efetivo de nosso
trabalho, através da transversalidade, do investimento e da seriedade.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver.
Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLE nº 026/05.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente,
Senhoras Vereadoras, Senhores Vereadores, quero registrar que este Relatório
que nós fizemos foi elaborado num final de semana, foi elaborado no sábado e no
domingo. Ficamos, de maneira exaustiva, e eu quero aqui cumprimentar e
parabenizar o Dr. Walter Jone dos Anjos, que analisou e entregou a todos os
Vereadores - podem concordar ou não - uma análise técnica de emenda por emenda,
dizendo por que foi rejeitada ou aprovada. Foi um total de 199 emendas; 62
foram retiradas; aprovamos 54; rejeitamos 83; e, das 19 Subemendas, aprovamos 3
e rejeitamos 16. Quero dizer que não há nenhuma novidade, e já é o quarto ano
consecutivo que este Vereador é Relator do Orçamento, sempre nos mesmos
critérios, baseado na Lei de Responsabilidade Fiscal, se ele está vinculado ao
Plano Plurianual, se está vinculado à Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Foi muito falado aqui a respeito do Orçamento
Participativo. Quero dizer para os Senhores Vereadores e Senhoras Vereadoras
que nunca, como neste Orçamento, o Orçamento Participativo foi tão respeitado. E desafio, aqui, os Vereadores da
oposição a falarem que não foi respeitado o Orçamento Participativo. E vou
dizer o porquê: primeiro, pela primeira vez, de maneira clara, concisa e
precisa, estão elencadas, obra por obra, com a destinação de recurso para o
próximo ano; e isso foi discutido nos diversos segmentos do OP. Por exemplo, há
o Ver. Comassetto que é do extremo Sul, também o Ver. Ervino Besson e o Ver.
Mario Fraga. O que a comunidade do extremo Sul resolveu como prioridade?
Resgatar as obras do Orçamento Participativo que não tinham sido ainda
deferidas, ou seja, não tinham sido realizadas, e vão ser realizadas. Embora
até alguns Vereadores da situação tenham dito: “Mas o Prefeito Fogaça está
priorizando obras do PT”. Não, o compromisso do Prefeito Fogaça é com a Cidade;
o compromisso é com aquilo que a população decidiu; se não foi feito, vai ser
agora.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Garcia, desde logo
informo que vou-me inscrever e lhe dar o tempo, porque vou tomar um pouquinho
de tempo de V. Exª, lendo o Heriberto Back, ex-Vereador do PT, sobre o
Orçamento Participativo (Lê.): “Nos tempos dos governos das ditaduras ainda era
mais fácil arrancar conquistas. Nos nossos não. Eles são diferentes: montam
poderosas estruturas de contenção dos movimentos. É quase impossível atingir o
centro do poder. Parece contradição. Afinal o prefeito vai em quase todas as
assembléias do orçamento participativo. Mas não são assembléias livres. É uma
mesa montada pela prefeitura. Ela dirige as reuniões. Inicia a reunião e abre
10 intervenções para o povo reivindicar e até bronquear. Mas fica nisso. Depois
a prefeitura retoma a palavra, o prefeito encerra, de forma imperial, ou
condescendente e em geral prepotente. E o povo teve apenas a oportunidade de
desabafar. E o prefeito é considerado democrático porque ouviu o desabafo das
pessoas. Nos Governos anteriores, a gente mobilizava o povo e ia direto botar
em xeque o centro do poder. Nós botávamos o governo sob tensão.”
E
ao final do seu livro ele escreve (Lê.): “O ‘orçamento participativo’ se tornou
apenas um cenário, onde a prefeitura organiza a divisão do povo, que perde o
poder de pressão e controle sobre seus governantes. Hoje temos apenas um
arremedo de ‘gestão participativa’, nossa proposta original. A cidade hoje é
dominada pelos imperiais, com suas conhecidas empreiteiras, e o grosso do
exército farrapo se farta com seus antigos inimigos em obras e serviços
superfaturados.”
Esse
era o Orçamento Participativo que agora está sendo consertado pelo povo.
Sr.
Presidente, eu me inscrevo e cedo o tempo ao Ver. Garcia.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O
Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLE nº 026/05, por
cedência de tempo do Ver. João Antonio Dib.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado,
Ver. João Antonio Dib, essa é a visão do Orçamento pelo Heriberto Back. Verª
Sofia, já lhe concedo um aparte, apenas vou tentar fazer uma linha de
raciocínio.
A
Srª Sofia Cavedon: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Está na hora de o companheiro
Heriberto Back escrever uma segunda versão da sua avaliação do OP e, aí, sim,
ele vai conseguir verificar que há uma grande hegemonia do capital sobre este
Governo!
O
SR. PROFESSOR GARCIA: São
visões, Vereadora, como eu coloquei também na minha fala; é a visão do
Heriberto. Quero dizer que quem tem acompanhado, não poderá dizer que não é
participativo, em todos os segmentos. Primeiro, não há mais a disputa de região
contra região. Por quê? Há o levantamento das demandas e das prioridades
desejadas pelas comunidades, isso é um avanço. Por exemplo, eu falei sobre o
Extremo Sul, onde 100% são obras antigas, que não foram realizadas e o serão. A
Região Sul optou por 50% em fazer obras, investimentos, que não tinham sido
realizados, e 50% de novas demandas. Querem mais participativo do que isso? Não
há.
Eu
quero dizer, com toda a franqueza e sinceridade, que eu acho que falar,
discutir, contrapor é muito importante. Por exemplo, colocamos várias emendas
que dizem “previsto no OP”. Foi rejeitado e alguns falaram: “Por que foi
rejeitada?” Porque já está previsto no OP. Várias emendas de Vereadores já
estão previstas no OP. Há duas questões: ou foi colocado de maneira ingênua, ou
está querendo pegar uma carona para dizer que foi o Vereador. Não. Isso é uma
demanda, aquilo que foi rejeitado está no OP, foi uma demanda de uma
determinada comunidade reunida na sua região.
Então
de forma clara, fraterna eu tinha de fazer este esclarecimento, em vista deste
Orçamento que vai fazer com que o Prefeito, no próximo ano, possa administrar
dois bilhões e 157 milhões de reais.
Podemos
ainda fazer algumas análises pontuais. Por exemplo, o Ver. Raul Carrion, na sua
Emenda nº 02, trata da ampliação, de reforma; já há postos de saúde 24 horas no
Município de Porto Alegre, não é nenhuma novidade. Agora, o que coloca?
Pressupõe custeio, altera o Plano Plurianual e na Lei de Orçamento não cabe o
princípio da exclusividade, art. 165, da Constituição Federal. Então nós
queremos, de forma fraterna, colocar uma por uma. Por exemplo, a Ver. Maristela
apresentou uma Emenda que sintetiza o pensamento do Prefeito Fogaça, e diz: “A
execução orçamentária de investimentos, obras e serviços se fará em
conformidade com as deliberações do Orçamento Participativo”. Foi aprovado,
porque é isto que o Prefeito quer; quer esse diálogo constante com a população.
Então de forma clara, quando falam que a questão do Orçamento Participativo não
está sendo respeitada, é o contrário, muitos talvez possam estar surpresos,
porque o Orçamento Participativo foi aplicado na íntegra, com ampliação e com
outro detalhe: pela primeira vez o Orçamento está vindo de forma clara; cada
membro da população de Porto Alegre se quiser pegar o Orçamento vai saber qual
a obra que vai ser feita e o custo desta obra.
O
Sr. Carlos Comassetto: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, se V. Exª está
fazendo essas afirmações sobre a democracia participativa, por que a Emenda
apresentada para os Fóruns de Planejamento - onde acabou de ter eleições, e foi
realizado um Seminário pela Governança Local, está no Plano Diretor e foi,
inclusive, acordada com o Sr. Portella aqui, quando discutimos a LDO - foi
rejeitada?
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Pela
mesma razão. Eu até lembro, é a Emenda nº69. Lembro-me, de duzentas Emendas,
este Vereador teve o cuidado de analisar emenda por emenda. A questão dos
Fóruns Regionais já está contemplada dentro da questão do OP. V. Exª quis
colocar cem mil reais, algo que está sendo previsto no OP. E V. Exª, como bom
Vereador no próximo ano vai estar aqui atento, e vai vir muitas vezes utilizar
a tribuna e dizer assim: “O Prefeito Fogaça não está cumprindo”. Ou eu espero
de forma diferenciada, que V. Exª venha aqui e diga: “Olha, o Prefeito Fogaça
cumpriu”. Esse é o entendimento claro que se quer, porque o Orçamento é uma
Peça que está sendo colocada Vereador. E eu vou ler a sua Emenda.
O
Sr. Carlos Comassetto: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ela não está colocada no
Orçamento Participativo, porque são dois processos semelhantes. Um é o
Planejamento Participativo e outro é o Orçamento Participativo, e esta é da
discussão dos Fóruns Regionais que acabaram de ser eleitos agora na
sexta-feira, com a primeira eleição inclusive promovida pelo Governo atual.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Vereador,
eu quero-lhe garantir....
O
Sr. Carlos Comassetto: Gostaria
que o senhor me mostrasse na seqüência, então, por favor!
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Não.
Quero lhe garantir que está previsto para o Orçamento dos Fóruns Regionais:
receita. V. Exª quis carimbar - foi aquilo que eu disse - o que já está
previsto, como houve obras que já estavam previstas e alguns Vereadores
quiseram carimbar. Ora, isto faz parte, é legítimo, mas esta discussão nós
vamos poder fazer esta noite, porque este é o entendimento. Nós não podemos
tecer dúvidas sobre a questão do Orçamento. Agora o mais importante é votar o
Orçamento e, depois, vamos discutir emenda por emenda. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregôo
Requerimento, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, solicitando votação em
destaque da Emenda nº 200 ao PLE nº 026/05.
O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLE nº 026/05.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, na discussão do Orçamento falou-se hoje, aqui, em petulância,
arrogância, onipotência. Mas, meu Deus do céu, o que nós sofremos com as
vigarices - vigarices - propostas por Secretários, que vinham aqui pedir para
que retirássemos as emendas para não prejudicar o Orçamento! Porque uma emenda
de 30 mil reais para uma escola, prejudicava o Orçamento.
E
diziam que, por fora, dariam para a escola o valor da emenda. E essas promessas
feitas pelos Secretários que andavam aqui, permanentemente, nas épocas de
Orçamento, nunca foram cumpridas. E muitos Vereadores foram vítimas dessas
vigarices, na melhor das intenções e com o aval, muitas vezes, de pessoas
importantes do Partido dos Trabalhadores: “Pode deixar, pode tirar a emenda,
que a escola vai ser contemplada, o posto de saúde, a creche, etc.”, mas quando
se pedia alguma coisa para o Partido dos Trabalhadores, nunca fomos atendidos
em um tostão, Vereador!
Evidentemente,
que um dia nós aprendemos com quem estávamos lidando. E eu tenho testemunhas.
Tinha
um tal de Secretário André Passos, que prometia tudo para todo mundo, e não
cumpria nada do que prometeu.
Então,
é muito difícil falar em Orçamento nesse sentido.
O
Orçamento Participativo se manteve, hoje ele funciona; há inclusive orçamento
para o Orçamento Participativo.
Houve
uma negativa completa do Partido dos Trabalhadores, quando se quis oficializar
o Orçamento Participativo, por lei, oficializando inclusive as verbas destinadas
ao seu funcionamento.
E
no Orçamento, meu Deus do céu, a cidade virtual que nós víamos, aqui, na
propaganda. Ah, meu Deus, vêm botar defeito, ainda, num Orçamento que recém
está sendo encaminhado, está começando! Tem de haver o respeito, Ver. Todeschini,
pelas estratégias políticas de outra administração, que tem uma outra origem,
que tem uma outra ideologia e que teve a delicadeza de manter o Orçamento
Participativo como promessa de campanha, e que teve a delicadeza de chamar os
conselheiros do Orçamento Participativo e dar prioridade às obras, a quase 50%
das obras do Orçamento Participativo que não eram cumpridas, e que vão ter
prioridade desde o início do ano, e V. Exª sabe disso!
Então,
nós já estamos nos acostumando, e é evidente que somos críticos; evidentemente
que, quando nos fazem crítica, nós aceitamos, e, muitas vezes, quando vocês
alegam - os representantes da oposição - que a situação não está debatendo, não
é verdade; nós estamos, inclusive, aceitando a crítica. O nosso silêncio,
muitas vezes, é de aceitação da crítica, sim. E, muitas vezes, a oposição tem
razão, pois as dificuldades no início de um Governo são muito grandes. Tudo
depende da forma como nós iniciamos e, muitas vezes, da forma como nós temos de
chegar ao fim do ano, com a Lei da Responsabilidade Civil, com todos os
entraves possíveis e, inclusive, tendo de adaptar uma nova ideologia, porque há
uma nova ideologia na Cidade, diferente da ideologia populista demagógica que
estava aí, diferente do stalinismo que estava se instalando na Prefeitura, que
é completamente diferente dessa forma de diálogo, dessa forma de relação do
Executivo com o Legislativo, e isso tem de ser reconhecido também. Então, aos
perfeccionistas, aos deuses do Partido dos Trabalhadores, que caminhavam sobre as
águas, que multiplicavam os pães e peixes, que tinham o dom da ambigüidade, a
eles nós dizemos: nós somos humanos. Nós também, muitas vezes, erramos, mas
queremos acertar também. E, quem sabe, de uma outra maneira de ver as coisas,
com um outro tipo de diálogo, de relação entre as duas facções da Casa, se
construa para Porto Alegre algo muito melhor por aqueles que querem pôr defeito
em caráter permanente em tudo que se faz, independente da atitude que se tome.
E o que é pior: “se não foi você, foi o cordeiro do seu pai”.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra
para discutir o PLE nº 026/05, por cedência de tempo do Ver. Márcio Bins Ely.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, para
esclarecimento do Plenário, o Ver. Márcio Bins Ely se inscreveu e cedeu o seu
tempo.
Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, para as pessoas que nos assistem no
Canal 16, aquele trecho que o Ver. João Antonio Dib leu do Heriberto Back,
ex-Vereador do PT, grande líder comunitário, é a segunda edição que ele
escreve.
Estimado
e querido Heriberto Back, tantas críticas, tantas pauladas que o Governo
Municipal recebeu hoje, que eu, aqui, tenho uns dados extremamente importantes
neste espelho. Prestem atenção, meus caros colegas Vereadores e Vereadoras.
Depois alguém diz aqui que o Fogaça não está cumprindo o que prometeu na
campanha eleitoral. Estão, aqui, os dados no Orçamento Participativo. A
primeira assembléia geral, que foi no dia 20 de abril de 2005, no Sindicato dos
Metalúrgicos; fizeram-se presentes, em 2004, 390 pessoas; em 2005, 448 pessoas.
Portanto, 58 pessoas a mais. A segunda assembléia, que foi no SESC, em 2004,
639 pessoas; em 2005, 685 pessoas. Portanto, 46 pessoas a mais. A terceira
assembléia regional, que foi na Escola Municipal Eliseu Paglioli, em 2004, 239
pessoas; em 2005, 371. Cento e trinta e duas pessoas a mais. A quarta
assembléia, na Escola Municipal Loureiro da Silva, em 2004, 221 pessoas; em
2005, 196 pessoas. Nesse dia, perdeu para 2004 por 25 pessoas. A quinta
assembléia foi nas Ilhas, em 2004, 752 pessoas; em 2005, 645 pessoas. Nessa,
também, 2004 ganhou por 107 pessoas. A sexta assembléia Regional foi na Igreja
São Judas Tadeu, 2004, 555; em 2005, 921 pessoas, diferença de 366 a mais. A
sétima assembléia, 2004, 942 pessoas; em 2005, 1.065, diferença, 123 pessoas a
mais, foi no Cecopam. A oitava assembléia regional, na Escola Municipal
Liberato Salzano, 2004, 564; em 2005, 756; portanto, 192 pessoas a mais. A 10ª
assembléia, no Centro Cultural Lomba do Pinheiro, 2004, 637 pessoas; em 2005,
695, diferença de 58 pessoas a mais. A 11ª assembléia, na Escola Estadual de
Ensino Fundamental Dom Pedro I, em 2004, 545; 2005, 813 pessoas; portanto, 261
pessoas a mais. A 12ª assembléia, no Cecores, na Restinga, em 2004, 508; em
2005 foram 444 pessoas a mais. Na 13ª, no Ginásio Paróquia Nossa Senhora de
Belém, em 2004, 473; 2005, 592, 119 pessoas a mais. A 14ª assembléia regional,
no eixo Baltazar, no Centro Vida, 2004, 470; em 2005 foram 148 pessoas a mais
que no ano anterior. A 15ª assembléia regional, Escola Municipal, na região
Nordeste, 2004, 852 pessoas; 2005, 411; portanto, nesse dia, 2004, 441 pessoas
a mais. A 16ª Assembléia, 2004, 397; 2005, 697, 300 pessoas a mais.
Só
para concluir, 3.000 pessoas a mais nas assembléias do Governo Fogaça do que
nas assembléias do Governo passado. Então, não é verídico o que é dito aqui
desta tribuna. Muito obrigado, Sr. Presidente. Desculpe, Verª Sofia.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para discutir o PLE nº 026/05.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, eu considero a discussão, a aprovação do Orçamento, talvez o
momento mais relevante dos Legislativos, porque é nesse momento que o Governo
traduz a sua proposta política para a realidade do dia-a-dia da sua gestão, ou
seja, transformar sonhos em realidade.
É
preciso dizer também, preliminarmente, que o cobertor tem sido sempre curto. Ou
seja, as demandas públicas, sejam elas municipais, estaduais, federais, têm
sido muito além da capacidade financeira dos Municípios, Estados e União.
Eu
queria refrescar a memória dos meus amigos do PT, dizendo que estava previsto
para investimento do Governo Lula, no Orçamento Federal para este ano, 22
bilhões de reais, e, até a presente data, o Governo gastou 2 bilhões e pouco, e
está lá essa discussão da Dilma com o Palocci. E o Governo pagou até agora 120
bilhões de juros! Então, eu gostaria que, quando a Bancada do PT discutisse o
Orçamento de Porto Alegre, Ver. Maurício, pudesse fazer um contraponto do
Orçamento do Governo Federal e viesse a lume especialmente esses juros
astronômicos que o Governo Federal tem pago aos banqueiros.
A
Peça Orçamentária é autorizativa. O Congresso Nacional autorizou 22 bilhões, e
o Governo está cumprindo 10%, 12%, 15% desse valor. Há uma Lei, de minha
autoria, que o Prefeito João Verle tentou colocar em prática, chamada Lei da
Senha, na qual eu proponho que os Vereadores tenham uma senha para acessar o
Orçamento diariamente, para acompanhar a execução orçamentária.
Eu
considero que a execução orçamentária é mais importante do que autorizar a
Peça. Agora, não existe candidato a mágico. Existem as verbas vinculadas, Verª Sofia; 49% da
Receita é carimbada para Pessoal, 30% é carimbada para Educação, isso é verba
vinculada, não tem o que o Gestor fazer, isso é Lei Orgânica, é a Constituição
do Município. Existe a vinculação da Saúde, que, no ano passado, os senhores
cumpriram 16 e pouco por cento, e, neste ano, o Prefeito está prevendo 21%,
portanto há um aumento.
V. Exª sabe, Verª Sofia, que o povo de Porto
Alegre, ao longo de 16 anos, decidiu sobre 10% a 13% do Orçamento, porque é o
investimento. Então não venha dizer para a população que o povo decide o
Orçamento na sua inteireza, pois não é verdade! O povo decide - quando decide
-, 10%, que é o valor do investimento. Sou daqueles que acha que a participação
popular é uma conquista que não foi inventada pelo PT; não, a participação popular
foi concebida na Constituinte de 1988, fruto da Constituição cidadã.
Tivemos outras experiências no Rio Grande, o
próprio Bernardo de Souza foi pioneiro; em Santa Catarina, o Dirceu Carneiro
foi pioneiro - Senador da República que depois foi Prefeito de Lajes; e aqui em
Porto Alegre tivemos uma experiência que respeitamos e achamos que é positiva,
que tem que ser qualificada, que não deve ser manipulada. Por exemplo, eu acho
um absurdo levar pessoas de uma região para outra região, ao que já assisti; isso
é uma distorção do processo, pois eu não posso levar gente do bairro Navegantes
para decidir coisas do bairro Guarujá, mas eu já vi isso durante os 16 anos, vi
muitas pessoas da entourage do Governo participarem e votarem em todas
as assembléias. Está errado!
Então quero falar, para encerrar, Verª Sofia, de
discurso e prática, prática e discurso. Vossas Excelências esbravejavam nesta
tribuna, dizendo que os Vereadores tinham que respeitar a vontade do povo,
traziam para cá as comunidades que, às vezes, ficavam o dia inteiro aqui
assistindo ao debate e dizendo que Vereador não podia apresentar emendas. Pois
agora o Partido de V. Exas. apresenta emendas. Quero dizer que acho legítimo,
sempre dizia lá na oposição que é legítimo que o Orçamento Participativo faça a
sua discussão, e é legítimo que um Vereador, que também tem um mandato popular,
faça as suas emendas. Agora, em 16 anos, V. Exª não agiu assim. V. Exª não agiu
assim. Então, é só olhar nos os Anais desta Casa; estão aí as Atas e os
discursos arquivados.
A Srª Sofia Cavedon: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Posso explicar? Eu vou dar um
exemplo, e o senhor dialoga comigo. A SMED tem na previsão orçamentária 14
milhões para investimentos - quatorze! - e aqui, em IPIs anteriores e IPI 2006,
sabe quanto está previsto, aberto? Cinco milhões, cento e cinqüenta e nove mil
reais. E os nove milhões? Estão dentro dos 30%, estão fechados. Por que não
pode ter emendas que indiquem as obras já elencadas no Orçamento Participativo,
Vereador? Pergunto-lhe. E, como nós estamos vendo que não há o respeito,
fizemos as emendas para reconstituir.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Verª Sofia,
eu não tenho mais tempo para aprofundar a resposta a V. Exª, gostaria muito de
fazê-lo. Mas quero dizer o seguinte, vamos proceder ao debate. Eu acho que no
debate a gente se qualifica, a gente avança, mas, cá para nós, temos que olhar
um pouquinho no espelho ao debater esta matéria. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para discutir o PLE nº 026/05.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Elói Guimarães, Presidente
desta Casa; Ver. Valdir Caetano; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
senhoras e senhores, eu jamais poderia imaginar, Ver. Sebastião Melo, que eu iria
ver um desfile de Vereadores do PT e de outros Partidos coligados ao PT
lamentando-se aqui desta tribuna, Ver. João Dib, de que suas emendas não foram
atendidas pelo Sr. Prefeito Municipal. Eu pensei que os Vereadores do PT e seus
aliados queriam uma análise mais perfeita, mais pura do que aconteceu no
período de 16 anos e que hoje, pelo menos, dessem oportunidade para que o
Prefeito atual pudesse aqui votar o seu Orçamento e, mercê do seu Orçamento, de
acordo com os seus princípios, termos aqui uma modificação do que aconteceu na
Cidade nos últimos tempos. Mas não! Preferiram estes Vereadores virem aqui e se
lamentar, e chorar - chorar! - por não terem atendidas as suas emendas.
Eu só quero dizer, Verª Sofia Cavedon, que nesses
16 anos houve tempo mais do
que suficiente para que os Vereadores da antiga situação pudessem implementar
aquilo que estão pedindo agora para o Governo atual! Por que, por exemplo, os
postos 24 horas, Ver. João Dib, não foram implementados no passado e agora
parece que isso é uma questão de mágica?! Eu vi um Vereador vir aqui à tribuna
dizer: “Olhem, não cumpriram o acordo comigo”! Mas ele era do Governo passado!
Por que não implementaram os postos 24 horas quando eram Governo? Não, preferem
agora dizer: “O Governo atual não me atendeu”. Mas sabem o que acontecia no
passado? No passado, Ver. Todeschini, o Governo de V. Exª se importou,
simplesmente, em fazer propaganda! Gastou muito dinheiro em propaganda, tanto é
que foi denunciado por este Vereador! V. Exª sabia que o seu Governo já
gastava, em 1997, 13 milhões, naquela época, em propaganda?! E, quando eu
denunciei isso, o Governo de V. Exª disse que não, e nós fomos buscar na
Justiça os dados corretos, e os dados corretos eram exatamente estes: 13
milhões em 1997! E para quê? Para dizer, Ver. Haroldo de Souza, que o Orçamento
Participativo era maravilhoso! Que o Governo era fantástico! Que nós tínhamos a
Cidade com a melhor qualidade de vida! E sabe o que aconteceu no final, quando
os dados, Ver. Vendruscolo, foram expostos e nós tivemos conhecimento da
realidade? Porto Alegre tinha crescido, nesse período, apenas 18%, enquanto a
Grande Porto Alegre crescia 36%! Nós crescíamos metade em relação ao que os
outros Municípios cresciam! É a mesma mentira que foi pregada agora pelo Governo
Federal, dizendo que agora temos menos pobres no País! Que agora a situação do
País é excelente! Que agora nós enriquecemos de uma hora para outra! E, de
repente, quando vem a verdade, Ver. Sebenelo, sabe o que nós constatamos? Nós
empobrecemos! Isso está demonstrado no encolhimento do PIB! O que mede a
riqueza de um país? Não é o Produto Interno Bruto? Não é o PIB que mede a
riqueza de um país? O que aconteceu com o PIB? Pela primeira vez, nos últimos
anos, infelizmente para nós, para vergonha de todos nós, governados por esse
homem que não entende absolutamente nada de nada, o Sr. Luís Inácio Lula da
Silva, nós encolhemos, Verª Manuela! Nós encolhemos! A riqueza do País encolheu! E, vergonhosamente, Ver. Sebastião Melo, a
propaganda que se vê é que, agora, nós temos menos pobres! Não...! Nós temos é
uma quantidade imensa de pobres! Nós estamos cada vez com mais pobres no País!
Nós temos cada vez menos empregos! Só que há uma propaganda vergonhosa - e paga
com milhões, aqueles milhões que foram para o caixa do “valerioduto”, para o
caixa dois do PT! - dizendo que nós temos, agora, um País vigoroso, uma
economia vibrante! Tudo isso está sendo dito, Vereador-Presidente, e pago com
muitos milhões que poderiam estar servindo para podermos ter uma melhor assistência
social, uma melhor assistência à Saúde, uma melhor Educação. Mas os recursos
não vão para isso, os recursos vão para os as agências de publicidade, porque,
afinal de contas, lá está o Valério, lá está aquele que acabou enriquecendo o
PT, dando dinheiro para o PT, para que o PT elegesse esse homem que está
infelicitando todo o País: o Sr. Luís Inácio Lula da Silva! É do dinheiro do
Valério que veio a eleição do Lula - daquele dinheiro roubado, daquele dinheiro
vergonhoso, daquele dinheiro que é vergonha para todos nós, como sociedade,
Ver. Ismael Heinen, um dinheiro que, infelizmente, foi roubado dos brasileiros,
foi retirado dos brasileiros!
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Almerindo Filho se inscreve e cede o seu
tempo ao Ver. Luiz Braz, com a anuência da Verª Manuela d’Ávila.
O
SR. LUIZ BRAZ: Mas, Ver. Almerindo, é lamentável,
esse dinheiro poderia estar servindo para que nós pudéssemos aqui, em nossa
Cidade, quem sabe, ter um melhor atendimento no campo da Saúde como, por
exemplo, os postos 24 horas abertos, não para que um Vereador qualquer pudesse
dizer: “É mesmo? Está vendo? Fui eu que coloquei a Emenda, por isso os postos
estão abertos!”... Olhem, mas isso é vigarice! Isso é vigarice! Os postos podem
ficar abertos, porque, de uma forma ou de outra, essa já era uma política que o
Governo havia anunciado para
que alguns postos pudessem ficar abertos 24 horas, e não aconteceria devido a
uma Emenda que pudesse ser aprovada aqui nesta tarde/noite!
Então,
é claro que, às vezes, eu acabo me irritando demais aqui nesta tribuna, mas é
muita coisa suportar esse tipo de discurso que passou aqui, a tarde inteira,
depois de sabermos, Ver. Elói Guimarães, que nós fomos roubados durante tanto
tempo! Que esse pessoal do PT acabou roubando este País e não tem vergonha de
vir aqui, nesta tribuna, bem como nas demais tribunas, dizer que só um grupo
deles é que errou! Mas que grupo é esse, Ver. Sebenelo, que acabou causando
essa infelicidade geral no País?! Enquanto os outros países no mundo acabam
crescendo 8%, 9%, 10%, nós temos que amargar simplesmente 3% de crescimento em
todo o País! E dizem que nós estamos enriquecendo! Mas que riqueza é essa?! E
já estão anunciando que, no próximo ano - é o competente Palocci quem nos dá
essa notícia -, nós não vamos chegar nem mesmo aos 3% de crescimento em todo o
País! Mas a propaganda que passa lá pelo “valerioduto”, para enriquecer o PT,
diz para todos nós, diz para toda a Nação, para enganar a Nação - assim como
esta Cidade foi enganada por 16 anos -, que, agora, nós estamos com menos
pobres! Que, agora, nós temos mais riqueza! Mas isso foi desmentido, na mesma
hora, quando foram mencionados os números do PIB!
(Aparte
anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)
O SR. LUIZ BRAZ: O “valerioduto” explica tudo isso, Verª
Sofia Cavedon! Eu quero que V. Exª venha aqui e explique o encolhimento do PIB!
É isso que eu quero que V. Exª venha aqui nos explicar! E eu quero que V. Exª
explique o roubo que o seu Partido praticou contra esta sociedade durante tanto
tempo! Isso eu quero que V. Exª explique! Isso é que tem de ser explicado! O
que está escrito em folha de jornal, o que falam nas emissoras de rádio e
televisão não vale, porque, afinal de contas, isso é comprado com os milhões do
“valerioduto”! O que o “valerioduto” faz? Ele é uma agência de publicidade! Ou
não é agência de publicidade?! Para onde vai o dinheiro - ou deveria ir, das
agências - de publicidade?! É para fazer publicidade! Só que, aí, vem o caixa
dois! Aí, quando se anuncia que se gastam 50 milhões em publicidade, na verdade
não são 50 milhões! Como é que há o caixa dois?! Aliás, eu acho que essa CPI
tinha que averiguar também a contabilidade das emissoras de rádio e televisão
do País, e dos jornais. Porque, afinal de contas, Ver. Oliboni, como é possível
formar o caixa dois com o dinheiro do “valerioduto”, se não houver
colaboradores também nessas agências de publicidade e nas pessoas que têm
contato com essas agências de publicidade?
(O
Ver. Carlos Todeschini interfere mostrando reportagem de jornal.)
O
SR. LUIZ BRAZ: Ah, está
escrito no jornal! Está certo, Ver. Todeschini (Lê.): “Ex-tesoureiro admite
caixa dois”. De quem era esse ex-tesoureiro? Não era meu, não era do meu
Partido. O ex-tesoureiro era do PT! Era o Delúbio, do PT. E agora o PT diz que
não tem nada a ver com ele: “Não é o Delúbio nem nós, eu nem o conhecia”. Olha,
vocês aprenderam rapidamente com o Maluf. Tiveram todas as lições do Maluf:
esse eu não conheço (Risos.); esse eu não vi, eu não sei de onde veio; não tem
nada a ver comigo. Agora eles dizem que o Delúbio não tem nada a ver com eles.
O Delúbio não tem mais nada a ver. O Silvinho não tem mais nada a ver. O
próprio Presidente Lula, que aprendeu com o Maluf com muita rapidez, diz que
não conhece nada, não sabe de nada. É o Presidente que não sabe de nada; ele
nem sabe que é Presidente, Ver. Elói Guimarães, V. Exª que é tão competente na
condução dos trabalhos. Mas o Presidente do nosso País, o Presidente Lula, nem
sabe que é Presidente, não sabe absolutamente de nada.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães):
A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para discutir o PLE nº 026/05.
A
SRA. MANUELA D’ÁVILA:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, discutir o
Orçamento, sem sombra de dúvida, é uma matéria difícil de ser discutida para
quem está no primeiro mandato, no primeiro ano do seu mandato, mas existe,
primeiramente, uma questão conceitual de como se trabalha o Orçamento de um
Município, de um Estado e de um País.
Nós
estávamos, na sexta-feira, eu e o Ver. Elói, juntamente com o Deputado Aldo
Rebelo, Presidente da Câmara dos Deputados, e uma das primeiras perguntas
feitas na coletiva para a imprensa foi com relação ao Orçamento do Governo
Federal e à liberação das emendas orçamentárias parlamentares. Liberação de
emendas que muitos dos senhores e das senhoras vêm, sistematicamente, nesta
tribuna questionar como é que o Governo Federal libera no momento X, no momento
Y. Aqui, no nosso Município, a construção do Orçamento se dá de uma maneira
diferente. Não existe a liberação das emendas, mas existe a aprovação, a
incorporação ou não das emendas.
Nós,
em Porto Alegre, amadurecemos, demos um passo à frente na maneira como essas
emendas podem ser incorporadas, ou seja, a partir da iniciativa da população
como mecanismo de quebrar esse vício, que é o mesmo vício da liberação de
emendas em nível nacional. Ver. Ervino Besson, fiquei muito chocada com a sua
fala, não ia me inscrever para falar, mas a sua fala me motivou a falar. Quando
um Vereador sobe à tribuna e diz que precisa ter as suas emendas incluídas,
porque esses Vereadores precisam ser reeleitos, ou seja, o critério de
incorporação de emendas deixa de ser a necessidade real da população de Porto
Alegre - no que nós avançamos como quer avançar o Congresso Nacional e deixar
de ter as liberações de emendas - e passamos a ter um Vereador que assume que
as emendas se fazem necessárias para a reeleição desses Vereadores. Isso me
choca profundamente, Ver. Garcia.
O
Sr. Professor Garcia: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Só para colaborar com a
discussão, na Câmara dos Deputados, em Brasília, cada Parlamentar tem direito,
por ano, a três milhões de reais.
A
SRA. MANUELA D'ÁVILA: Eu
sei. E existe um debate muito grande para que deixe de ser subjetiva a
liberação dessas emendas.
O
Sr. Professor Garcia: Eu
sou daqueles que entendo que tem de suprimir isso, porque, na realidade, esses
três milhões de reais para cada Parlamentar acabam sendo um curral eleitoral.
Quer dizer, grande parte da população acaba perdendo. Concordo plenamente,
Vereadora.
A
SRA. MANUELA D'ÁVILA: Exato.
E nós fazíamos, o Ver. Elói e eu, esse debate com o Deputado Aldo Rebelo, por
quê? Os Deputados têm, sim, o direito de opinar, mas não podem ficar reféns dos
Governos para liberação de suas emendas. Criemos critérios para avaliar se são
justas ou não. Agora, quando um Vereador sobe e assume isso, tenho o direito de
ficar chocada. Quero dizer que eu não venho aqui chorar emendas, Ver. Luiz
Braz. Objetivamente me choca que um vestiário seja prioritário com relação a
atividades que previnam a gravidez na adolescência. Essa era uma das minhas
emendas, Ver. Sebenelo, que nós pudéssemos ter atividades que ensinassem às
nossas jovens - eram 50 mil reais - através de oficinas, panfletos, tentando
não amarrar o Executivo Municipal.
Mas
nós podemos ir liberando recursos para muita praça, porque, com a importância
que se dá para a prevenção da gravidez, vai-se ter muitos filhos, muita barriga
cheia, muita criança para brincar nesse monte de praças que nós liberamos nas
emendas dos Parlamentares da base do Governo. Precisa de muita praça mesmo em
Porto Alegre, porque nós não valorizamos as emendas mínimas. Esse tipo de
debate, na minha opinião, é o debate que esta Câmara tem de fazer, assim como a
Emenda que apresentei para o Porto Alegre em Cena. Essa Emenda não favorece ao
Vereador, inclusive favorece ao Executivo Municipal, que não passa mais o papel
ridículo de ter que fazer jantas com artistas para conseguir dinheiro para um
dos eventos que acontecem na nossa Cidade, uma referência internacional, que é
o Porto Alegre em Cena. E nós não temos quase nada de verba prevista para isso.
Isso ajuda a Verª Manuela? A mim, não. Simplesmente, tentei fazer constar no
Orçamento aquilo que constava no Plano Plurianual, também a partir de Emenda
minha. Agora, se nós não temos essa compreensão, se nós achamos que o Orçamento
é um momento de barganha política entre Governo e Vereadores, não da construção
responsável de uma Cidade, fica muito difícil de trabalhar, porque eu
apresentei apenas seis emendas e não era para fazer disputa política em nenhuma
delas. Todas, na minha opinião, eram emendas que ajudavam Porto Alegre a ser
uma Cidade que pensasse na sua juventude, na sua dimensão cultural, na
representatividade que alcançou não apenas nas administrações da Frente
Popular, mas que seu povo alcançou, que os cidadãos e cidadãs de Porto Alegre
alcançaram.
Então,
fica bastante difícil, ainda mais, Ver. Luiz Braz, quando, num momento
importante como este, V. Exª, que é da Comissão de Finanças e Orçamento,
poderia minimamente tentar dar uma contribuição, explicar o Parecer, porque
votou contrário, porque votou favorável ao segundo, mas vem dar discurso sobre
o “valerioduto”, esquecendo que o Senador Azeredo foi quem construiu todo esse
esquema, quem primeiro fez uso e quem ainda deve continuar fazendo uso. Se bem
que também não sei se, naquele momento, V. Exª já pertencia ao Partido do
Senador Azeredo.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir o PLE nº 026/05.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu sei que já é
tarde, 21 horas, mas algumas inverdades ditas desta tribuna merecem,
evidentemente, contestação. Nós estamos aqui para votar o Orçamento de Porto
Alegre, um Orçamento construído dentro de um conceito que é extremamente
moderno, e eu quero dizer isso, porque isso nos orgulha; porque é pela primeira
vez que este Parlamento recebeu da Prefeitura de Porto Alegre um Plano
Plurianual, uma Lei de Diretrizes Orçamentárias e uma proposta de Orçamento,
inclusive, como recomenda a ONU.
Democratizado,
transversalizado, com propostas integradas em todas as áreas, evitando aquele
velho repartimento de ações do Executivo, aquelas disputas despolitizadas entre
uma Secretaria e outra, o Orçamento que chega a esta Casa chega dentro de um
conceito de projetos, de desenvolvimento estratégico para Porto Alegre e de
integração de ações, um Orçamento construído a partir das inúmeras instâncias
participativas, democráticas, que esta Cidade construiu ao longo da sua
história.
São
impressionantes algumas reações que vi nesta tribuna, me espantaram
enormemente! O fato de nós, do Governo, termos respeitado o processo democrático
de escuta da população; o fato de o projeto do Governo procurar resgatar o
direito da população de Porto Alegre, incorporando no Orçamento uma parcela
significativa daquelas 618 obras atrasadas do Orçamento Participativo,
procurando resgatar uma dívida social de 190 milhões de reais que foi deixada
pelo Governo passado; o fato de nós termos evitado, inclusive, que uma
Vereadora desta Casa tentasse retirar as decisões do Orçamento Participativo,
colocando na sua emenda pessoal três milhões de reais, desrespeitando a
comunidade, as decisões do Orçamento Participativo, o processo democrático de
construção estabelecido entre a Prefeitura de Porto Alegre e a sociedade
organizada - esta atitude me espantou muito, porque, para mim, democracia não
tem dono, para mim democracia é um valor que tem que estar acima dos partidos e
das ideologias -; o fato de nós sermos cumpridoras, cumpridores dos
compromissos de campanha, deixa tão irritados e tão irritadas algumas pessoas,
porque muitas vezes elas não cumprem o que prometem e pensam dos outros aquilo
que praticam.
Muitas
Vereadoras e Vereadores estavam torcendo, infelizmente, para que o Executivo
desrespeitasse a vontade da população - jamais faremos isso, Verª Sofia,
jamais! Houve uma promessa de campanha, foi cumprida, está sendo cumprida e
será cumprida.
Não
adianta algum Vereador, para fazer um proselitismo político, querer assinar
emendas contrárias àquelas propostas nas reuniões regionais da Cidade, ou,
então, querer assinar uma emenda que já está no texto, já está prevista no
texto - ações na área da Saúde, da Assistência -, o Vereador vai, assina, e
tenta burlar o texto original para poder fazer proselitismo político em cima
daquelas decisões da comunidade.
Eu
acho que o fato de termos garantido essa transparência, de termos garantido a
legitimidade do processo, o respeito à decisão da comunidade, realmente deixou
algumas Vereadoras e Vereadores, surpreendentemente para mim, com uma conduta
que eu nunca tinha visto, por exemplo: a Verª Sofia subir nesta tribuna e fazer
um crime de calúnia e difamação, coisa que nem fica bem para quem tem uma
trajetória respeitável, como a senhora fez aqui.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Obrigada,
Ver. Mario Fraga. Apenas para concluir, quero dizer o seguinte: nós não
cairemos nesse jogo de agressões pessoais, nós não cairemos nesse jogo de
repetir aqui as calúnias e difamações feitas desta tribuna, mas eu acho que, em
nome da verdade, é preciso que a população de Porto Alegre saiba que a proposta
Orçamentária aqui apresentada, e que será votada logo mais, corresponde às
consultas feitas; e me admira muito que aqueles que defendiam que
respeitássemos o Orçamento Participativo, porque perderam o Governo, vêm aqui
nos pressionar para que nós o desrespeitemos. Resistiremos a isso, porque a
população de Porto Alegre merece isso, merece mais do que isso, e é por isso
que nós estamos mantendo o Orçamento Participativo.
Contudo,
como ele é muito limitado do ponto de vista da construção de alternativas,
porque ele se refere apenas ao Orçamento público, nós estamos ampliando o
processo democrático por meio de novas metodologias de consulta, da Governança
Solidária, e eu acho que as pessoas não deveriam ficar tristes porque se
aprimora a democracia. Eu acho que as pessoas deveriam achar que a democracia
não tem dono e que é sempre benéfica para o Município e para uma sociedade,
quer seja ela defendida pelo meu Partido ou por um Partido adversário do
Governo.
Então,
eu acho que é isso que eu queria dizer. Seguramente, aprovaremos este Projeto
de Lei, respeitando um trabalho seriíssimo feito pela Comissão de Finanças.
Eu
quero dizer que eu fiquei muito orgulhosa quando eu li o Relatório do Ver.
Garcia, que é um Vereador que entrou na base do Governo neste ano, e que
demonstrou no seu Relatório, uma enorme coerência política com a sua
trajetória. Eu sinto, também, que isso incomodou algumas pessoas, mas não
deveria incomodar, porque eu acho que a coerência é uma questão fundamental que
nós devemos preservar, porque eu acho que ela enriquece não apenas o mandato do
Vereador que o exerce, mas enriquece o conjunto da instituição e, portanto,
este Parlamento.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães):
Vencemos o prazo da presente Sessão e a estamos encerrando, convocando uma
Sessão Extraordinária neste instante para dar curso à matéria objeto da
discussão que estamos fazendo.
(Encerra-se
a Sessão às 20h51min.)
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